UNIFESP
Exibindo questões de 201 a 300.
Em “[Einstein] mostrou que a presença de massa (ou de - UNIFESP 2018
Língua Portuguesa - 2018Leia um trecho do artigo “Reflexões sobre o tempo e a origem do Universo”, do físico brasileiro Marcelo Gleiser, para responder a questão.
Qualquer discussão sobre o tempo deve começar com uma análise de sua estrutura, que, por falta de melhor expressão, devemos chamar de “temporal”. É comum dividirmos o tempo em passado, presente e futuro. O passado é o que vem antes do presente e o futuro é o que vem depois. Já o presente é o “agora”, o instante atual.
Isso tudo parece bastante óbvio, mas não é. Para definirmos passado e futuro, precisamos definir o presente. Mas, segundo nossa separação estrutural, o presente não pode ter duração no tempo, pois nesse caso poderíamos definir um período no seu passado e no seu futuro. Portanto, para sermos coerentes em nossas definições, o presente não pode ter duração no tempo. Ou seja, o presente não existe!
A discussão acima nos leva a outra questão, a da origem do tempo. Se o tempo teve uma origem, então existiu um momento no passado em que ele passou a existir. Segundo nossas modernas teorias cosmogônicas, que visam explicar a origem do Universo, esse momento especial é o momento da origem do Universo “clássico”. A expressão “clássico” é usada em contraste com “quântico”, a área da física que lida com fenômenos atômicos e subatômicos.
[...]
As descobertas de Einstein mudaram profundamente nossa concepção do tempo. Em sua teoria da relatividade geral, ele mostrou que a presença de massa (ou de energia) também influencia a passagem do tempo, embora esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia. O tempo relativístico adquire uma plasticidade definida pela realidade física à sua volta. A coisa se complica quando usamos a relatividade geral para descrever a origem do Universo.
(Folha de S.Paulo, 07.06.1998.)
O processo de formação de palavras verificado em - UNIFESP 2018
Língua Portuguesa - 2018Leia um trecho do artigo “Reflexões sobre o tempo e a origem do Universo”, do físico brasileiro Marcelo Gleiser, para responder a questão.
Qualquer discussão sobre o tempo deve começar com uma análise de sua estrutura, que, por falta de melhor expressão, devemos chamar de “temporal”. É comum dividirmos o tempo em passado, presente e futuro. O passado é o que vem antes do presente e o futuro é o que vem depois. Já o presente é o “agora”, o instante atual.
Isso tudo parece bastante óbvio, mas não é. Para definirmos passado e futuro, precisamos definir o presente. Mas, segundo nossa separação estrutural, o presente não pode ter duração no tempo, pois nesse caso poderíamos definir um período no seu passado e no seu futuro. Portanto, para sermos coerentes em nossas definições, o presente não pode ter duração no tempo. Ou seja, o presente não existe!
A discussão acima nos leva a outra questão, a da origem do tempo. Se o tempo teve uma origem, então existiu um momento no passado em que ele passou a existir. Segundo nossas modernas teorias cosmogônicas, que visam explicar a origem do Universo, esse momento especial é o momento da origem do Universo “clássico”. A expressão “clássico” é usada em contraste com “quântico”, a área da física que lida com fenômenos atômicos e subatômicos.
[...]
As descobertas de Einstein mudaram profundamente nossa concepção do tempo. Em sua teoria da relatividade geral, ele mostrou que a presença de massa (ou de energia) também influencia a passagem do tempo, embora esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia. O tempo relativístico adquire uma plasticidade definida pela realidade física à sua volta. A coisa se complica quando usamos a relatividade geral para descrever a origem do Universo.
(Folha de S.Paulo, 07.06.1998.)
Tal vanguarda rompeu radicalmente com a ideia de arte - UNIFESP 2018
Língua Portuguesa - 2018Tal vanguarda rompeu radicalmente com a ideia de arte como imitação da natureza, prevalecente na pintura europeia desde a Renascença. Seus principais adeptos abandonaram as noções tradicionais de perspectiva, tentando representar solidez e volume numa superfície bidimensional, sem converter pela ilusão a tela plana num espaço pictórico tridimensional. Múltiplos aspectos do objeto eram figurados simultaneamente; as formas visíveis eram analisadas e transformadas em planos geométricos, que eram recompostos segundo vários pontos de vista simultâneos. Tal vanguarda era e dizia ser realista, mas tratava-se de um realismo conceitual, e não óptico.
Os quadrinhos têm como tema principal a) o uso - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
A lacuna numerada no quarto quadrinho deve ser - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
The word “loopy” can be replaced, with no meaning - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
De acordo com o texto, um dos aspectos positivos dos - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
Has any device changed our lives as much, and as quickly, as the mobile phone? There are people today for whom the world of address books, street atlases and phone boxes seems very far away, lost in the mists of time. Following, there are just some of the big milestones from the past 30 years that have made almost everything we do easier, more public and very, very fast.
• The first phones arrive – and become status symbols Few people got the chance to use the very early mobile phones. The first call was made in New York in 1973, but handsets with a network to use were not available until 1983 in the US, and 1985 in the UK. That first British mobile phone was essentially a heavy briefcase with a receiver attached by a wire. It cost £2,000 (£5,000 in today’s prices), and gave you half an hour’s chat on an overnight charge. Making a call was not something you could do subtly, but that wasn’t the point; the first handsets were there to be seen. They sent a message that you were bold and confident with new technology, that you were busy and important enough to need a mobile phone, and were rich enough to buy one.
• Text messages spawn a whole new language The first mobiles worked with analogue signals and could only make phone calls, but the digital ones that followed in the early 1990s could send SMS messages as well. After the first message was sent on 3 December 1992, texting took off like a rocket, even though it was still a pretty cumbersome procedure. Handsets with predictive text would make things easier, but in the 1990s you could save a lot of time by removing all excess letters from a message, often the vowels, and so txtspk ws brn. Today the average mobile phone sends more than 100 texts per month.
• Phones turn us all into photographers... There seemed to be no good reason for the first camera phones, which began to appear in 2002, with resolutions of about 0.3 megapixels. They took grainy, blurry pictures on postage stamp-sized screens, and even these filled the phone’s memory in no time. Gradually, though, as the quality improved, the uses followed. As well as the usual photos of friends and family, they were handy for “saving” pieces of paper, and in pubs you could take a picture of the specials board and take it back to your table. Modern camera phones have changed beyond recognition in the past 20 years. The new mobile phones boast the highest resolution dual camera on a smartphone: a 16-megapixel camera and a 20-megapixel camera side-by-side. The dual camera allows users to focus on their subjects, while blurring out the background, producing professional-looking portraits.
…and we turn ourselves into celebrities
Twenty years ago people would have thought you a little strange if you took flattering photos of yourself and your lifestyle and then distributed them to your friends – let alone to members of the public. If you used printed photographs rather than a smartphone app, they would still think so today. Yet sharing our lives on social media is now the norm, not the exception – and it was the camera phone that made it all possible. Now, some phones come with an enormous 64GB of memory, so you can capture, share and store an almost countless number of videos and pictures – well, certainly enough to keep up with the Kardashians.
(www.theguardian.com, 07.07.2017. Adaptado.)
No texto, um dos exemplos da expressão “big milestones” - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
Has any device changed our lives as much, and as quickly, as the mobile phone? There are people today for whom the world of address books, street atlases and phone boxes seems very far away, lost in the mists of time. Following, there are just some of the big milestones from the past 30 years that have made almost everything we do easier, more public and very, very fast.
• The first phones arrive – and become status symbols Few people got the chance to use the very early mobile phones. The first call was made in New York in 1973, but handsets with a network to use were not available until 1983 in the US, and 1985 in the UK. That first British mobile phone was essentially a heavy briefcase with a receiver attached by a wire. It cost £2,000 (£5,000 in today’s prices), and gave you half an hour’s chat on an overnight charge. Making a call was not something you could do subtly, but that wasn’t the point; the first handsets were there to be seen. They sent a message that you were bold and confident with new technology, that you were busy and important enough to need a mobile phone, and were rich enough to buy one.
• Text messages spawn a whole new language The first mobiles worked with analogue signals and could only make phone calls, but the digital ones that followed in the early 1990s could send SMS messages as well. After the first message was sent on 3 December 1992, texting took off like a rocket, even though it was still a pretty cumbersome procedure. Handsets with predictive text would make things easier, but in the 1990s you could save a lot of time by removing all excess letters from a message, often the vowels, and so txtspk ws brn. Today the average mobile phone sends more than 100 texts per month.
• Phones turn us all into photographers... There seemed to be no good reason for the first camera phones, which began to appear in 2002, with resolutions of about 0.3 megapixels. They took grainy, blurry pictures on postage stamp-sized screens, and even these filled the phone’s memory in no time. Gradually, though, as the quality improved, the uses followed. As well as the usual photos of friends and family, they were handy for “saving” pieces of paper, and in pubs you could take a picture of the specials board and take it back to your table. Modern camera phones have changed beyond recognition in the past 20 years. The new mobile phones boast the highest resolution dual camera on a smartphone: a 16-megapixel camera and a 20-megapixel camera side-by-side. The dual camera allows users to focus on their subjects, while blurring out the background, producing professional-looking portraits.
…and we turn ourselves into celebrities
Twenty years ago people would have thought you a little strange if you took flattering photos of yourself and your lifestyle and then distributed them to your friends – let alone to members of the public. If you used printed photographs rather than a smartphone app, they would still think so today. Yet sharing our lives on social media is now the norm, not the exception – and it was the camera phone that made it all possible. Now, some phones come with an enormous 64GB of memory, so you can capture, share and store an almost countless number of videos and pictures – well, certainly enough to keep up with the Kardashians.
(www.theguardian.com, 07.07.2017. Adaptado.)
The mobile phones connected to a network were first - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
Has any device changed our lives as much, and as quickly, as the mobile phone? There are people today for whom the world of address books, street atlases and phone boxes seems very far away, lost in the mists of time. Following, there are just some of the big milestones from the past 30 years that have made almost everything we do easier, more public and very, very fast.
• The first phones arrive – and become status symbols Few people got the chance to use the very early mobile phones. The first call was made in New York in 1973, but handsets with a network to use were not available until 1983 in the US, and 1985 in the UK. That first British mobile phone was essentially a heavy briefcase with a receiver attached by a wire. It cost £2,000 (£5,000 in today’s prices), and gave you half an hour’s chat on an overnight charge. Making a call was not something you could do subtly, but that wasn’t the point; the first handsets were there to be seen. They sent a message that you were bold and confident with new technology, that you were busy and important enough to need a mobile phone, and were rich enough to buy one.
• Text messages spawn a whole new language The first mobiles worked with analogue signals and could only make phone calls, but the digital ones that followed in the early 1990s could send SMS messages as well. After the first message was sent on 3 December 1992, texting took off like a rocket, even though it was still a pretty cumbersome procedure. Handsets with predictive text would make things easier, but in the 1990s you could save a lot of time by removing all excess letters from a message, often the vowels, and so txtspk ws brn. Today the average mobile phone sends more than 100 texts per month.
• Phones turn us all into photographers... There seemed to be no good reason for the first camera phones, which began to appear in 2002, with resolutions of about 0.3 megapixels. They took grainy, blurry pictures on postage stamp-sized screens, and even these filled the phone’s memory in no time. Gradually, though, as the quality improved, the uses followed. As well as the usual photos of friends and family, they were handy for “saving” pieces of paper, and in pubs you could take a picture of the specials board and take it back to your table. Modern camera phones have changed beyond recognition in the past 20 years. The new mobile phones boast the highest resolution dual camera on a smartphone: a 16-megapixel camera and a 20-megapixel camera side-by-side. The dual camera allows users to focus on their subjects, while blurring out the background, producing professional-looking portraits.
…and we turn ourselves into celebrities
Twenty years ago people would have thought you a little strange if you took flattering photos of yourself and your lifestyle and then distributed them to your friends – let alone to members of the public. If you used printed photographs rather than a smartphone app, they would still think so today. Yet sharing our lives on social media is now the norm, not the exception – and it was the camera phone that made it all possible. Now, some phones come with an enormous 64GB of memory, so you can capture, share and store an almost countless number of videos and pictures – well, certainly enough to keep up with the Kardashians.
(www.theguardian.com, 07.07.2017. Adaptado.)
According to the third paragraph, people started to - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
Has any device changed our lives as much, and as quickly, as the mobile phone? There are people today for whom the world of address books, street atlases and phone boxes seems very far away, lost in the mists of time. Following, there are just some of the big milestones from the past 30 years that have made almost everything we do easier, more public and very, very fast.
• The first phones arrive – and become status symbols Few people got the chance to use the very early mobile phones. The first call was made in New York in 1973, but handsets with a network to use were not available until 1983 in the US, and 1985 in the UK. That first British mobile phone was essentially a heavy briefcase with a receiver attached by a wire. It cost £2,000 (£5,000 in today’s prices), and gave you half an hour’s chat on an overnight charge. Making a call was not something you could do subtly, but that wasn’t the point; the first handsets were there to be seen. They sent a message that you were bold and confident with new technology, that you were busy and important enough to need a mobile phone, and were rich enough to buy one.
• Text messages spawn a whole new language The first mobiles worked with analogue signals and could only make phone calls, but the digital ones that followed in the early 1990s could send SMS messages as well. After the first message was sent on 3 December 1992, texting took off like a rocket, even though it was still a pretty cumbersome procedure. Handsets with predictive text would make things easier, but in the 1990s you could save a lot of time by removing all excess letters from a message, often the vowels, and so txtspk ws brn. Today the average mobile phone sends more than 100 texts per month.
• Phones turn us all into photographers... There seemed to be no good reason for the first camera phones, which began to appear in 2002, with resolutions of about 0.3 megapixels. They took grainy, blurry pictures on postage stamp-sized screens, and even these filled the phone’s memory in no time. Gradually, though, as the quality improved, the uses followed. As well as the usual photos of friends and family, they were handy for “saving” pieces of paper, and in pubs you could take a picture of the specials board and take it back to your table. Modern camera phones have changed beyond recognition in the past 20 years. The new mobile phones boast the highest resolution dual camera on a smartphone: a 16-megapixel camera and a 20-megapixel camera side-by-side. The dual camera allows users to focus on their subjects, while blurring out the background, producing professional-looking portraits.
…and we turn ourselves into celebrities
Twenty years ago people would have thought you a little strange if you took flattering photos of yourself and your lifestyle and then distributed them to your friends – let alone to members of the public. If you used printed photographs rather than a smartphone app, they would still think so today. Yet sharing our lives on social media is now the norm, not the exception – and it was the camera phone that made it all possible. Now, some phones come with an enormous 64GB of memory, so you can capture, share and store an almost countless number of videos and pictures – well, certainly enough to keep up with the Kardashians.
(www.theguardian.com, 07.07.2017. Adaptado.)
No trecho do terceiro parágrafo “by removing all excess - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
Has any device changed our lives as much, and as quickly, as the mobile phone? There are people today for whom the world of address books, street atlases and phone boxes seems very far away, lost in the mists of time. Following, there are just some of the big milestones from the past 30 years that have made almost everything we do easier, more public and very, very fast.
• The first phones arrive – and become status symbols Few people got the chance to use the very early mobile phones. The first call was made in New York in 1973, but handsets with a network to use were not available until 1983 in the US, and 1985 in the UK. That first British mobile phone was essentially a heavy briefcase with a receiver attached by a wire. It cost £2,000 (£5,000 in today’s prices), and gave you half an hour’s chat on an overnight charge. Making a call was not something you could do subtly, but that wasn’t the point; the first handsets were there to be seen. They sent a message that you were bold and confident with new technology, that you were busy and important enough to need a mobile phone, and were rich enough to buy one.
• Text messages spawn a whole new language The first mobiles worked with analogue signals and could only make phone calls, but the digital ones that followed in the early 1990s could send SMS messages as well. After the first message was sent on 3 December 1992, texting took off like a rocket, even though it was still a pretty cumbersome procedure. Handsets with predictive text would make things easier, but in the 1990s you could save a lot of time by removing all excess letters from a message, often the vowels, and so txtspk ws brn. Today the average mobile phone sends more than 100 texts per month.
• Phones turn us all into photographers... There seemed to be no good reason for the first camera phones, which began to appear in 2002, with resolutions of about 0.3 megapixels. They took grainy, blurry pictures on postage stamp-sized screens, and even these filled the phone’s memory in no time. Gradually, though, as the quality improved, the uses followed. As well as the usual photos of friends and family, they were handy for “saving” pieces of paper, and in pubs you could take a picture of the specials board and take it back to your table. Modern camera phones have changed beyond recognition in the past 20 years. The new mobile phones boast the highest resolution dual camera on a smartphone: a 16-megapixel camera and a 20-megapixel camera side-by-side. The dual camera allows users to focus on their subjects, while blurring out the background, producing professional-looking portraits.
…and we turn ourselves into celebrities
Twenty years ago people would have thought you a little strange if you took flattering photos of yourself and your lifestyle and then distributed them to your friends – let alone to members of the public. If you used printed photographs rather than a smartphone app, they would still think so today. Yet sharing our lives on social media is now the norm, not the exception – and it was the camera phone that made it all possible. Now, some phones come with an enormous 64GB of memory, so you can capture, share and store an almost countless number of videos and pictures – well, certainly enough to keep up with the Kardashians.
(www.theguardian.com, 07.07.2017. Adaptado.)
According to the fourth paragraph, a) side-by-side - UNIFESP 2019
Inglês - 2018
Has any device changed our lives as much, and as quickly, as the mobile phone? There are people today for whom the world of address books, street atlases and phone boxes seems very far away, lost in the mists of time. Following, there are just some of the big milestones from the past 30 years that have made almost everything we do easier, more public and very, very fast.
• The first phones arrive – and become status symbols Few people got the chance to use the very early mobile phones. The first call was made in New York in 1973, but handsets with a network to use were not available until 1983 in the US, and 1985 in the UK. That first British mobile phone was essentially a heavy briefcase with a receiver attached by a wire. It cost £2,000 (£5,000 in today’s prices), and gave you half an hour’s chat on an overnight charge. Making a call was not something you could do subtly, but that wasn’t the point; the first handsets were there to be seen. They sent a message that you were bold and confident with new technology, that you were busy and important enough to need a mobile phone, and were rich enough to buy one.
• Text messages spawn a whole new language The first mobiles worked with analogue signals and could only make phone calls, but the digital ones that followed in the early 1990s could send SMS messages as well. After the first message was sent on 3 December 1992, texting took off like a rocket, even though it was still a pretty cumbersome procedure. Handsets with predictive text would make things easier, but in the 1990s you could save a lot of time by removing all excess letters from a message, often the vowels, and so txtspk ws brn. Today the average mobile phone sends more than 100 texts per month.
• Phones turn us all into photographers... There seemed to be no good reason for the first camera phones, which began to appear in 2002, with resolutions of about 0.3 megapixels. They took grainy, blurry pictures on postage stamp-sized screens, and even these filled the phone’s memory in no time. Gradually, though, as the quality improved, the uses followed. As well as the usual photos of friends and family, they were handy for “saving” pieces of paper, and in pubs you could take a picture of the specials board and take it back to your table. Modern camera phones have changed beyond recognition in the past 20 years. The new mobile phones boast the highest resolution dual camera on a smartphone: a 16-megapixel camera and a 20-megapixel camera side-by-side. The dual camera allows users to focus on their subjects, while blurring out the background, producing professional-looking portraits.
…and we turn ourselves into celebrities
Twenty years ago people would have thought you a little strange if you took flattering photos of yourself and your lifestyle and then distributed them to your friends – let alone to members of the public. If you used printed photographs rather than a smartphone app, they would still think so today. Yet sharing our lives on social media is now the norm, not the exception – and it was the camera phone that made it all possible. Now, some phones come with an enormous 64GB of memory, so you can capture, share and store an almost countless number of videos and pictures – well, certainly enough to keep up with the Kardashians.
(www.theguardian.com, 07.07.2017. Adaptado.)
No trecho do quarto parágrafo “and even these filled - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
Has any device changed our lives as much, and as quickly, as the mobile phone? There are people today for whom the world of address books, street atlases and phone boxes seems very far away, lost in the mists of time. Following, there are just some of the big milestones from the past 30 years that have made almost everything we do easier, more public and very, very fast.
• The first phones arrive – and become status symbols Few people got the chance to use the very early mobile phones. The first call was made in New York in 1973, but handsets with a network to use were not available until 1983 in the US, and 1985 in the UK. That first British mobile phone was essentially a heavy briefcase with a receiver attached by a wire. It cost £2,000 (£5,000 in today’s prices), and gave you half an hour’s chat on an overnight charge. Making a call was not something you could do subtly, but that wasn’t the point; the first handsets were there to be seen. They sent a message that you were bold and confident with new technology, that you were busy and important enough to need a mobile phone, and were rich enough to buy one.
• Text messages spawn a whole new language The first mobiles worked with analogue signals and could only make phone calls, but the digital ones that followed in the early 1990s could send SMS messages as well. After the first message was sent on 3 December 1992, texting took off like a rocket, even though it was still a pretty cumbersome procedure. Handsets with predictive text would make things easier, but in the 1990s you could save a lot of time by removing all excess letters from a message, often the vowels, and so txtspk ws brn. Today the average mobile phone sends more than 100 texts per month.
• Phones turn us all into photographers... There seemed to be no good reason for the first camera phones, which began to appear in 2002, with resolutions of about 0.3 megapixels. They took grainy, blurry pictures on postage stamp-sized screens, and even these filled the phone’s memory in no time. Gradually, though, as the quality improved, the uses followed. As well as the usual photos of friends and family, they were handy for “saving” pieces of paper, and in pubs you could take a picture of the specials board and take it back to your table. Modern camera phones have changed beyond recognition in the past 20 years. The new mobile phones boast the highest resolution dual camera on a smartphone: a 16-megapixel camera and a 20-megapixel camera side-by-side. The dual camera allows users to focus on their subjects, while blurring out the background, producing professional-looking portraits.
…and we turn ourselves into celebrities
Twenty years ago people would have thought you a little strange if you took flattering photos of yourself and your lifestyle and then distributed them to your friends – let alone to members of the public. If you used printed photographs rather than a smartphone app, they would still think so today. Yet sharing our lives on social media is now the norm, not the exception – and it was the camera phone that made it all possible. Now, some phones come with an enormous 64GB of memory, so you can capture, share and store an almost countless number of videos and pictures – well, certainly enough to keep up with the Kardashians.
(www.theguardian.com, 07.07.2017. Adaptado.)
No trecho do quarto parágrafo “filled the phone’s - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
Has any device changed our lives as much, and as quickly, as the mobile phone? There are people today for whom the world of address books, street atlases and phone boxes seems very far away, lost in the mists of time. Following, there are just some of the big milestones from the past 30 years that have made almost everything we do easier, more public and very, very fast.
• The first phones arrive – and become status symbols Few people got the chance to use the very early mobile phones. The first call was made in New York in 1973, but handsets with a network to use were not available until 1983 in the US, and 1985 in the UK. That first British mobile phone was essentially a heavy briefcase with a receiver attached by a wire. It cost £2,000 (£5,000 in today’s prices), and gave you half an hour’s chat on an overnight charge. Making a call was not something you could do subtly, but that wasn’t the point; the first handsets were there to be seen. They sent a message that you were bold and confident with new technology, that you were busy and important enough to need a mobile phone, and were rich enough to buy one.
• Text messages spawn a whole new language The first mobiles worked with analogue signals and could only make phone calls, but the digital ones that followed in the early 1990s could send SMS messages as well. After the first message was sent on 3 December 1992, texting took off like a rocket, even though it was still a pretty cumbersome procedure. Handsets with predictive text would make things easier, but in the 1990s you could save a lot of time by removing all excess letters from a message, often the vowels, and so txtspk ws brn. Today the average mobile phone sends more than 100 texts per month.
• Phones turn us all into photographers... There seemed to be no good reason for the first camera phones, which began to appear in 2002, with resolutions of about 0.3 megapixels. They took grainy, blurry pictures on postage stamp-sized screens, and even these filled the phone’s memory in no time. Gradually, though, as the quality improved, the uses followed. As well as the usual photos of friends and family, they were handy for “saving” pieces of paper, and in pubs you could take a picture of the specials board and take it back to your table. Modern camera phones have changed beyond recognition in the past 20 years. The new mobile phones boast the highest resolution dual camera on a smartphone: a 16-megapixel camera and a 20-megapixel camera side-by-side. The dual camera allows users to focus on their subjects, while blurring out the background, producing professional-looking portraits.
…and we turn ourselves into celebrities
Twenty years ago people would have thought you a little strange if you took flattering photos of yourself and your lifestyle and then distributed them to your friends – let alone to members of the public. If you used printed photographs rather than a smartphone app, they would still think so today. Yet sharing our lives on social media is now the norm, not the exception – and it was the camera phone that made it all possible. Now, some phones come with an enormous 64GB of memory, so you can capture, share and store an almost countless number of videos and pictures – well, certainly enough to keep up with the Kardashians.
(www.theguardian.com, 07.07.2017. Adaptado.)
No trecho do quarto parágrafo “The dual camera allows - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
Has any device changed our lives as much, and as quickly, as the mobile phone? There are people today for whom the world of address books, street atlases and phone boxes seems very far away, lost in the mists of time. Following, there are just some of the big milestones from the past 30 years that have made almost everything we do easier, more public and very, very fast.
• The first phones arrive – and become status symbols Few people got the chance to use the very early mobile phones. The first call was made in New York in 1973, but handsets with a network to use were not available until 1983 in the US, and 1985 in the UK. That first British mobile phone was essentially a heavy briefcase with a receiver attached by a wire. It cost £2,000 (£5,000 in today’s prices), and gave you half an hour’s chat on an overnight charge. Making a call was not something you could do subtly, but that wasn’t the point; the first handsets were there to be seen. They sent a message that you were bold and confident with new technology, that you were busy and important enough to need a mobile phone, and were rich enough to buy one.
• Text messages spawn a whole new language The first mobiles worked with analogue signals and could only make phone calls, but the digital ones that followed in the early 1990s could send SMS messages as well. After the first message was sent on 3 December 1992, texting took off like a rocket, even though it was still a pretty cumbersome procedure. Handsets with predictive text would make things easier, but in the 1990s you could save a lot of time by removing all excess letters from a message, often the vowels, and so txtspk ws brn. Today the average mobile phone sends more than 100 texts per month.
• Phones turn us all into photographers... There seemed to be no good reason for the first camera phones, which began to appear in 2002, with resolutions of about 0.3 megapixels. They took grainy, blurry pictures on postage stamp-sized screens, and even these filled the phone’s memory in no time. Gradually, though, as the quality improved, the uses followed. As well as the usual photos of friends and family, they were handy for “saving” pieces of paper, and in pubs you could take a picture of the specials board and take it back to your table. Modern camera phones have changed beyond recognition in the past 20 years. The new mobile phones boast the highest resolution dual camera on a smartphone: a 16-megapixel camera and a 20-megapixel camera side-by-side. The dual camera allows users to focus on their subjects, while blurring out the background, producing professional-looking portraits.
…and we turn ourselves into celebrities
Twenty years ago people would have thought you a little strange if you took flattering photos of yourself and your lifestyle and then distributed them to your friends – let alone to members of the public. If you used printed photographs rather than a smartphone app, they would still think so today. Yet sharing our lives on social media is now the norm, not the exception – and it was the camera phone that made it all possible. Now, some phones come with an enormous 64GB of memory, so you can capture, share and store an almost countless number of videos and pictures – well, certainly enough to keep up with the Kardashians.
(www.theguardian.com, 07.07.2017. Adaptado.)
De acordo com as informações do quinto parágrafo, a) - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
Has any device changed our lives as much, and as quickly, as the mobile phone? There are people today for whom the world of address books, street atlases and phone boxes seems very far away, lost in the mists of time. Following, there are just some of the big milestones from the past 30 years that have made almost everything we do easier, more public and very, very fast.
• The first phones arrive – and become status symbols Few people got the chance to use the very early mobile phones. The first call was made in New York in 1973, but handsets with a network to use were not available until 1983 in the US, and 1985 in the UK. That first British mobile phone was essentially a heavy briefcase with a receiver attached by a wire. It cost £2,000 (£5,000 in today’s prices), and gave you half an hour’s chat on an overnight charge. Making a call was not something you could do subtly, but that wasn’t the point; the first handsets were there to be seen. They sent a message that you were bold and confident with new technology, that you were busy and important enough to need a mobile phone, and were rich enough to buy one.
• Text messages spawn a whole new language The first mobiles worked with analogue signals and could only make phone calls, but the digital ones that followed in the early 1990s could send SMS messages as well. After the first message was sent on 3 December 1992, texting took off like a rocket, even though it was still a pretty cumbersome procedure. Handsets with predictive text would make things easier, but in the 1990s you could save a lot of time by removing all excess letters from a message, often the vowels, and so txtspk ws brn. Today the average mobile phone sends more than 100 texts per month.
• Phones turn us all into photographers... There seemed to be no good reason for the first camera phones, which began to appear in 2002, with resolutions of about 0.3 megapixels. They took grainy, blurry pictures on postage stamp-sized screens, and even these filled the phone’s memory in no time. Gradually, though, as the quality improved, the uses followed. As well as the usual photos of friends and family, they were handy for “saving” pieces of paper, and in pubs you could take a picture of the specials board and take it back to your table. Modern camera phones have changed beyond recognition in the past 20 years. The new mobile phones boast the highest resolution dual camera on a smartphone: a 16-megapixel camera and a 20-megapixel camera side-by-side. The dual camera allows users to focus on their subjects, while blurring out the background, producing professional-looking portraits.
…and we turn ourselves into celebrities
Twenty years ago people would have thought you a little strange if you took flattering photos of yourself and your lifestyle and then distributed them to your friends – let alone to members of the public. If you used printed photographs rather than a smartphone app, they would still think so today. Yet sharing our lives on social media is now the norm, not the exception – and it was the camera phone that made it all possible. Now, some phones come with an enormous 64GB of memory, so you can capture, share and store an almost countless number of videos and pictures – well, certainly enough to keep up with the Kardashians.
(www.theguardian.com, 07.07.2017. Adaptado.)
No trecho do quinto parágrafo “they would still think - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
Has any device changed our lives as much, and as quickly, as the mobile phone? There are people today for whom the world of address books, street atlases and phone boxes seems very far away, lost in the mists of time. Following, there are just some of the big milestones from the past 30 years that have made almost everything we do easier, more public and very, very fast.
• The first phones arrive – and become status symbols Few people got the chance to use the very early mobile phones. The first call was made in New York in 1973, but handsets with a network to use were not available until 1983 in the US, and 1985 in the UK. That first British mobile phone was essentially a heavy briefcase with a receiver attached by a wire. It cost £2,000 (£5,000 in today’s prices), and gave you half an hour’s chat on an overnight charge. Making a call was not something you could do subtly, but that wasn’t the point; the first handsets were there to be seen. They sent a message that you were bold and confident with new technology, that you were busy and important enough to need a mobile phone, and were rich enough to buy one.
• Text messages spawn a whole new language The first mobiles worked with analogue signals and could only make phone calls, but the digital ones that followed in the early 1990s could send SMS messages as well. After the first message was sent on 3 December 1992, texting took off like a rocket, even though it was still a pretty cumbersome procedure. Handsets with predictive text would make things easier, but in the 1990s you could save a lot of time by removing all excess letters from a message, often the vowels, and so txtspk ws brn. Today the average mobile phone sends more than 100 texts per month.
• Phones turn us all into photographers... There seemed to be no good reason for the first camera phones, which began to appear in 2002, with resolutions of about 0.3 megapixels. They took grainy, blurry pictures on postage stamp-sized screens, and even these filled the phone’s memory in no time. Gradually, though, as the quality improved, the uses followed. As well as the usual photos of friends and family, they were handy for “saving” pieces of paper, and in pubs you could take a picture of the specials board and take it back to your table. Modern camera phones have changed beyond recognition in the past 20 years. The new mobile phones boast the highest resolution dual camera on a smartphone: a 16-megapixel camera and a 20-megapixel camera side-by-side. The dual camera allows users to focus on their subjects, while blurring out the background, producing professional-looking portraits.
…and we turn ourselves into celebrities
Twenty years ago people would have thought you a little strange if you took flattering photos of yourself and your lifestyle and then distributed them to your friends – let alone to members of the public. If you used printed photographs rather than a smartphone app, they would still think so today. Yet sharing our lives on social media is now the norm, not the exception – and it was the camera phone that made it all possible. Now, some phones come with an enormous 64GB of memory, so you can capture, share and store an almost countless number of videos and pictures – well, certainly enough to keep up with the Kardashians.
(www.theguardian.com, 07.07.2017. Adaptado.)
A tira evidencia que a) as duas mulheres desaprovam o - UNIFESP 2018
Inglês - 2018
No primeiro parágrafo, o autor recorre a uma construção - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2018Leia o trecho inicial de Raízes do Brasil, do historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), para responder a questão.
A tentativa de implantação da cultura europeia em extenso território, dotado de condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar, é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em consequências. Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra. Podemos construir obras excelentes, enriquecer nossa humanidade de aspectos novos e imprevistos, elevar à perfeição o tipo de civilização que representamos: o certo é que todo o fruto de nosso trabalho ou de nossa preguiça parece participar de um sistema de evolução próprio de outro clima e de outra paisagem.
Assim, antes de perguntar até que ponto poderá alcançar bom êxito a tentativa, caberia averiguar até onde temos podido representar aquelas formas de convívio, instituições e ideias de que somos herdeiros. É significativa, em primeiro lugar, a circunstância de termos recebido a herança através de uma nação ibérica. A Espanha e Portugal são, com a Rússia e os países balcânicos (e em certo sentido também a Inglaterra), um dos territórios-ponte pelos quais a Europa se comunica com os outros mundos. Assim, eles constituem uma zona fronteiriça, de transição, menos carregada, em alguns casos, desse europeísmo que, não obstante, mantêm como um patrimônio necessário.
Foi a partir da época dos grandes descobrimentos marítimos que os dois países entraram mais decididamente no coro europeu. Esse ingresso tardio deveria repercutir intensamente em seus destinos, determinando muitos aspectos peculiares de sua história e de sua formação espiritual. Surgiu, assim, um tipo de sociedade que se desenvolveria, em alguns sentidos, quase à margem das congêneres europeias, e sem delas receber qualquer incitamento que já não trouxesse em germe.
Quais os fundamentos em que assentam de preferência as formas de vida social nessa região indecisa entre a Europa e a África, que se estende dos Pireneus a Gibraltar? Como explicar muitas daquelas formas, sem recorrer a indicações mais ou menos vagas e que jamais nos conduziriam a uma estrita objetividade?
Precisamente a comparação entre elas e as da Europa de além-Pireneus faz ressaltar uma característica bem peculiar à gente da península Ibérica, uma característica que ela está longe de partilhar, pelo menos na mesma intensidade, com qualquer de seus vizinhos do continente. É que nenhum desses vizinhos soube desenvolver a tal extremo essa cultura da personalidade, que parececonstituir o traço mais decisivo na evolução da gente hispânica, desde tempos imemoriais. Pode dizer-se, realmente, que pela importância particular que atribuem ao valor próprio da pessoa humana, à autonomia de cada um dos homens em relação aos semelhantes no tempo e no espaço, devem os espanhóis e portugueses muito de sua originalidade nacional. [...]
É dela que resulta largamente a singular tibieza das formas de organização, de todas as associações que impliquem solidariedade e ordenação entre esses povos. Em terra onde todos são barões não é possível acordo coletivo durável, a não ser por uma força exterior respeitável e temida.
(Raízes do Brasil, 2000.)
Em “Podemos [...] elevar à perfeição o tipo de civiliza - UNIFESP 2018
Língua Portuguesa - 2018Leia o trecho inicial de Raízes do Brasil, do historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), para responder a questão.
A tentativa de implantação da cultura europeia em extenso território, dotado de condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar, é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em consequências. Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra. Podemos construir obras excelentes, enriquecer nossa humanidade de aspectos novos e imprevistos, elevar à perfeição o tipo de civilização que representamos: o certo é que todo o fruto de nosso trabalho ou de nossa preguiça parece participar de um sistema de evolução próprio de outro clima e de outra paisagem.
Assim, antes de perguntar até que ponto poderá alcançar bom êxito a tentativa, caberia averiguar até onde temos podido representar aquelas formas de convívio, instituições e ideias de que somos herdeiros. É significativa, em primeiro lugar, a circunstância de termos recebido a herança através de uma nação ibérica. A Espanha e Portugal são, com a Rússia e os países balcânicos (e em certo sentido também a Inglaterra), um dos territórios-ponte pelos quais a Europa se comunica com os outros mundos. Assim, eles constituem uma zona fronteiriça, de transição, menos carregada, em alguns casos, desse europeísmo que, não obstante, mantêm como um patrimônio necessário.
Foi a partir da época dos grandes descobrimentos marítimos que os dois países entraram mais decididamente no coro europeu. Esse ingresso tardio deveria repercutir intensamente em seus destinos, determinando muitos aspectos peculiares de sua história e de sua formação espiritual. Surgiu, assim, um tipo de sociedade que se desenvolveria, em alguns sentidos, quase à margem das congêneres europeias, e sem delas receber qualquer incitamento que já não trouxesse em germe.
Quais os fundamentos em que assentam de preferência as formas de vida social nessa região indecisa entre a Europa e a África, que se estende dos Pireneus a Gibraltar? Como explicar muitas daquelas formas, sem recorrer a indicações mais ou menos vagas e que jamais nos conduziriam a uma estrita objetividade?
Precisamente a comparação entre elas e as da Europa de além-Pireneus faz ressaltar uma característica bem peculiar à gente da península Ibérica, uma característica que ela está longe de partilhar, pelo menos na mesma intensidade, com qualquer de seus vizinhos do continente. É que nenhum desses vizinhos soube desenvolver a tal extremo essa cultura da personalidade, que parececonstituir o traço mais decisivo na evolução da gente hispânica, desde tempos imemoriais. Pode dizer-se, realmente, que pela importância particular que atribuem ao valor próprio da pessoa humana, à autonomia de cada um dos homens em relação aos semelhantes no tempo e no espaço, devem os espanhóis e portugueses muito de sua originalidade nacional. [...]
É dela que resulta largamente a singular tibieza das formas de organização, de todas as associações que impliquem solidariedade e ordenação entre esses povos. Em terra onde todos são barões não é possível acordo coletivo durável, a não ser por uma força exterior respeitável e temida.
(Raízes do Brasil, 2000.)
Examine a tira do cartunista argentino Quino (1932- ). - UNIFESP 2017
Inglês - 2017Examine a tira do cartunista argentino Quino (1932- )

Em “A Espanha e Portugal são, com a Rússia e os países - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o trecho inicial de Raízes do Brasil, do historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), para responder a questão.
A tentativa de implantação da cultura europeia em extenso território, dotado de condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar, é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em consequências. Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra. Podemos construir obras excelentes, enriquecer nossa humanidade de aspectos novos e imprevistos, elevar à perfeição o tipo de civilização que representamos: o certo é que todo o fruto de nosso trabalho ou de nossa preguiça parece participar de um sistema de evolução próprio de outro clima e de outra paisagem.
Assim, antes de perguntar até que ponto poderá alcançar bom êxito a tentativa, caberia averiguar até onde temos podido representar aquelas formas de convívio, instituições e ideias de que somos herdeiros. É significativa, em primeiro lugar, a circunstância de termos recebido a herança através de uma nação ibérica. A Espanha e Portugal são, com a Rússia e os países balcânicos (e em certo sentido também a Inglaterra), um dos territórios-ponte pelos quais a Europa se comunica com os outros mundos. Assim, eles constituem uma zona fronteiriça, de transição, menos carregada, em alguns casos, desse europeísmo que, não obstante, mantêm como um patrimônio necessário.
Foi a partir da época dos grandes descobrimentos marítimos que os dois países entraram mais decididamente no coro europeu. Esse ingresso tardio deveria repercutir intensamente em seus destinos, determinando muitos aspectos peculiares de sua história e de sua formação espiritual. Surgiu, assim, um tipo de sociedade que se desenvolveria, em alguns sentidos, quase à margem das congêneres europeias, e sem delas receber qualquer incitamento que já não trouxesse em germe.
Quais os fundamentos em que assentam de preferência as formas de vida social nessa região indecisa entre a Europa e a África, que se estende dos Pireneus a Gibraltar? Como explicar muitas daquelas formas, sem recorrer a indicações mais ou menos vagas e que jamais nos conduziriam a uma estrita objetividade?
Precisamente a comparação entre elas e as da Europa de além-Pireneus faz ressaltar uma característica bem peculiar à gente da península Ibérica, uma característica que ela está longe de partilhar, pelo menos na mesma intensidade, com qualquer de seus vizinhos do continente. É que nenhum desses vizinhos soube desenvolver a tal extremo essa cultura da personalidade, que parececonstituir o traço mais decisivo na evolução da gente hispânica, desde tempos imemoriais. Pode dizer-se, realmente, que pela importância particular que atribuem ao valor próprio da pessoa humana, à autonomia de cada um dos homens em relação aos semelhantes no tempo e no espaço, devem os espanhóis e portugueses muito de sua originalidade nacional. [...]
É dela que resulta largamente a singular tibieza das formas de organização, de todas as associações que impliquem solidariedade e ordenação entre esses povos. Em terra onde todos são barões não é possível acordo coletivo durável, a não ser por uma força exterior respeitável e temida.
(Raízes do Brasil, 2000.)
Em “Assim, eles constituem uma zona fronteiriça, de - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o trecho inicial de Raízes do Brasil, do historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), para responder a questão.
A tentativa de implantação da cultura europeia em extenso território, dotado de condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar, é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em consequências. Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra. Podemos construir obras excelentes, enriquecer nossa humanidade de aspectos novos e imprevistos, elevar à perfeição o tipo de civilização que representamos: o certo é que todo o fruto de nosso trabalho ou de nossa preguiça parece participar de um sistema de evolução próprio de outro clima e de outra paisagem.
Assim, antes de perguntar até que ponto poderá alcançar bom êxito a tentativa, caberia averiguar até onde temos podido representar aquelas formas de convívio, instituições e ideias de que somos herdeiros. É significativa, em primeiro lugar, a circunstância de termos recebido a herança através de uma nação ibérica. A Espanha e Portugal são, com a Rússia e os países balcânicos (e em certo sentido também a Inglaterra), um dos territórios-ponte pelos quais a Europa se comunica com os outros mundos. Assim, eles constituem uma zona fronteiriça, de transição, menos carregada, em alguns casos, desse europeísmo que, não obstante, mantêm como um patrimônio necessário.
Foi a partir da época dos grandes descobrimentos marítimos que os dois países entraram mais decididamente no coro europeu. Esse ingresso tardio deveria repercutir intensamente em seus destinos, determinando muitos aspectos peculiares de sua história e de sua formação espiritual. Surgiu, assim, um tipo de sociedade que se desenvolveria, em alguns sentidos, quase à margem das congêneres europeias, e sem delas receber qualquer incitamento que já não trouxesse em germe.
Quais os fundamentos em que assentam de preferência as formas de vida social nessa região indecisa entre a Europa e a África, que se estende dos Pireneus a Gibraltar? Como explicar muitas daquelas formas, sem recorrer a indicações mais ou menos vagas e que jamais nos conduziriam a uma estrita objetividade?
Precisamente a comparação entre elas e as da Europa de além-Pireneus faz ressaltar uma característica bem peculiar à gente da península Ibérica, uma característica que ela está longe de partilhar, pelo menos na mesma intensidade, com qualquer de seus vizinhos do continente. É que nenhum desses vizinhos soube desenvolver a tal extremo essa cultura da personalidade, que parececonstituir o traço mais decisivo na evolução da gente hispânica, desde tempos imemoriais. Pode dizer-se, realmente, que pela importância particular que atribuem ao valor próprio da pessoa humana, à autonomia de cada um dos homens em relação aos semelhantes no tempo e no espaço, devem os espanhóis e portugueses muito de sua originalidade nacional. [...]
É dela que resulta largamente a singular tibieza das formas de organização, de todas as associações que impliquem solidariedade e ordenação entre esses povos. Em terra onde todos são barões não é possível acordo coletivo durável, a não ser por uma força exterior respeitável e temida.
(Raízes do Brasil, 2000.)
O Dicionário Houaiss de língua portuguesa define - UNIFESP 2017
Inglês - 2017Leia o trecho inicial de Raízes do Brasil, do historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), para responder a questão.
A tentativa de implantação da cultura europeia em extenso território, dotado de condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar, é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em consequências. Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra. Podemos construir obras excelentes, enriquecer nossa humanidade de aspectos novos e imprevistos, elevar à perfeição o tipo de civilização que representamos: o certo é que todo o fruto de nosso trabalho ou de nossa preguiça parece participar de um sistema de evolução próprio de outro clima e de outra paisagem.
Assim, antes de perguntar até que ponto poderá alcançar bom êxito a tentativa, caberia averiguar até onde temos podido representar aquelas formas de convívio, instituições e ideias de que somos herdeiros. É significativa, em primeiro lugar, a circunstância de termos recebido a herança através de uma nação ibérica. A Espanha e Portugal são, com a Rússia e os países balcânicos (e em certo sentido também a Inglaterra), um dos territórios-ponte pelos quais a Europa se comunica com os outros mundos. Assim, eles constituem uma zona fronteiriça, de transição, menos carregada, em alguns casos, desse europeísmo que, não obstante, mantêm como um patrimônio necessário.
Foi a partir da época dos grandes descobrimentos marítimos que os dois países entraram mais decididamente no coro europeu. Esse ingresso tardio deveria repercutir intensamente em seus destinos, determinando muitos aspectos peculiares de sua história e de sua formação espiritual. Surgiu, assim, um tipo de sociedade que se desenvolveria, em alguns sentidos, quase à margem das congêneres europeias, e sem delas receber qualquer incitamento que já não trouxesse em germe.
Quais os fundamentos em que assentam de preferência as formas de vida social nessa região indecisa entre a Europa e a África, que se estende dos Pireneus a Gibraltar? Como explicar muitas daquelas formas, sem recorrer a indicações mais ou menos vagas e que jamais nos conduziriam a uma estrita objetividade?
Precisamente a comparação entre elas e as da Europa de além-Pireneus faz ressaltar uma característica bem peculiar à gente da península Ibérica, uma característica que ela está longe de partilhar, pelo menos na mesma intensidade, com qualquer de seus vizinhos do continente. É que nenhum desses vizinhos soube desenvolver a tal extremo essa cultura da personalidade, que parececonstituir o traço mais decisivo na evolução da gente hispânica, desde tempos imemoriais. Pode dizer-se, realmente, que pela importância particular que atribuem ao valor próprio da pessoa humana, à autonomia de cada um dos homens em relação aos semelhantes no tempo e no espaço, devem os espanhóis e portugueses muito de sua originalidade nacional. [...]
É dela que resulta largamente a singular tibieza das formas de organização, de todas as associações que impliquem solidariedade e ordenação entre esses povos. Em terra onde todos são barões não é possível acordo coletivo durável, a não ser por uma força exterior respeitável e temida.
(Raízes do Brasil, 2000.)
Em “É dela que resulta largamente a singular tibieza - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o trecho inicial de Raízes do Brasil, do historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), para responder a questão.
A tentativa de implantação da cultura europeia em extenso território, dotado de condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar, é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em consequências. Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra. Podemos construir obras excelentes, enriquecer nossa humanidade de aspectos novos e imprevistos, elevar à perfeição o tipo de civilização que representamos: o certo é que todo o fruto de nosso trabalho ou de nossa preguiça parece participar de um sistema de evolução próprio de outro clima e de outra paisagem.
Assim, antes de perguntar até que ponto poderá alcançar bom êxito a tentativa, caberia averiguar até onde temos podido representar aquelas formas de convívio, instituições e ideias de que somos herdeiros. É significativa, em primeiro lugar, a circunstância de termos recebido a herança através de uma nação ibérica. A Espanha e Portugal são, com a Rússia e os países balcânicos (e em certo sentido também a Inglaterra), um dos territórios-ponte pelos quais a Europa se comunica com os outros mundos. Assim, eles constituem uma zona fronteiriça, de transição, menos carregada, em alguns casos, desse europeísmo que, não obstante, mantêm como um patrimônio necessário.
Foi a partir da época dos grandes descobrimentos marítimos que os dois países entraram mais decididamente no coro europeu. Esse ingresso tardio deveria repercutir intensamente em seus destinos, determinando muitos aspectos peculiares de sua história e de sua formação espiritual. Surgiu, assim, um tipo de sociedade que se desenvolveria, em alguns sentidos, quase à margem das congêneres europeias, e sem delas receber qualquer incitamento que já não trouxesse em germe.
Quais os fundamentos em que assentam de preferência as formas de vida social nessa região indecisa entre a Europa e a África, que se estende dos Pireneus a Gibraltar? Como explicar muitas daquelas formas, sem recorrer a indicações mais ou menos vagas e que jamais nos conduziriam a uma estrita objetividade?
Precisamente a comparação entre elas e as da Europa de além-Pireneus faz ressaltar uma característica bem peculiar à gente da península Ibérica, uma característica que ela está longe de partilhar, pelo menos na mesma intensidade, com qualquer de seus vizinhos do continente. É que nenhum desses vizinhos soube desenvolver a tal extremo essa cultura da personalidade, que parececonstituir o traço mais decisivo na evolução da gente hispânica, desde tempos imemoriais. Pode dizer-se, realmente, que pela importância particular que atribuem ao valor próprio da pessoa humana, à autonomia de cada um dos homens em relação aos semelhantes no tempo e no espaço, devem os espanhóis e portugueses muito de sua originalidade nacional. [...]
É dela que resulta largamente a singular tibieza das formas de organização, de todas as associações que impliquem solidariedade e ordenação entre esses povos. Em terra onde todos são barões não é possível acordo coletivo durável, a não ser por uma força exterior respeitável e temida.
(Raízes do Brasil, 2000.)
Mais recorrente na poesia arcádica, verifica-se neste - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o soneto “A uma dama dormindo junto a uma fonte”, do poeta barroco Gregório de Matos (1636-1696), para responder a questão.
À margem de uma fonte, que corria,
Lira doce dos pássaros cantores
A bela ocasião das minhas dores
Dormindo estava ao despertar do dia.
Mas como dorme Sílvia, não vestia
O céu seus horizontes de mil cores;
Dominava o silêncio entre as flores,
Calava o mar, e rio não se ouvia.
Não dão o parabém à nova Aurora
Flores canoras, pássaros fragrantes,
Nem seu âmbar respira a rica Flora.
Porém abrindo Sílvia os dois diamantes,
Tudo a Sílvia festeja, tudo adora
Aves cheirosas, flores ressonantes.
(Poemas escolhidos, 2010.)
No soneto, a seguinte expressão é empregada pelo eu - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o soneto “A uma dama dormindo junto a uma fonte”, do poeta barroco Gregório de Matos (1636-1696), para responder a questão.
À margem de uma fonte, que corria,
Lira doce dos pássaros cantores
A bela ocasião das minhas dores
Dormindo estava ao despertar do dia.
Mas como dorme Sílvia, não vestia
O céu seus horizontes de mil cores;
Dominava o silêncio entre as flores,
Calava o mar, e rio não se ouvia.
Não dão o parabém à nova Aurora
Flores canoras, pássaros fragrantes,
Nem seu âmbar respira a rica Flora.
Porém abrindo Sílvia os dois diamantes,
Tudo a Sílvia festeja, tudo adora
Aves cheirosas, flores ressonantes.
(Poemas escolhidos, 2010.)
A sinestesia consiste em transferir percepções de um - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o soneto “A uma dama dormindo junto a uma fonte”, do poeta barroco Gregório de Matos (1636-1696), para responder a questão.
À margem de uma fonte, que corria,
Lira doce dos pássaros cantores
A bela ocasião das minhas dores
Dormindo estava ao despertar do dia.
Mas como dorme Sílvia, não vestia
O céu seus horizontes de mil cores;
Dominava o silêncio entre as flores,
Calava o mar, e rio não se ouvia.
Não dão o parabém à nova Aurora
Flores canoras, pássaros fragrantes,
Nem seu âmbar respira a rica Flora.
Porém abrindo Sílvia os dois diamantes,
Tudo a Sílvia festeja, tudo adora
Aves cheirosas, flores ressonantes.
(Poemas escolhidos, 2010.)
Predomina neste movimento uma tônica mais cosmopolita, - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Predomina neste movimento uma tônica mais cosmopolita, intimamente ligada às modas literárias da Europa, desejando pertencer ao mesmo passado cultural e seguir os mesmos modelos, o que permitiu incorporar os produtos intelectuais da colônia inculta ao universo das formas superiores de expressão. Ao lado disso, tal movimento continuou os esboços particularistas que vinham do passado local, dando importância relevante tanto ao índio e ao contato de culturas, quanto à descrição da natureza, mesmo que fosse em termos clássicos.
A moral mais apropriada para fechar a fábula seria: - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia a fábula “A raposa e o lenhador”, do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?), para responder a questão.
Enquanto fugia de caçadores, uma raposa viu um lenhador e lhe pediu que a escondesse. Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana e se ocultasse lá dentro. Não muito tempo depois, vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa passar por ali. Em voz alta ele negou tê-la visto, mas com a mão fez gestos indicando onde ela estava escondida. Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras. Ao constatar que eles já estavam longe, a raposa saiu em silêncio e foi indo embora. E o lenhador se pôs a repreendê-la, pois ela, salva por ele, não lhe dera nem uma palavra de gratidão. A raposa respondeu: “Mas eu seria grata, se os gestos de sua mão fossem condizentes com suas palavras.”
(Fábulas completas, 2013.)
“Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia a fábula “A raposa e o lenhador”, do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?), para responder a questão.
Enquanto fugia de caçadores, uma raposa viu um lenhador e lhe pediu que a escondesse. Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana e se ocultasse lá dentro. Não muito tempo depois, vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa passar por ali. Em voz alta ele negou tê-la visto, mas com a mão fez gestos indicando onde ela estava escondida. Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras. Ao constatar que eles já estavam longe, a raposa saiu em silêncio e foi indo embora. E o lenhador se pôs a repreendê-la, pois ela, salva por ele, não lhe dera nem uma palavra de gratidão. A raposa respondeu: “Mas eu seria grata, se os gestos de sua mão fossem condizentes com suas palavras.”
(Fábulas completas, 2013.)
Os trechos “Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana" - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia a fábula “A raposa e o lenhador”, do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?), para responder a questão.
Enquanto fugia de caçadores, uma raposa viu um lenhador e lhe pediu que a escondesse. Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana e se ocultasse lá dentro. Não muito tempo depois, vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa passar por ali. Em voz alta ele negou tê-la visto, mas com a mão fez gestos indicando onde ela estava escondida. Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras. Ao constatar que eles já estavam longe, a raposa saiu em silêncio e foi indo embora. E o lenhador se pôs a repreendê-la, pois ela, salva por ele, não lhe dera nem uma palavra de gratidão. A raposa respondeu: “Mas eu seria grata, se os gestos de sua mão fossem condizentes com suas palavras.”
(Fábulas completas, 2013.)
Caracterizou-o sempre um sincero amor pelas coisas de - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Caracterizou-o sempre um sincero amor pelas coisas de sua terra, pela sua gente, e se existe obra que possa ser chamada de brasileira, é a dele. Se seus assuntos eram o homem e a terra do Brasil, apanhados no Norte, no Sul, no Centro, a forma por que os explorava era também brasileira, pela sintaxe que empregava e pelos modismos que introduzia. O Brasil do campo e o das cidades está presente em sua obra, assim como o homem da sociedade, o homem da rua e o trabalhador rural. Abarcou os aspectos mais variados da nossa sensibilidade e da nossa formação, constituindo sua obra um painel a que nada falta, inclusive o índio, que nela tem participação considerável.
“Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o trecho do conto “A igreja do Diabo”, de Machado de Assis (1839-1908), para responder a questão.
Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula¹ beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.
– Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdouro², fazei dele um troféu e um lábaro3, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...
Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.
Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada4. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: “Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu”... [...] Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.
As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs.
Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade5. Um casuísta6 do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente.
(Contos: uma antologia, 1998.)
1 cogula: espécie de túnica larga, sem mangas, usada por certos religiosos.
2 desdouro: descrédito, desonra.
3 lábaro: estandarte, bandeira.
4 esgalgado: comprido e estreito.
5 venalidade: condição ou qualidade do que pode ser vendido.
6 casuísta: pessoa que pratica o casuísmo (argumento fundamentado em raciocínio enganador ou falso).
Estão empregados em sentido figurado os termos - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o trecho do conto “A igreja do Diabo”, de Machado de Assis (1839-1908), para responder a questão.
Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula¹ beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.
– Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdouro², fazei dele um troféu e um lábaro3, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...
Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.
Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada4. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: “Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu”... [...] Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.
As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs.
Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade5. Um casuísta6 do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente.
(Contos: uma antologia, 1998.)
1 cogula: espécie de túnica larga, sem mangas, usada por certos religiosos.
2 desdouro: descrédito, desonra.
3 lábaro: estandarte, bandeira.
4 esgalgado: comprido e estreito.
5 venalidade: condição ou qualidade do que pode ser vendido.
6 casuísta: pessoa que pratica o casuísmo (argumento fundamentado em raciocínio enganador ou falso).
No último parágrafo, o principal recurso retórico - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o trecho do conto “A igreja do Diabo”, de Machado de Assis (1839-1908), para responder a questão.
Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula¹ beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.
– Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdouro², fazei dele um troféu e um lábaro3, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...
Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.
Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada4. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: “Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu”... [...] Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.
As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs.
Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade5. Um casuísta6 do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente.
(Contos: uma antologia, 1998.)
1 cogula: espécie de túnica larga, sem mangas, usada por certos religiosos.
2 desdouro: descrédito, desonra.
3 lábaro: estandarte, bandeira.
4 esgalgado: comprido e estreito.
5 venalidade: condição ou qualidade do que pode ser vendido.
6 casuísta: pessoa que pratica o casuísmo (argumento fundamentado em raciocínio enganador ou falso).
As palavras do texto cujos prefixos traduzem, - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o trecho do conto “A igreja do Diabo”, de Machado de Assis (1839-1908), para responder a questão.
Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula¹ beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.
– Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdouro², fazei dele um troféu e um lábaro3, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...
Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.
Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada4. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: “Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu”... [...] Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.
As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs.
Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade5. Um casuísta6 do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente.
(Contos: uma antologia, 1998.)
1 cogula: espécie de túnica larga, sem mangas, usada por certos religiosos.
2 desdouro: descrédito, desonra.
3 lábaro: estandarte, bandeira.
4 esgalgado: comprido e estreito.
5 venalidade: condição ou qualidade do que pode ser vendido.
6 casuísta: pessoa que pratica o casuísmo (argumento fundamentado em raciocínio enganador ou falso).
“Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o trecho do conto “A igreja do Diabo”, de Machado de Assis (1839-1908), para responder a questão.
Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula¹ beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.
– Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdouro², fazei dele um troféu e um lábaro3, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...
Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.
Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada4. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: “Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu”... [...] Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.
As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs.
Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade5. Um casuísta6 do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente.
(Contos: uma antologia, 1998.)
1 cogula: espécie de túnica larga, sem mangas, usada por certos religiosos.
2 desdouro: descrédito, desonra.
3 lábaro: estandarte, bandeira.
4 esgalgado: comprido e estreito.
5 venalidade: condição ou qualidade do que pode ser vendido.
6 casuísta: pessoa que pratica o casuísmo (argumento fundamentado em raciocínio enganador ou falso).
Em relação ao projeto, a postura do autor é de (A) - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o excerto do livro 24/7: capitalismo tardio e os fins do sono de Jonathan Crary para responder a questão.
No fim dos anos 1990, um consórcio espacial russo-europeu anunciou que construiria e lançaria satélites que refletiriam a luz do Sol para a Terra. O esquema previa colocar em órbita uma cadeia de satélites, sincronizados com o Sol, a uma altitude de 1700 quilômetros, cada um deles equipado com refletores parabólicos retráteis, da espessura de uma folha de papel. Quando completamente abertos, cada satélite-espelho, com duzentos metros de diâmetro, teria a capacidade de iluminar uma área da Terra de 25 quilômetros quadrados, com uma luminosidade quase cem vezes maior do que a da Lua. Em princípio, o projeto visava fornecer iluminação para a exploração industrial de recursos naturais em regiões remotas com longas noites polares, na Sibéria e no leste da Rússia, permitindo atividade ao ar livre, noite e dia. Mas o consórcio acabou expandindo seus planos para a possibilidade de oferecer iluminação noturna a regiões metropolitanas inteiras. Calculando que se reduziriam os custos de energia da iluminação elétrica, o slogan da empresa era “Luz do dia a noite toda”.
A oposição ao projeto surgiu de imediato e de diversas frentes. Astrônomos temeram os efeitos nefastos da observação espacial a partir da Terra. Cientistas e ambientalistas apontaram consequências fisiológicas prejudiciais tanto aos animais quanto aos humanos, uma vez que a ausência de alternância regular entre dia e noite interromperia vários padrões metabólicos, inclusive o sono. Associações culturais e humanitárias também protestaram, alegando que o céu noturno é um bem comum ao qual toda a humanidade tem direito, e que desfrutar da escuridão da noite e observar as estrelas é um direito humano básico que nenhuma empresa pode eliminar. De qualquer modo, direito ou privilégio, ele já está sendo violado para mais da metade da população do planeta, em cidades que estão permanentemente envoltas na penumbra da poluição e na intensa iluminação.
Defensores do projeto, todavia, afirmaram que tal tecnologia diminuiria o uso noturno de eletricidade e que a perda da noite e de sua escuridão seria um preço razoável, considerando-se a redução do consumo global de energia. Seja como for, esse empreendimento, ao fim inviável, ilustra o imaginário contemporâneo, para o qual um estado de iluminação contínua é inseparável da ininterrupta operação de troca e circulação globais. Em seus excessos empresariais, o projeto é uma expressão hiperbólica de uma intolerância institucional a tudo que obscureça ou impeça uma situação de visibilidade instrumentalizada e constante.
(24/7: capitalismo tardio e os fins do sono, 2014. Adaptado.)
Considerando as pretensões do projeto, o slogan do - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia o excerto do livro 24/7: capitalismo tardio e os fins do sono de Jonathan Crary para responder a questão.
No fim dos anos 1990, um consórcio espacial russo-europeu anunciou que construiria e lançaria satélites que refletiriam a luz do Sol para a Terra. O esquema previa colocar em órbita uma cadeia de satélites, sincronizados com o Sol, a uma altitude de 1700 quilômetros, cada um deles equipado com refletores parabólicos retráteis, da espessura de uma folha de papel. Quando completamente abertos, cada satélite-espelho, com duzentos metros de diâmetro, teria a capacidade de iluminar uma área da Terra de 25 quilômetros quadrados, com uma luminosidade quase cem vezes maior do que a da Lua. Em princípio, o projeto visava fornecer iluminação para a exploração industrial de recursos naturais em regiões remotas com longas noites polares, na Sibéria e no leste da Rússia, permitindo atividade ao ar livre, noite e dia. Mas o consórcio acabou expandindo seus planos para a possibilidade de oferecer iluminação noturna a regiões metropolitanas inteiras. Calculando que se reduziriam os custos de energia da iluminação elétrica, o slogan da empresa era “Luz do dia a noite toda”.
A oposição ao projeto surgiu de imediato e de diversas frentes. Astrônomos temeram os efeitos nefastos da observação espacial a partir da Terra. Cientistas e ambientalistas apontaram consequências fisiológicas prejudiciais tanto aos animais quanto aos humanos, uma vez que a ausência de alternância regular entre dia e noite interromperia vários padrões metabólicos, inclusive o sono. Associações culturais e humanitárias também protestaram, alegando que o céu noturno é um bem comum ao qual toda a humanidade tem direito, e que desfrutar da escuridão da noite e observar as estrelas é um direito humano básico que nenhuma empresa pode eliminar. De qualquer modo, direito ou privilégio, ele já está sendo violado para mais da metade da população do planeta, em cidades que estão permanentemente envoltas na penumbra da poluição e na intensa iluminação.
Defensores do projeto, todavia, afirmaram que tal tecnologia diminuiria o uso noturno de eletricidade e que a perda da noite e de sua escuridão seria um preço razoável, considerando-se a redução do consumo global de energia. Seja como for, esse empreendimento, ao fim inviável, ilustra o imaginário contemporâneo, para o qual um estado de iluminação contínua é inseparável da ininterrupta operação de troca e circulação globais. Em seus excessos empresariais, o projeto é uma expressão hiperbólica de uma intolerância institucional a tudo que obscureça ou impeça uma situação de visibilidade instrumentalizada e constante.
(24/7: capitalismo tardio e os fins do sono, 2014. Adaptado.)
Leia a seguinte sinopse do livro 24/7: capitalismo - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia a seguinte sinopse do livro 24/7: capitalismo tardio e os fins do sono:
O livro faz um panorama vertiginoso de um mundo cuja lógica não se prende mais a limites de tempo e espaço, funcionando ininterruptamente sob uma lógica para a qual o próprio ser humano é um empecilho. Para o autor, nossa necessidade de repouso e sono é a última fronteira ainda não ultrapassada pela lógica da mercadoria. O capitalismo, no entanto, já se movimenta no sentido de colonizar mais essa esfera da vida e hoje financia extensamente pesquisas científicas que buscam a fórmula para criar o “homem sem sono”, capaz de trabalhar e consumir sob a lógica 24/7. Ainda assim, o livro recupera toda uma tradição da cultura ocidental que sempre viu no sono e no sonho possibilidades utópicas. 24/7 é um dos diagnósticos mais agudos do mundo contemporâneo.
Leia um trecho do “Manifesto do Futurismo” publicado - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Leia um trecho do “Manifesto do Futurismo” publicado por Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) no ano de 1909.
Nós cantaremos as grandes multidões movimentadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela revolta; as marés multicoloridas e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; a vibração noturna dos arsenais e dos estaleiros sob suas luas elétricas; as estações glutonas comedoras de serpentes que fumam; as usinas suspensas nas nuvens pelos barbantes de suas fumaças; os navios aventureiros farejando o horizonte; as locomotivas de grande peito, que escoucinham os trilhos, como enormes cavalos de aço freados por longos tubos, e o voo deslizante dos aeroplanos, cuja hélice tem os estalos da bandeira e os aplausos da multidão entusiasta.
Nesta obra, o autor optou por uma situação narrativa - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Nesta obra, o autor optou por uma situação narrativa que se define pelo movimento de aproximação e distanciamento da substância sensível da realidade retratada, como forma de solidarizar-se com seus personagens e, ao mesmo tempo, sustentar uma posição crítica rigorosa ante a “desgraça irremediável que os açoita”. Relativiza, assim, a onisciência da terceira pessoa e reconstitui, pela via literária, o hiato entre seu saber de intelectual e a indigência dos retirantes – alteridade que buscou compreender pelo exercício artístico da palavra enxuta e medida. Com a cautela de quem não se permite explicitar significados ou avançar conclusões, o narrador condiciona a narração à expectativa dos personagens, através do uso intensivo do discurso indireto livre, que dá forma à sondagem interior pretendida e singulariza os destinos representados.
Personificação: recurso expressivo que consiste em - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Personificação: recurso expressivo que consiste em atribuir propriedades humanas a uma coisa, a um ser inanimado ou abstrato.
(Dicionário Porto Editora da Língua Portuguesa. www.infopedia.pt. Adaptado.)
Verifica-se a ocorrência desse recurso no seguinte verso:
O pronome “te”, empregado no segundo verso da última - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Para responder a questão, leia o poema “Dissolução”, de Carlos Drummond de Andrade (1902- 1987), que integra o livro Claro enigma, publicado originalmente em 1951.
Escurece, e não me seduz
tatear sequer uma lâmpada.
Pois que aprouve1 ao dia findar,
aceito a noite.
E com ela aceito que brote
uma ordem outra de seres
e coisas não figuradas.
Braços cruzados.
Vazio de quanto amávamos,
mais vasto é o céu. Povoações
surgem do vácuo.
Habito alguma?
E nem destaco minha pele
da confluente escuridão.
Um fim unânime concentra-se
e pousa no ar. Hesitando.
E aquele agressivo espírito
que o dia carreia2 consigo,
já não oprime. Assim a paz,
destroçada.
Vai durar mil anos, ou
extinguir-se na cor do galo?
Esta rosa é definitiva,
ainda que pobre.
Imaginação, falsa demente,
já te desprezo. E tu, palavra.
No mundo, perene trânsito,
calamo-nos.
E sem alma, corpo, és suave.
(Claro enigma, 2012.)
1 aprazer: causar ou sentir prazer; contentar (-se).
2 carrear: carregar.
Nesta obra, o observador é atraído por uma ideia - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017Nesta obra, o observador é atraído por uma ideia poética: a de um objeto que assume a substância do material em que se sente à vontade.
Segundo o texto, a) a perda de alimentos acontece tanto - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017
(www.theguardian.com)
The text a) presents some solutions to both “food loss - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
(www.theguardian.com)
No trecho “which involves food being thrown away by - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
(www.theguardian.com)
No trecho “who reject food because of exacting - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
(www.theguardian.com)
The corncob on the left a) wishes to be like the - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
Na fala da espiga de milho à esquerda “I couldn’t - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
Na fala da espiga de milho à direita “I spent too much - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
The text a) presents the findings of a study that - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
Reducing food waste around the world would help curb emissions of planet-warming gases, lessening some of the impacts of climate change such as more extreme weather and rising seas, scientists said on Thursday.
Up to 14% of emissions from agriculture in 2050 could be avoided by managing food use and distribution better, according to a new study from the Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK). “Agriculture is a major driver of climate change, accounting for more than 20% of overall global greenhouse gas emissions in 2010,” said co-author Prajal Pradhan. “Avoiding food loss and waste would therefore avoid unnecessary greenhouse gas emissions and help mitigate climate change.”
Between 30 and 40% of food produced around the world is never eaten, because it is spoiled after harvest and during transportation, or thrown away by shops and consumers. The share of food wasted is expected to increase drastically if emerging economies like China and India adopt western food habits, including a shift to eating more meat, the researchers warned. Richer countries tend to consume more food than is healthy or simply waste it, they noted.
As poorer countries develop and the world’s population grows, emissions associated with food waste could soar from 0.5 gigatonnes (GT) of carbon dioxide equivalent per year to between 1.9 and 2.5 GT annually by mid-century, showed the study published in the Environmental Science & Technology journal. It is widely argued that cutting food waste and distributing the world’s surplus food where it is needed could help tackle hunger in places that do not have enough – especially given that land to expand farming is limited.
But Jürgen Kropp, another of the study’s co-authors and PIK’s head of climate change and development, told the Thomson Reuters Foundation the potential for food waste curbs to reduce emissions should be given more attention. “It is not a strategy of governments at the moment,” he said.
(www.theguardian.com. Adaptado.)
No trecho do segundo parágrafo “Agriculture is a major - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
Reducing food waste around the world would help curb emissions of planet-warming gases, lessening some of the impacts of climate change such as more extreme weather and rising seas, scientists said on Thursday.
Up to 14% of emissions from agriculture in 2050 could be avoided by managing food use and distribution better, according to a new study from the Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK). “Agriculture is a major driver of climate change, accounting for more than 20% of overall global greenhouse gas emissions in 2010,” said co-author Prajal Pradhan. “Avoiding food loss and waste would therefore avoid unnecessary greenhouse gas emissions and help mitigate climate change.”
Between 30 and 40% of food produced around the world is never eaten, because it is spoiled after harvest and during transportation, or thrown away by shops and consumers. The share of food wasted is expected to increase drastically if emerging economies like China and India adopt western food habits, including a shift to eating more meat, the researchers warned. Richer countries tend to consume more food than is healthy or simply waste it, they noted.
As poorer countries develop and the world’s population grows, emissions associated with food waste could soar from 0.5 gigatonnes (GT) of carbon dioxide equivalent per year to between 1.9 and 2.5 GT annually by mid-century, showed the study published in the Environmental Science & Technology journal. It is widely argued that cutting food waste and distributing the world’s surplus food where it is needed could help tackle hunger in places that do not have enough – especially given that land to expand farming is limited.
But Jürgen Kropp, another of the study’s co-authors and PIK’s head of climate change and development, told the Thomson Reuters Foundation the potential for food waste curbs to reduce emissions should be given more attention. “It is not a strategy of governments at the moment,” he said.
(www.theguardian.com. Adaptado.)
De acordo com o terceiro parágrafo, a parcela de - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
Reducing food waste around the world would help curb emissions of planet-warming gases, lessening some of the impacts of climate change such as more extreme weather and rising seas, scientists said on Thursday.
Up to 14% of emissions from agriculture in 2050 could be avoided by managing food use and distribution better, according to a new study from the Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK). “Agriculture is a major driver of climate change, accounting for more than 20% of overall global greenhouse gas emissions in 2010,” said co-author Prajal Pradhan. “Avoiding food loss and waste would therefore avoid unnecessary greenhouse gas emissions and help mitigate climate change.”
Between 30 and 40% of food produced around the world is never eaten, because it is spoiled after harvest and during transportation, or thrown away by shops and consumers. The share of food wasted is expected to increase drastically if emerging economies like China and India adopt western food habits, including a shift to eating more meat, the researchers warned. Richer countries tend to consume more food than is healthy or simply waste it, they noted.
As poorer countries develop and the world’s population grows, emissions associated with food waste could soar from 0.5 gigatonnes (GT) of carbon dioxide equivalent per year to between 1.9 and 2.5 GT annually by mid-century, showed the study published in the Environmental Science & Technology journal. It is widely argued that cutting food waste and distributing the world’s surplus food where it is needed could help tackle hunger in places that do not have enough – especially given that land to expand farming is limited.
But Jürgen Kropp, another of the study’s co-authors and PIK’s head of climate change and development, told the Thomson Reuters Foundation the potential for food waste curbs to reduce emissions should be given more attention. “It is not a strategy of governments at the moment,” he said.
(www.theguardian.com. Adaptado.)
No trecho inicial do quarto parágrafo “As poorer - UNIFESP 2017
Inglês - 2017No trecho inicial do quarto parágrafo “As poorer countries develop and the world’s population grows”, o ter mo em destaque tem sentido equivalente, em português, a
According to the information presented in the fourth - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
Reducing food waste around the world would help curb emissions of planet-warming gases, lessening some of the impacts of climate change such as more extreme weather and rising seas, scientists said on Thursday.
Up to 14% of emissions from agriculture in 2050 could be avoided by managing food use and distribution better, according to a new study from the Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK). “Agriculture is a major driver of climate change, accounting for more than 20% of overall global greenhouse gas emissions in 2010,” said co-author Prajal Pradhan. “Avoiding food loss and waste would therefore avoid unnecessary greenhouse gas emissions and help mitigate climate change.”
Between 30 and 40% of food produced around the world is never eaten, because it is spoiled after harvest and during transportation, or thrown away by shops and consumers. The share of food wasted is expected to increase drastically if emerging economies like China and India adopt western food habits, including a shift to eating more meat, the researchers warned. Richer countries tend to consume more food than is healthy or simply waste it, they noted.
As poorer countries develop and the world’s population grows, emissions associated with food waste could soar from 0.5 gigatonnes (GT) of carbon dioxide equivalent per year to between 1.9 and 2.5 GT annually by mid-century, showed the study published in the Environmental Science & Technology journal. It is widely argued that cutting food waste and distributing the world’s surplus food where it is needed could help tackle hunger in places that do not have enough – especially given that land to expand farming is limited.
But Jürgen Kropp, another of the study’s co-authors and PIK’s head of climate change and development, told the Thomson Reuters Foundation the potential for food waste curbs to reduce emissions should be given more attention. “It is not a strategy of governments at the moment,” he said.
(www.theguardian.com. Adaptado.)
O trecho final do quarto parágrafo “given that land to - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
Reducing food waste around the world would help curb emissions of planet-warming gases, lessening some of the impacts of climate change such as more extreme weather and rising seas, scientists said on Thursday.
Up to 14% of emissions from agriculture in 2050 could be avoided by managing food use and distribution better, according to a new study from the Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK). “Agriculture is a major driver of climate change, accounting for more than 20% of overall global greenhouse gas emissions in 2010,” said co-author Prajal Pradhan. “Avoiding food loss and waste would therefore avoid unnecessary greenhouse gas emissions and help mitigate climate change.”
Between 30 and 40% of food produced around the world is never eaten, because it is spoiled after harvest and during transportation, or thrown away by shops and consumers. The share of food wasted is expected to increase drastically if emerging economies like China and India adopt western food habits, including a shift to eating more meat, the researchers warned. Richer countries tend to consume more food than is healthy or simply waste it, they noted.
As poorer countries develop and the world’s population grows, emissions associated with food waste could soar from 0.5 gigatonnes (GT) of carbon dioxide equivalent per year to between 1.9 and 2.5 GT annually by mid-century, showed the study published in the Environmental Science & Technology journal. It is widely argued that cutting food waste and distributing the world’s surplus food where it is needed could help tackle hunger in places that do not have enough – especially given that land to expand farming is limited.
But Jürgen Kropp, another of the study’s co-authors and PIK’s head of climate change and development, told the Thomson Reuters Foundation the potential for food waste curbs to reduce emissions should be given more attention. “It is not a strategy of governments at the moment,” he said.
(www.theguardian.com. Adaptado.)
In the last paragraph, according to Jürgen Kropp, a) - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
Reducing food waste around the world would help curb emissions of planet-warming gases, lessening some of the impacts of climate change such as more extreme weather and rising seas, scientists said on Thursday.
Up to 14% of emissions from agriculture in 2050 could be avoided by managing food use and distribution better, according to a new study from the Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK). “Agriculture is a major driver of climate change, accounting for more than 20% of overall global greenhouse gas emissions in 2010,” said co-author Prajal Pradhan. “Avoiding food loss and waste would therefore avoid unnecessary greenhouse gas emissions and help mitigate climate change.”
Between 30 and 40% of food produced around the world is never eaten, because it is spoiled after harvest and during transportation, or thrown away by shops and consumers. The share of food wasted is expected to increase drastically if emerging economies like China and India adopt western food habits, including a shift to eating more meat, the researchers warned. Richer countries tend to consume more food than is healthy or simply waste it, they noted.
As poorer countries develop and the world’s population grows, emissions associated with food waste could soar from 0.5 gigatonnes (GT) of carbon dioxide equivalent per year to between 1.9 and 2.5 GT annually by mid-century, showed the study published in the Environmental Science & Technology journal. It is widely argued that cutting food waste and distributing the world’s surplus food where it is needed could help tackle hunger in places that do not have enough – especially given that land to expand farming is limited.
But Jürgen Kropp, another of the study’s co-authors and PIK’s head of climate change and development, told the Thomson Reuters Foundation the potential for food waste curbs to reduce emissions should be given more attention. “It is not a strategy of governments at the moment,” he said.
(www.theguardian.com. Adaptado.)
No trecho do quinto parágrafo “the potential for food - UNIFESP 2017
Inglês - 2017
Reducing food waste around the world would help curb emissions of planet-warming gases, lessening some of the impacts of climate change such as more extreme weather and rising seas, scientists said on Thursday.
Up to 14% of emissions from agriculture in 2050 could be avoided by managing food use and distribution better, according to a new study from the Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK). “Agriculture is a major driver of climate change, accounting for more than 20% of overall global greenhouse gas emissions in 2010,” said co-author Prajal Pradhan. “Avoiding food loss and waste would therefore avoid unnecessary greenhouse gas emissions and help mitigate climate change.”
Between 30 and 40% of food produced around the world is never eaten, because it is spoiled after harvest and during transportation, or thrown away by shops and consumers. The share of food wasted is expected to increase drastically if emerging economies like China and India adopt western food habits, including a shift to eating more meat, the researchers warned. Richer countries tend to consume more food than is healthy or simply waste it, they noted.
As poorer countries develop and the world’s population grows, emissions associated with food waste could soar from 0.5 gigatonnes (GT) of carbon dioxide equivalent per year to between 1.9 and 2.5 GT annually by mid-century, showed the study published in the Environmental Science & Technology journal. It is widely argued that cutting food waste and distributing the world’s surplus food where it is needed could help tackle hunger in places that do not have enough – especially given that land to expand farming is limited.
But Jürgen Kropp, another of the study’s co-authors and PIK’s head of climate change and development, told the Thomson Reuters Foundation the potential for food waste curbs to reduce emissions should be given more attention. “It is not a strategy of governments at the moment,” he said.
(www.theguardian.com. Adaptado.)
Assinale a alternativa que preenche, correta e - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2017
Segundo o texto, a pesquisa publicada no periódico JAMA - UNIFESP 2016
Inglês - 2017Poverty may hinder kids’ brain development, study says
Reduced gray matter, lower test scores reported for poor children
July 20, 2015

Poverty appears to affect the brain development of children, hampering the growth of gray matter and impairing their academic performance, researchers report. Poor children tend to have as much as 10 percent less gray matter in several areas of the brain associated with academic skills, according to a study published July 20 in JAMA Pediatrics. “We used to think of poverty as a ‘social’ issue, but what we are learning now is that it is a biomedical issue that is affecting brain growth,” said senior study author Seth Pollak, a professor of psychology, pediatrics, anthropology and neuroscience at the University of Wisconsin-Madison.
The results could have profound implications for the United States, where low-income students now represent the majority of kids in public schools, the study authors said in background information. Fifty-one percent of public school students came from low-income families in 2013.
Previous studies have shown that children living in poverty tend to perform poorly in school, the authors say. They have markedly lower test scores, and do not go as far in school as their well-off peers.
To see whether this is due to some physical effect that poverty might have on a child’s brain, Pollak and his colleagues analyzed MRI scans of 389 typically developing kids aged 4 to 22, assessing the amount of gray matter in the whole brain as well as the frontal lobe, temporal lobe and hippocampus. “Gray matter contains most of the brain’s neuronal cells,” Pollak said. “In other words, other parts of the brain – like white matter – carry information from one section of the brain to another. But the gray matter is where seeing and hearing, memory, emotions, speech, decision making and self-control occur.”
Children living below 150 percent of the federal poverty level – US$ 36,375 for a family of four – had 3 percent to 4 percent less gray matter in important regions of their brain, compared to the norm, the authors found. Those in families living below the federal poverty level fared even worse, with 8 percent to 10 percent less gray matter in those same brain regions. The federal poverty level in 2015 is US$ 24,250 for a family of four. These same kids scored an average of four to seven points lower on standardized tests, the researchers said.
The team estimated that as much as 20 percent of the gap in test scores could be explained by reduced brain development. A host of poverty-related issues likely contribute to developmental lags in children’s brains, Pollak said. Low-income kids are less likely to get the type of stimulation from their parents and environment that helps the brain grow, he said. For example, they hear fewer new words, and have fewer opportunities to read or play games. Their brain development also can be affected by factors related to impoverishment, such as high stress levels, poor sleep, crowding and poor nutrition, Pollak said.
This study serves as a call to action, given what’s already known about the effects of poverty on child development, said Dr. Joan Luby, a professor of child psychiatry at Washington University School of Medicine in St. Louis. “The thing that’s really important about this study in the context of the broader literature is that there really is enough scientific evidence to take public health action at this point,” said Luby, who wrote an editorial accompanying the study. “Poverty negatively affects brain development, and we also know that early interventions are powerfully effective,” Luby said. “They are more effective than interventions later in life, and they also are cost-effective.”
(www.nlm.nih.gov. Adaptado.)
A Dra. Joan Luby afirma que a) há medidas de baixo - UNIFESP 2016
Inglês - 2017Poverty may hinder kids’ brain development, study says
Reduced gray matter, lower test scores reported for poor children
July 20, 2015

Poverty appears to affect the brain development of children, hampering the growth of gray matter and impairing their academic performance, researchers report. Poor children tend to have as much as 10 percent less gray matter in several areas of the brain associated with academic skills, according to a study published July 20 in JAMA Pediatrics. “We used to think of poverty as a ‘social’ issue, but what we are learning now is that it is a biomedical issue that is affecting brain growth,” said senior study author Seth Pollak, a professor of psychology, pediatrics, anthropology and neuroscience at the University of Wisconsin-Madison.
The results could have profound implications for the United States, where low-income students now represent the majority of kids in public schools, the study authors said in background information. Fifty-one percent of public school students came from low-income families in 2013.
Previous studies have shown that children living in poverty tend to perform poorly in school, the authors say. They have markedly lower test scores, and do not go as far in school as their well-off peers.
To see whether this is due to some physical effect that poverty might have on a child’s brain, Pollak and his colleagues analyzed MRI scans of 389 typically developing kids aged 4 to 22, assessing the amount of gray matter in the whole brain as well as the frontal lobe, temporal lobe and hippocampus. “Gray matter contains most of the brain’s neuronal cells,” Pollak said. “In other words, other parts of the brain – like white matter – carry information from one section of the brain to another. But the gray matter is where seeing and hearing, memory, emotions, speech, decision making and self-control occur.”
Children living below 150 percent of the federal poverty level – US$ 36,375 for a family of four – had 3 percent to 4 percent less gray matter in important regions of their brain, compared to the norm, the authors found. Those in families living below the federal poverty level fared even worse, with 8 percent to 10 percent less gray matter in those same brain regions. The federal poverty level in 2015 is US$ 24,250 for a family of four. These same kids scored an average of four to seven points lower on standardized tests, the researchers said.
The team estimated that as much as 20 percent of the gap in test scores could be explained by reduced brain development. A host of poverty-related issues likely contribute to developmental lags in children’s brains, Pollak said. Low-income kids are less likely to get the type of stimulation from their parents and environment that helps the brain grow, he said. For example, they hear fewer new words, and have fewer opportunities to read or play games. Their brain development also can be affected by factors related to impoverishment, such as high stress levels, poor sleep, crowding and poor nutrition, Pollak said.
This study serves as a call to action, given what’s already known about the effects of poverty on child development, said Dr. Joan Luby, a professor of child psychiatry at Washington University School of Medicine in St. Louis. “The thing that’s really important about this study in the context of the broader literature is that there really is enough scientific evidence to take public health action at this point,” said Luby, who wrote an editorial accompanying the study. “Poverty negatively affects brain development, and we also know that early interventions are powerfully effective,” Luby said. “They are more effective than interventions later in life, and they also are cost-effective.”
(www.nlm.nih.gov. Adaptado.)
Por ser um artigo de divulgação científica, o texto - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o trecho inicial de um artigo do livro Bilhões e bilhões do astrônomo e divulgador científico Carl Sagan (1934-1996) para responder a questão.
O tabuleiro de xadrez persa
Segundo o modo como ouvi pela primeira vez a história, aconteceu na Pérsia antiga. Mas podia ter sido na Índia ou até na China. De qualquer forma, aconteceu há muito tempo.
O grão-vizir, o principal conselheiro do rei, tinha in ventado um novo jogo. Era jogado com peças móveis sobre um tabuleiro quadrado que consistia em 64 quadrados vermelhos e pretos.
A peça mais importante era o rei. A segunda peça mais importante era o grão-vizir – exatamente o que se esperaria de um jogo inventado por um grão-vizir. O objetivo era capturar o rei inimigo e, por isso, o jogo era chamado, em persa, shahmat – shah para rei, mat para morto. Morte ao rei. Em russo, é ainda chamado shakhmat. Expressão que talvez transmita um remanescente sentimento revolucionário. Até em inglês, há um eco desse nome – o lance final é chamado checkmate (xeque-mate). O jogo, claro, é o xadrez. Ao longo do tempo, as peças, seus movimentos, as regras do jogo, tudo evoluiu. Por exemplo, já não existe um grão-vizir – que se metamorfoseou numa rainha, com poderes muito mais terríveis.
A razão de um rei se deliciar com a invenção de um jogo chamado “Morte ao rei” é um mistério. Mas reza a história que ele ficou tão encantado que mandou o grãovizir determinar sua própria recompensa por ter criado uma invenção tão magnífica. O grão-vizir tinha a resposta na ponta da língua: era um homem modesto, disse ao xá. Desejava apenas uma recompensa simples. Apontando as oito colunas e as oito filas de quadrados no tabuleiro que tinha inventado, pediu que lhe fosse dado um único grão de trigo no primeiro quadrado, o dobro dessa quantia no segundo, o dobro dessa quantia no terceiro e assim por diante, até que cada quadrado tivesse o seu complemento de trigo. Não, protestou o rei, era uma recompensa demasiado modesta para uma invenção tão importante.
Ofereceu joias, dançarinas, palácios. Mas o grão-vizir, com os olhos apropriadamente baixos, recusou todas as ofertas. Só desejava pequenos montes de trigo. Assim, admirando-se secretamente da humildade e comedimento de seu conselheiro, o rei consentiu.
No entanto, quando o mestre do Celeiro Real começou a contar os grãos, o rei se viu diante de uma surpresa desagradável.
O número de grãos começa bem pequeno: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024... mas quando se chega ao 64 . quadrado, o número se torna colossal, esmagador. Na realidade, o número é quase 18,5 quintilhões*. Talvez o grão-vizir estivesse fazendo uma dieta rica em fibras.
Quanto pesam 18,5 quintilhões de grãos de trigo? Se cada grão tivesse o tamanho de um milímetro, todos os grãos juntos pesariam cerca de 75 bilhões de toneladas métricas, o que é muito mais do que poderia ser armazenado nos celeiros do xá. Na verdade, esse número equivale a cerca de 150 anos da produção de trigo mundial no presente. O relato do que aconteceu a seguir não chegou até nós. Se o rei, inadimplente, culpando-se pela falta de atenção nos seus estudos de aritmética, entregou o reino ao vizir, ou se o último experimentou as aflições de um novo jogo chamado vizirmat, não temos o privilégio de saber.
* 1 quintilhão = 1 000 000 000 000 000 000 = 1018. Para se contar esse número a partir de 0 (um número por segundo, dia e noite), seriam necessários 32 bilhões de anos (mais tempo do que a idade do universo).
(Carl Sagan. Bilhões e bilhões, 2008. Adaptado.)
No artigo, o recurso à ironia está bem exemplificado em - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o trecho inicial de um artigo do livro Bilhões e bilhões do astrônomo e divulgador científico Carl Sagan (1934-1996) para responder a questão.
O tabuleiro de xadrez persa
Segundo o modo como ouvi pela primeira vez a história, aconteceu na Pérsia antiga. Mas podia ter sido na Índia ou até na China. De qualquer forma, aconteceu há muito tempo.
O grão-vizir, o principal conselheiro do rei, tinha in ventado um novo jogo. Era jogado com peças móveis sobre um tabuleiro quadrado que consistia em 64 quadrados vermelhos e pretos.
A peça mais importante era o rei. A segunda peça mais importante era o grão-vizir – exatamente o que se esperaria de um jogo inventado por um grão-vizir. O objetivo era capturar o rei inimigo e, por isso, o jogo era chamado, em persa, shahmat – shah para rei, mat para morto. Morte ao rei. Em russo, é ainda chamado shakhmat. Expressão que talvez transmita um remanescente sentimento revolucionário. Até em inglês, há um eco desse nome – o lance final é chamado checkmate (xeque-mate). O jogo, claro, é o xadrez. Ao longo do tempo, as peças, seus movimentos, as regras do jogo, tudo evoluiu. Por exemplo, já não existe um grão-vizir – que se metamorfoseou numa rainha, com poderes muito mais terríveis.
A razão de um rei se deliciar com a invenção de um jogo chamado “Morte ao rei” é um mistério. Mas reza a história que ele ficou tão encantado que mandou o grãovizir determinar sua própria recompensa por ter criado uma invenção tão magnífica. O grão-vizir tinha a resposta na ponta da língua: era um homem modesto, disse ao xá. Desejava apenas uma recompensa simples. Apontando as oito colunas e as oito filas de quadrados no tabuleiro que tinha inventado, pediu que lhe fosse dado um único grão de trigo no primeiro quadrado, o dobro dessa quantia no segundo, o dobro dessa quantia no terceiro e assim por diante, até que cada quadrado tivesse o seu complemento de trigo. Não, protestou o rei, era uma recompensa demasiado modesta para uma invenção tão importante.
Ofereceu joias, dançarinas, palácios. Mas o grão-vizir, com os olhos apropriadamente baixos, recusou todas as ofertas. Só desejava pequenos montes de trigo. Assim, admirando-se secretamente da humildade e comedimento de seu conselheiro, o rei consentiu.
No entanto, quando o mestre do Celeiro Real começou a contar os grãos, o rei se viu diante de uma surpresa desagradável.
O número de grãos começa bem pequeno: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024... mas quando se chega ao 64 . quadrado, o número se torna colossal, esmagador. Na realidade, o número é quase 18,5 quintilhões*. Talvez o grão-vizir estivesse fazendo uma dieta rica em fibras.
Quanto pesam 18,5 quintilhões de grãos de trigo? Se cada grão tivesse o tamanho de um milímetro, todos os grãos juntos pesariam cerca de 75 bilhões de toneladas métricas, o que é muito mais do que poderia ser armazenado nos celeiros do xá. Na verdade, esse número equivale a cerca de 150 anos da produção de trigo mundial no presente. O relato do que aconteceu a seguir não chegou até nós. Se o rei, inadimplente, culpando-se pela falta de atenção nos seus estudos de aritmética, entregou o reino ao vizir, ou se o último experimentou as aflições de um novo jogo chamado vizirmat, não temos o privilégio de saber.
* 1 quintilhão = 1 000 000 000 000 000 000 = 1018. Para se contar esse número a partir de 0 (um número por segundo, dia e noite), seriam necessários 32 bilhões de anos (mais tempo do que a idade do universo).
(Carl Sagan. Bilhões e bilhões, 2008. Adaptado.)
O trecho “era um homem modesto, disse ao xá” - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o trecho inicial de um artigo do livro Bilhões e bilhões do astrônomo e divulgador científico Carl Sagan (1934-1996) para responder a questão.
O tabuleiro de xadrez persa
Segundo o modo como ouvi pela primeira vez a história, aconteceu na Pérsia antiga. Mas podia ter sido na Índia ou até na China. De qualquer forma, aconteceu há muito tempo.
O grão-vizir, o principal conselheiro do rei, tinha in ventado um novo jogo. Era jogado com peças móveis sobre um tabuleiro quadrado que consistia em 64 quadrados vermelhos e pretos.
A peça mais importante era o rei. A segunda peça mais importante era o grão-vizir – exatamente o que se esperaria de um jogo inventado por um grão-vizir. O objetivo era capturar o rei inimigo e, por isso, o jogo era chamado, em persa, shahmat – shah para rei, mat para morto. Morte ao rei. Em russo, é ainda chamado shakhmat. Expressão que talvez transmita um remanescente sentimento revolucionário. Até em inglês, há um eco desse nome – o lance final é chamado checkmate (xeque-mate). O jogo, claro, é o xadrez. Ao longo do tempo, as peças, seus movimentos, as regras do jogo, tudo evoluiu. Por exemplo, já não existe um grão-vizir – que se metamorfoseou numa rainha, com poderes muito mais terríveis.
A razão de um rei se deliciar com a invenção de um jogo chamado “Morte ao rei” é um mistério. Mas reza a história que ele ficou tão encantado que mandou o grãovizir determinar sua própria recompensa por ter criado uma invenção tão magnífica. O grão-vizir tinha a resposta na ponta da língua: era um homem modesto, disse ao xá. Desejava apenas uma recompensa simples. Apontando as oito colunas e as oito filas de quadrados no tabuleiro que tinha inventado, pediu que lhe fosse dado um único grão de trigo no primeiro quadrado, o dobro dessa quantia no segundo, o dobro dessa quantia no terceiro e assim por diante, até que cada quadrado tivesse o seu complemento de trigo. Não, protestou o rei, era uma recompensa demasiado modesta para uma invenção tão importante.
Ofereceu joias, dançarinas, palácios. Mas o grão-vizir, com os olhos apropriadamente baixos, recusou todas as ofertas. Só desejava pequenos montes de trigo. Assim, admirando-se secretamente da humildade e comedimento de seu conselheiro, o rei consentiu.
No entanto, quando o mestre do Celeiro Real começou a contar os grãos, o rei se viu diante de uma surpresa desagradável.
O número de grãos começa bem pequeno: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024... mas quando se chega ao 64 . quadrado, o número se torna colossal, esmagador. Na realidade, o número é quase 18,5 quintilhões*. Talvez o grão-vizir estivesse fazendo uma dieta rica em fibras.
Quanto pesam 18,5 quintilhões de grãos de trigo? Se cada grão tivesse o tamanho de um milímetro, todos os grãos juntos pesariam cerca de 75 bilhões de toneladas métricas, o que é muito mais do que poderia ser armazenado nos celeiros do xá. Na verdade, esse número equivale a cerca de 150 anos da produção de trigo mundial no presente. O relato do que aconteceu a seguir não chegou até nós. Se o rei, inadimplente, culpando-se pela falta de atenção nos seus estudos de aritmética, entregou o reino ao vizir, ou se o último experimentou as aflições de um novo jogo chamado vizirmat, não temos o privilégio de saber.
* 1 quintilhão = 1 000 000 000 000 000 000 = 1018. Para se contar esse número a partir de 0 (um número por segundo, dia e noite), seriam necessários 32 bilhões de anos (mais tempo do que a idade do universo).
(Carl Sagan. Bilhões e bilhões, 2008. Adaptado.)
Assinale a alternativa cujo excerto se afasta da lógica - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o trecho inicial de um artigo do livro Bilhões e bilhões do astrônomo e divulgador científico Carl Sagan (1934-1996) para responder a questão.
O tabuleiro de xadrez persa
Segundo o modo como ouvi pela primeira vez a história, aconteceu na Pérsia antiga. Mas podia ter sido na Índia ou até na China. De qualquer forma, aconteceu há muito tempo.
O grão-vizir, o principal conselheiro do rei, tinha in ventado um novo jogo. Era jogado com peças móveis sobre um tabuleiro quadrado que consistia em 64 quadrados vermelhos e pretos.
A peça mais importante era o rei. A segunda peça mais importante era o grão-vizir – exatamente o que se esperaria de um jogo inventado por um grão-vizir. O objetivo era capturar o rei inimigo e, por isso, o jogo era chamado, em persa, shahmat – shah para rei, mat para morto. Morte ao rei. Em russo, é ainda chamado shakhmat. Expressão que talvez transmita um remanescente sentimento revolucionário. Até em inglês, há um eco desse nome – o lance final é chamado checkmate (xeque-mate). O jogo, claro, é o xadrez. Ao longo do tempo, as peças, seus movimentos, as regras do jogo, tudo evoluiu. Por exemplo, já não existe um grão-vizir – que se metamorfoseou numa rainha, com poderes muito mais terríveis.
A razão de um rei se deliciar com a invenção de um jogo chamado “Morte ao rei” é um mistério. Mas reza a história que ele ficou tão encantado que mandou o grãovizir determinar sua própria recompensa por ter criado uma invenção tão magnífica. O grão-vizir tinha a resposta na ponta da língua: era um homem modesto, disse ao xá. Desejava apenas uma recompensa simples. Apontando as oito colunas e as oito filas de quadrados no tabuleiro que tinha inventado, pediu que lhe fosse dado um único grão de trigo no primeiro quadrado, o dobro dessa quantia no segundo, o dobro dessa quantia no terceiro e assim por diante, até que cada quadrado tivesse o seu complemento de trigo. Não, protestou o rei, era uma recompensa demasiado modesta para uma invenção tão importante.
Ofereceu joias, dançarinas, palácios. Mas o grão-vizir, com os olhos apropriadamente baixos, recusou todas as ofertas. Só desejava pequenos montes de trigo. Assim, admirando-se secretamente da humildade e comedimento de seu conselheiro, o rei consentiu.
No entanto, quando o mestre do Celeiro Real começou a contar os grãos, o rei se viu diante de uma surpresa desagradável.
O número de grãos começa bem pequeno: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024... mas quando se chega ao 64 . quadrado, o número se torna colossal, esmagador. Na realidade, o número é quase 18,5 quintilhões*. Talvez o grão-vizir estivesse fazendo uma dieta rica em fibras.
Quanto pesam 18,5 quintilhões de grãos de trigo? Se cada grão tivesse o tamanho de um milímetro, todos os grãos juntos pesariam cerca de 75 bilhões de toneladas métricas, o que é muito mais do que poderia ser armazenado nos celeiros do xá. Na verdade, esse número equivale a cerca de 150 anos da produção de trigo mundial no presente. O relato do que aconteceu a seguir não chegou até nós. Se o rei, inadimplente, culpando-se pela falta de atenção nos seus estudos de aritmética, entregou o reino ao vizir, ou se o último experimentou as aflições de um novo jogo chamado vizirmat, não temos o privilégio de saber.
* 1 quintilhão = 1 000 000 000 000 000 000 = 1018. Para se contar esse número a partir de 0 (um número por segundo, dia e noite), seriam necessários 32 bilhões de anos (mais tempo do que a idade do universo).
(Carl Sagan. Bilhões e bilhões, 2008. Adaptado.)
O eufemismo (do grego euphemismós, que significava - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o trecho inicial de um artigo do livro Bilhões e bilhões do astrônomo e divulgador científico Carl Sagan (1934-1996) para responder a questão.
O tabuleiro de xadrez persa
Segundo o modo como ouvi pela primeira vez a história, aconteceu na Pérsia antiga. Mas podia ter sido na Índia ou até na China. De qualquer forma, aconteceu há muito tempo.
O grão-vizir, o principal conselheiro do rei, tinha in ventado um novo jogo. Era jogado com peças móveis sobre um tabuleiro quadrado que consistia em 64 quadrados vermelhos e pretos.
A peça mais importante era o rei. A segunda peça mais importante era o grão-vizir – exatamente o que se esperaria de um jogo inventado por um grão-vizir. O objetivo era capturar o rei inimigo e, por isso, o jogo era chamado, em persa, shahmat – shah para rei, mat para morto. Morte ao rei. Em russo, é ainda chamado shakhmat. Expressão que talvez transmita um remanescente sentimento revolucionário. Até em inglês, há um eco desse nome – o lance final é chamado checkmate (xeque-mate). O jogo, claro, é o xadrez. Ao longo do tempo, as peças, seus movimentos, as regras do jogo, tudo evoluiu. Por exemplo, já não existe um grão-vizir – que se metamorfoseou numa rainha, com poderes muito mais terríveis.
A razão de um rei se deliciar com a invenção de um jogo chamado “Morte ao rei” é um mistério. Mas reza a história que ele ficou tão encantado que mandou o grãovizir determinar sua própria recompensa por ter criado uma invenção tão magnífica. O grão-vizir tinha a resposta na ponta da língua: era um homem modesto, disse ao xá. Desejava apenas uma recompensa simples. Apontando as oito colunas e as oito filas de quadrados no tabuleiro que tinha inventado, pediu que lhe fosse dado um único grão de trigo no primeiro quadrado, o dobro dessa quantia no segundo, o dobro dessa quantia no terceiro e assim por diante, até que cada quadrado tivesse o seu complemento de trigo. Não, protestou o rei, era uma recompensa demasiado modesta para uma invenção tão importante.
Ofereceu joias, dançarinas, palácios. Mas o grão-vizir, com os olhos apropriadamente baixos, recusou todas as ofertas. Só desejava pequenos montes de trigo. Assim, admirando-se secretamente da humildade e comedimento de seu conselheiro, o rei consentiu.
No entanto, quando o mestre do Celeiro Real começou a contar os grãos, o rei se viu diante de uma surpresa desagradável.
O número de grãos começa bem pequeno: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024... mas quando se chega ao 64 . quadrado, o número se torna colossal, esmagador. Na realidade, o número é quase 18,5 quintilhões*. Talvez o grão-vizir estivesse fazendo uma dieta rica em fibras.
Quanto pesam 18,5 quintilhões de grãos de trigo? Se cada grão tivesse o tamanho de um milímetro, todos os grãos juntos pesariam cerca de 75 bilhões de toneladas métricas, o que é muito mais do que poderia ser armazenado nos celeiros do xá. Na verdade, esse número equivale a cerca de 150 anos da produção de trigo mundial no presente. O relato do que aconteceu a seguir não chegou até nós. Se o rei, inadimplente, culpando-se pela falta de atenção nos seus estudos de aritmética, entregou o reino ao vizir, ou se o último experimentou as aflições de um novo jogo chamado vizirmat, não temos o privilégio de saber.
* 1 quintilhão = 1 000 000 000 000 000 000 = 1018. Para se contar esse número a partir de 0 (um número por segundo, dia e noite), seriam necessários 32 bilhões de anos (mais tempo do que a idade do universo).
(Carl Sagan. Bilhões e bilhões, 2008. Adaptado.)
Considerado em seu contexto, o trecho “A razão de um - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Considerado em seu contexto, o trecho “A razão de um rei se deliciar com a invenção de um jogo chamado ‘Morte ao rei’ é um mistério.” (2o parágrafo) sugere que
De acordo com a história narrada pelo soneto, a) Labão - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o soneto do poeta Luís Vaz de Camões (1525?-1580) para responder a questão.
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assi negada a sua pastora,
como se a não tivera merecida,
começa de servir outros sete anos,
dizendo: “Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida”.
(Luís Vaz de Camões. Sonetos, 2001.)
Uma das principais figuras exploradas por Camões em - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o soneto do poeta Luís Vaz de Camões (1525?-1580) para responder a questão.
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assi negada a sua pastora,
como se a não tivera merecida,
começa de servir outros sete anos,
dizendo: “Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida”.
(Luís Vaz de Camões. Sonetos, 2001.)
Do ponto de vista formal, o tipo de verso e o esquema - UNIFESP 2017
Língua Portuguesa - 2016Leia o soneto do poeta Luís Vaz de Camões (1525?-1580) para responder a questão.
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assi negada a sua pastora,
como se a não tivera merecida,
começa de servir outros sete anos,
dizendo: “Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida”.
(Luís Vaz de Camões. Sonetos, 2001.)
No sermão, Vieira critica a) a preguiça desmesurada - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o excerto do “Sermão de Santo Antônio aos peixes” de Antônio Vieira (1608-1697) para responder a questão.
A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos.
[...] Santo Agostinho, que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos homens. Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o sertão? Para cá, para cá; para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os tapuias se comem uns aos outros, muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e cruzar as ruas: vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão de comer, e como se hão de comer.
[...]
Diz Deus que comem os homens não só o seu povo, senão declaradamente a sua plebe: Plebem meam, porque a plebe e os plebeus, que são os mais pequenos, os que menos podem, e os que menos avultam na república, estes são os comidos. E não só diz que os comem de qualquer modo, senão que os engolem e os devoram: Qui devorant. Porque os grandes que têm o mando das cidades e das províncias, não se contenta a sua fome de comer os pequenos um por um, poucos a poucos, senão que devoram e engolem os povos inteiros: Qui devorant plebem meam. E de que modo se devoram e comem? Ut cibum panis: não como os outros comeres, senão como pão. A diferença que há entre o pão e os outros comeres é que, para a carne, há dias de carne, e para o peixe, dias de peixe, e para as frutas, diferentes meses no ano; porém o pão é comer de todos os dias, que sempre e continuadamente se come: e isto é o que padecem os pequenos.
São o pão cotidiano dos grandes: e assim como pão se come com tudo, assim com tudo, e em tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em que os não comam, traguem e devorem: Qui devorant plebem meam, ut cibum panis. Parece-vos bem isto, peixes?
(Antônio Vieira. Essencial, 2011.)
Condizente com o teor do sermão está o conteúdo do - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o excerto do “Sermão de Santo Antônio aos peixes” de Antônio Vieira (1608-1697) para responder a questão.
A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos.
[...] Santo Agostinho, que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos homens. Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o sertão? Para cá, para cá; para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os tapuias se comem uns aos outros, muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e cruzar as ruas: vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão de comer, e como se hão de comer.
[...]
Diz Deus que comem os homens não só o seu povo, senão declaradamente a sua plebe: Plebem meam, porque a plebe e os plebeus, que são os mais pequenos, os que menos podem, e os que menos avultam na república, estes são os comidos. E não só diz que os comem de qualquer modo, senão que os engolem e os devoram: Qui devorant. Porque os grandes que têm o mando das cidades e das províncias, não se contenta a sua fome de comer os pequenos um por um, poucos a poucos, senão que devoram e engolem os povos inteiros: Qui devorant plebem meam. E de que modo se devoram e comem? Ut cibum panis: não como os outros comeres, senão como pão. A diferença que há entre o pão e os outros comeres é que, para a carne, há dias de carne, e para o peixe, dias de peixe, e para as frutas, diferentes meses no ano; porém o pão é comer de todos os dias, que sempre e continuadamente se come: e isto é o que padecem os pequenos.
São o pão cotidiano dos grandes: e assim como pão se come com tudo, assim com tudo, e em tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em que os não comam, traguem e devorem: Qui devorant plebem meam, ut cibum panis. Parece-vos bem isto, peixes?
(Antônio Vieira. Essencial, 2011.)
O primeiro parágrafo permite identificar o lugar em - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o excerto do “Sermão de Santo Antônio aos peixes” de Antônio Vieira (1608-1697) para responder a questão.
A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos.
[...] Santo Agostinho, que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos homens. Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o sertão? Para cá, para cá; para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os tapuias se comem uns aos outros, muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e cruzar as ruas: vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão de comer, e como se hão de comer.
[...]
Diz Deus que comem os homens não só o seu povo, senão declaradamente a sua plebe: Plebem meam, porque a plebe e os plebeus, que são os mais pequenos, os que menos podem, e os que menos avultam na república, estes são os comidos. E não só diz que os comem de qualquer modo, senão que os engolem e os devoram: Qui devorant. Porque os grandes que têm o mando das cidades e das províncias, não se contenta a sua fome de comer os pequenos um por um, poucos a poucos, senão que devoram e engolem os povos inteiros: Qui devorant plebem meam. E de que modo se devoram e comem? Ut cibum panis: não como os outros comeres, senão como pão. A diferença que há entre o pão e os outros comeres é que, para a carne, há dias de carne, e para o peixe, dias de peixe, e para as frutas, diferentes meses no ano; porém o pão é comer de todos os dias, que sempre e continuadamente se come: e isto é o que padecem os pequenos.
São o pão cotidiano dos grandes: e assim como pão se come com tudo, assim com tudo, e em tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em que os não comam, traguem e devorem: Qui devorant plebem meam, ut cibum panis. Parece-vos bem isto, peixes?
(Antônio Vieira. Essencial, 2011.)
Em “Cuidais que só os tapuias se comem uns aos outros, - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o excerto do “Sermão de Santo Antônio aos peixes” de Antônio Vieira (1608-1697) para responder a questão.
A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos.
[...] Santo Agostinho, que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos homens. Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o sertão? Para cá, para cá; para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os tapuias se comem uns aos outros, muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e cruzar as ruas: vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão de comer, e como se hão de comer.
[...]
Diz Deus que comem os homens não só o seu povo, senão declaradamente a sua plebe: Plebem meam, porque a plebe e os plebeus, que são os mais pequenos, os que menos podem, e os que menos avultam na república, estes são os comidos. E não só diz que os comem de qualquer modo, senão que os engolem e os devoram: Qui devorant. Porque os grandes que têm o mando das cidades e das províncias, não se contenta a sua fome de comer os pequenos um por um, poucos a poucos, senão que devoram e engolem os povos inteiros: Qui devorant plebem meam. E de que modo se devoram e comem? Ut cibum panis: não como os outros comeres, senão como pão. A diferença que há entre o pão e os outros comeres é que, para a carne, há dias de carne, e para o peixe, dias de peixe, e para as frutas, diferentes meses no ano; porém o pão é comer de todos os dias, que sempre e continuadamente se come: e isto é o que padecem os pequenos.
São o pão cotidiano dos grandes: e assim como pão se come com tudo, assim com tudo, e em tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em que os não comam, traguem e devorem: Qui devorant plebem meam, ut cibum panis. Parece-vos bem isto, peixes?
(Antônio Vieira. Essencial, 2011.)
“Santo Agostinho, que pregava aos homens, para encarece - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016“Santo Agostinho, que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos homens.” (1o . parágrafo)
Nas duas ocorrências, o termo “para” estabelece relação de
“Diz Deus que comem os homens não só o seu povo, senão - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o excerto do “Sermão de Santo Antônio aos peixes” de Antônio Vieira (1608-1697) para responder a questão.
A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos.
[...] Santo Agostinho, que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos homens. Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o sertão? Para cá, para cá; para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os tapuias se comem uns aos outros, muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e cruzar as ruas: vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão de comer, e como se hão de comer.
[...]
Diz Deus que comem os homens não só o seu povo, senão declaradamente a sua plebe: Plebem meam, porque a plebe e os plebeus, que são os mais pequenos, os que menos podem, e os que menos avultam na república, estes são os comidos. E não só diz que os comem de qualquer modo, senão que os engolem e os devoram: Qui devorant. Porque os grandes que têm o mando das cidades e das províncias, não se contenta a sua fome de comer os pequenos um por um, poucos a poucos, senão que devoram e engolem os povos inteiros: Qui devorant plebem meam. E de que modo se devoram e comem? Ut cibum panis: não como os outros comeres, senão como pão. A diferença que há entre o pão e os outros comeres é que, para a carne, há dias de carne, e para o peixe, dias de peixe, e para as frutas, diferentes meses no ano; porém o pão é comer de todos os dias, que sempre e continuadamente se come: e isto é o que padecem os pequenos.
São o pão cotidiano dos grandes: e assim como pão se come com tudo, assim com tudo, e em tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em que os não comam, traguem e devorem: Qui devorant plebem meam, ut cibum panis. Parece-vos bem isto, peixes?
(Antônio Vieira. Essencial, 2011.)
Assinale a alternativa na qual se pode detectar nos - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Assinale a alternativa na qual se pode detectar nos versos do poeta português Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805)
A conhecida pintura de Pedro Américo (1840-1905) - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016
O efeito cômico produzido pela leitura do requerimento - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016A questão focaliza uma passagem da comédia O juiz de paz da roça do escritor Martins Pena (1815-1848).
JUIZ (assentando-se): Sr. Escrivão, leia o outro requerimento.
ESCRIVÃO (lendo): Diz Francisco Antônio, natural de Portugal, porém brasileiro, que tendo ele casado com Rosa de Jesus, trouxe esta por dote uma égua. “Ora, acontecendo ter a égua de minha mulher um filho, o meu vizinho José da Silva diz que é dele, só porque o dito filho da égua de minha mulher saiu malhado como o seu cavalo. Ora, como os filhos pertencem às mães, e a prova disto é que a minha escrava Maria tem um filho que é meu, peço a V. Sa. mande o dito meu vizinho entregar-me o filho da égua que é de minha mulher”. JUIZ: É verdade que o senhor tem o filho da égua preso? JOSÉ DA SILVA: É verdade; porém o filho me pertence, pois é meu, que é do cavalo. JUIZ: Terá a bondade de entregar o filho a seu dono, pois é aqui da mulher do senhor. JOSÉ DA SILVA: Mas, Sr. Juiz... JUIZ: Nem mais nem meios mais; entregue o filho, senão, cadeia.
(Martins Pena. Comédias (1833-1844), 2007.)
O emprego das aspas no interior da fala do escrivão - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016A questão focaliza uma passagem da comédia O juiz de paz da roça do escritor Martins Pena (1815-1848).
JUIZ (assentando-se): Sr. Escrivão, leia o outro requerimento.
ESCRIVÃO (lendo): Diz Francisco Antônio, natural de Portugal, porém brasileiro, que tendo ele casado com Rosa de Jesus, trouxe esta por dote uma égua. “Ora, acontecendo ter a égua de minha mulher um filho, o meu vizinho José da Silva diz que é dele, só porque o dito filho da égua de minha mulher saiu malhado como o seu cavalo. Ora, como os filhos pertencem às mães, e a prova disto é que a minha escrava Maria tem um filho que é meu, peço a V. Sa. mande o dito meu vizinho entregar-me o filho da égua que é de minha mulher”. JUIZ: É verdade que o senhor tem o filho da égua preso? JOSÉ DA SILVA: É verdade; porém o filho me pertence, pois é meu, que é do cavalo. JUIZ: Terá a bondade de entregar o filho a seu dono, pois é aqui da mulher do senhor. JOSÉ DA SILVA: Mas, Sr. Juiz... JUIZ: Nem mais nem meios mais; entregue o filho, senão, cadeia.
(Martins Pena. Comédias (1833-1844), 2007.)
O que primeiro chama a atenção do crítico na ficção - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016O que primeiro chama a atenção do crítico na ficção deste escritor é a despreocupação com as modas dominantes e o aparente arcaísmo da técnica. Num momento em que Gustave Flaubert sistematizara a teoria do “romance que narra a si próprio”, apagando o narrador atrás da objetividade da narrativa; num momento em que Émile Zola preconizava o inventário maciço da realidade, observada nos menores detalhes, ele cultivou livremente o elíptico, o incompleto, o fragmentário, intervindo na narrativa com bisbilhotice saborosa.
A sua técnica consiste essencialmente em sugerir as coisas mais tremendas da maneira mais cândida (como os ironistas do século XVIII); ou em estabelecer um contraste entre a normalidade social dos fatos e a sua anormalidade essencial; ou em sugerir, sob aparência do contrário, que o ato excepcional é normal, e anormal seria o ato corriqueiro. Aí está o motivo da sua modernidade, apesar do seu arcaísmo de superfície.
O Simbolismo é, antes de tudo, antipositivista, - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016O Simbolismo é, antes de tudo, antipositivista, antinaturalista e anticientificista. Com esse movimento, nota-se o despontar de uma poesia nova, que ressuscitava o culto do vago em substituição ao culto da forma e do descritivo.
O mundo dessa pintura, como o dos sonhos, é ao mesmo - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016O mundo dessa pintura, como o dos sonhos, é ao mesmo tempo familiar e desconhecido: familiar, em razão do estilo minuciosamente realista, que permite ao espectador o reconhecimento de uma figura ou de um objeto pintados; desconhecido, por causa da estranheza dos contextos em que eles aparecem, como num sonho
Uma análise mais atenta do livro mostra que ele foi - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Uma análise mais atenta do livro mostra que ele foi construído a partir da combinação de uma infinidade de textos preexistentes, elaborados pela tradição oral ou escrita, popular ou erudita, europeia ou brasileira. A originalidade estrutural deriva, deste modo, do fato de o livro não se basear na mímesis, isto é, na dependência constante que a arte estabelece entre o mundo objetivo e a ficção; mas em ligar-se quase sempre a outros mundos imaginários, a sistemas fechados de sinais, já regidos por significação autônoma. Esse processo, parasitário na aparência, é no entanto curiosamente inventivo; pois, em vez de recortar com neutralidade nos entrechos originais as partes de que necessita para reagrupá-las, intactas, numa ordem nova, atua quase sempre sobre cada fragmento, alterando-o em profundidade.
O tom predominante no texto é de a) resignação. b) - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o excerto da crônica “Mineirinho” de Clarice Lispector (1925-1977), publicada na revista Senhor em 1962, para responder a questão.
É, suponho que é em mim, como um dos representantes de nós, que devo procurar por que está doendo a morte de um facínora1. E por que é que mais me adianta contar os treze tiros que mataram Mineirinho2 do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulsão de um conflito, o mal-estar de não entender o que se sente, o de precisar trair sensações contraditórias por não saber como harmonizá-las. Fatos irredutíveis, mas revolta irredutível também, a violenta compaixão da revolta. Sentir-se dividido na própria perplexidade diante de não poder esquecer que Mineirinho era perigoso e já matara demais; e no entanto nós o queríamos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justiça que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: “O que eu sinto não serve para se dizer. Quem não sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e já entrou no céu”. Respondi-lhe que “mais do que muita gente que não matou”.
Por quê? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituíveis, é a de que não matarás. Ela é a minha maior garantia: assim não me matam, porque eu não quero morrer, e assim não me deixam matar, porque ter matado será a escuridão para mim.
Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro.
Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais. Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos. Até que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais – vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu – que ao homem acuado, que a esse não nos matem. Porque sei que ele é o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva às vezes é apenas o erro, e eu sei que não nos salvaremos enquanto nosso erro não nos for precioso. Meu erro é o meu espelho, onde vejo o que em silêncio eu fiz de um homem. Meu erro é o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matéria de vida, placenta e sangue, a lama viva. Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver.
(Clarice Lispector. Para não esquecer, 1999.)
1 facínora: diz-se de ou indivíduo que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada.
2 Mineirinho: apelido pelo qual era conhecido o criminoso carioca José Miranda Rosa. Acuado pela polícia, acabou crivado de balas e seu corpo foi encontrado à margem da Estrada Grajaú-Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Depreende-se da leitura do primeiro parágrafo que a) a - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o excerto da crônica “Mineirinho” de Clarice Lispector (1925-1977), publicada na revista Senhor em 1962, para responder a questão.
É, suponho que é em mim, como um dos representantes de nós, que devo procurar por que está doendo a morte de um facínora1. E por que é que mais me adianta contar os treze tiros que mataram Mineirinho2 do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulsão de um conflito, o mal-estar de não entender o que se sente, o de precisar trair sensações contraditórias por não saber como harmonizá-las. Fatos irredutíveis, mas revolta irredutível também, a violenta compaixão da revolta. Sentir-se dividido na própria perplexidade diante de não poder esquecer que Mineirinho era perigoso e já matara demais; e no entanto nós o queríamos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justiça que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: “O que eu sinto não serve para se dizer. Quem não sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e já entrou no céu”. Respondi-lhe que “mais do que muita gente que não matou”.
Por quê? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituíveis, é a de que não matarás. Ela é a minha maior garantia: assim não me matam, porque eu não quero morrer, e assim não me deixam matar, porque ter matado será a escuridão para mim.
Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro.
Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais. Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos. Até que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais – vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu – que ao homem acuado, que a esse não nos matem. Porque sei que ele é o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva às vezes é apenas o erro, e eu sei que não nos salvaremos enquanto nosso erro não nos for precioso. Meu erro é o meu espelho, onde vejo o que em silêncio eu fiz de um homem. Meu erro é o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matéria de vida, placenta e sangue, a lama viva. Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver.
(Clarice Lispector. Para não esquecer, 1999.)
1 facínora: diz-se de ou indivíduo que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada.
2 Mineirinho: apelido pelo qual era conhecido o criminoso carioca José Miranda Rosa. Acuado pela polícia, acabou crivado de balas e seu corpo foi encontrado à margem da Estrada Grajaú-Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Em “Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o excerto da crônica “Mineirinho” de Clarice Lispector (1925-1977), publicada na revista Senhor em 1962, para responder a questão.
É, suponho que é em mim, como um dos representantes de nós, que devo procurar por que está doendo a morte de um facínora1. E por que é que mais me adianta contar os treze tiros que mataram Mineirinho2 do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulsão de um conflito, o mal-estar de não entender o que se sente, o de precisar trair sensações contraditórias por não saber como harmonizá-las. Fatos irredutíveis, mas revolta irredutível também, a violenta compaixão da revolta. Sentir-se dividido na própria perplexidade diante de não poder esquecer que Mineirinho era perigoso e já matara demais; e no entanto nós o queríamos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justiça que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: “O que eu sinto não serve para se dizer. Quem não sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e já entrou no céu”. Respondi-lhe que “mais do que muita gente que não matou”.
Por quê? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituíveis, é a de que não matarás. Ela é a minha maior garantia: assim não me matam, porque eu não quero morrer, e assim não me deixam matar, porque ter matado será a escuridão para mim.
Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro.
Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais. Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos. Até que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais – vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu – que ao homem acuado, que a esse não nos matem. Porque sei que ele é o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva às vezes é apenas o erro, e eu sei que não nos salvaremos enquanto nosso erro não nos for precioso. Meu erro é o meu espelho, onde vejo o que em silêncio eu fiz de um homem. Meu erro é o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matéria de vida, placenta e sangue, a lama viva. Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver.
(Clarice Lispector. Para não esquecer, 1999.)
1 facínora: diz-se de ou indivíduo que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada.
2 Mineirinho: apelido pelo qual era conhecido o criminoso carioca José Miranda Rosa. Acuado pela polícia, acabou crivado de balas e seu corpo foi encontrado à margem da Estrada Grajaú-Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
A gradação presente no terceiro parágrafo tem a função - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o excerto da crônica “Mineirinho” de Clarice Lispector (1925-1977), publicada na revista Senhor em 1962, para responder a questão.
É, suponho que é em mim, como um dos representantes de nós, que devo procurar por que está doendo a morte de um facínora1. E por que é que mais me adianta contar os treze tiros que mataram Mineirinho2 do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulsão de um conflito, o mal-estar de não entender o que se sente, o de precisar trair sensações contraditórias por não saber como harmonizá-las. Fatos irredutíveis, mas revolta irredutível também, a violenta compaixão da revolta. Sentir-se dividido na própria perplexidade diante de não poder esquecer que Mineirinho era perigoso e já matara demais; e no entanto nós o queríamos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justiça que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: “O que eu sinto não serve para se dizer. Quem não sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e já entrou no céu”. Respondi-lhe que “mais do que muita gente que não matou”.
Por quê? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituíveis, é a de que não matarás. Ela é a minha maior garantia: assim não me matam, porque eu não quero morrer, e assim não me deixam matar, porque ter matado será a escuridão para mim.
Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro.
Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais. Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos. Até que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais – vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu – que ao homem acuado, que a esse não nos matem. Porque sei que ele é o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva às vezes é apenas o erro, e eu sei que não nos salvaremos enquanto nosso erro não nos for precioso. Meu erro é o meu espelho, onde vejo o que em silêncio eu fiz de um homem. Meu erro é o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matéria de vida, placenta e sangue, a lama viva. Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver.
(Clarice Lispector. Para não esquecer, 1999.)
1 facínora: diz-se de ou indivíduo que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada.
2 Mineirinho: apelido pelo qual era conhecido o criminoso carioca José Miranda Rosa. Acuado pela polícia, acabou crivado de balas e seu corpo foi encontrado à margem da Estrada Grajaú-Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
“O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o excerto da crônica “Mineirinho” de Clarice Lispector (1925-1977), publicada na revista Senhor em 1962, para responder a questão.
É, suponho que é em mim, como um dos representantes de nós, que devo procurar por que está doendo a morte de um facínora1. E por que é que mais me adianta contar os treze tiros que mataram Mineirinho2 do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulsão de um conflito, o mal-estar de não entender o que se sente, o de precisar trair sensações contraditórias por não saber como harmonizá-las. Fatos irredutíveis, mas revolta irredutível também, a violenta compaixão da revolta. Sentir-se dividido na própria perplexidade diante de não poder esquecer que Mineirinho era perigoso e já matara demais; e no entanto nós o queríamos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justiça que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: “O que eu sinto não serve para se dizer. Quem não sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e já entrou no céu”. Respondi-lhe que “mais do que muita gente que não matou”.
Por quê? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituíveis, é a de que não matarás. Ela é a minha maior garantia: assim não me matam, porque eu não quero morrer, e assim não me deixam matar, porque ter matado será a escuridão para mim.
Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro.
Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais. Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos. Até que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais – vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu – que ao homem acuado, que a esse não nos matem. Porque sei que ele é o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva às vezes é apenas o erro, e eu sei que não nos salvaremos enquanto nosso erro não nos for precioso. Meu erro é o meu espelho, onde vejo o que em silêncio eu fiz de um homem. Meu erro é o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matéria de vida, placenta e sangue, a lama viva. Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver.
(Clarice Lispector. Para não esquecer, 1999.)
1 facínora: diz-se de ou indivíduo que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada.
2 Mineirinho: apelido pelo qual era conhecido o criminoso carioca José Miranda Rosa. Acuado pela polícia, acabou crivado de balas e seu corpo foi encontrado à margem da Estrada Grajaú-Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
“Até que treze tiros nos acordam, e com horror digo - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o excerto da crônica “Mineirinho” de Clarice Lispector (1925-1977), publicada na revista Senhor em 1962, para responder a questão.
É, suponho que é em mim, como um dos representantes de nós, que devo procurar por que está doendo a morte de um facínora1. E por que é que mais me adianta contar os treze tiros que mataram Mineirinho2 do que os seus crimes. Perguntei a minha cozinheira o que pensava sobre o assunto. Vi no seu rosto a pequena convulsão de um conflito, o mal-estar de não entender o que se sente, o de precisar trair sensações contraditórias por não saber como harmonizá-las. Fatos irredutíveis, mas revolta irredutível também, a violenta compaixão da revolta. Sentir-se dividido na própria perplexidade diante de não poder esquecer que Mineirinho era perigoso e já matara demais; e no entanto nós o queríamos vivo. A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justiça que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: “O que eu sinto não serve para se dizer. Quem não sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e já entrou no céu”. Respondi-lhe que “mais do que muita gente que não matou”.
Por quê? No entanto a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituíveis, é a de que não matarás. Ela é a minha maior garantia: assim não me matam, porque eu não quero morrer, e assim não me deixam matar, porque ter matado será a escuridão para mim.
Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro.
Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais. Para que minha casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos salvamos. Até que treze tiros nos acordam, e com horror digo tarde demais – vinte e oito anos depois que Mineirinho nasceu – que ao homem acuado, que a esse não nos matem. Porque sei que ele é o meu erro. E de uma vida inteira, por Deus, o que se salva às vezes é apenas o erro, e eu sei que não nos salvaremos enquanto nosso erro não nos for precioso. Meu erro é o meu espelho, onde vejo o que em silêncio eu fiz de um homem. Meu erro é o modo como vi a vida se abrir na sua carne e me espantei, e vi a matéria de vida, placenta e sangue, a lama viva. Em Mineirinho se rebentou o meu modo de viver.
(Clarice Lispector. Para não esquecer, 1999.)
1 facínora: diz-se de ou indivíduo que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada.
2 Mineirinho: apelido pelo qual era conhecido o criminoso carioca José Miranda Rosa. Acuado pela polícia, acabou crivado de balas e seu corpo foi encontrado à margem da Estrada Grajaú-Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
O termo “they” refere-se a a) powerful economic force. - UNIFESP 2016
Língua Portuguesa - 2016Leia o texto para responder a questão

“They don’t see us as a powerful economic force, which is an incredible ignorance.” – Salma Hayek, actor, denouncing sexism in Hollywood at the Cannes Film Festival; until recently, she added, studio heads believed women were interested only in seeing romantic comedies.
(Time, 01.06.2015.)
Based on the information the text presents, one can say - UNIFESP 2016
Inglês - 2016Leia o texto para responder a questão

“They don’t see us as a powerful economic force, which is an incredible ignorance.” – Salma Hayek, actor, denouncing sexism in Hollywood at the Cannes Film Festival; until recently, she added, studio heads believed women were interested only in seeing romantic comedies.
(Time, 01.06.2015.)
According to the text, Malala Yousafzai was shot - UNIFESP 2016
Inglês - 2016Nobel winner Malala opens school for Syrian refugees
Sylvia Westall
July 13, 2015
Bekaa Valley, Lebanon

Malala Yousafzai, the youngest winner of the Nobel Peace Prize, celebrated her 18th birthday in Lebanon on Sunday by opening a school for Syrian refugee girls and called on world leaders to invest in “books not bullets”. Malala became a symbol of defiance after she was shot on a school bus in Pakistan in 2012 by the Taliban for advocating girls’ rights to education. She continued campaigning and won the Nobel in 2014.
“I decided to be in Lebanon because I believe that the voices of the Syrian refugees need to be heard and they have been ignored for so long,” Malala told Reuters in a schoolroom decorated with drawings of butterflies. The Malala Fund, a non-profit organization that supports local education projects, provided most of the funding for the school, set up by Lebanon’s Kayany Foundation in the Bekaa Valley, close to the Syrian border. The Kayany Foundation, established by Syrian Nora Joumblatt in response to Syria’s refugee crisis, has already completed three other new schools to give free education to Syrian children in Lebanon. The Malala school can welcome up to 200 girls aged 14 to 18.
“Today on my first day as an adult, on behalf of the world’s children, I demand of leaders we must invest in books instead of bullets,” Malala said in a speech. Lebanon is home to at least 1.2 million of the 4 million refugees that have fled Syria’s war to neighboring countries. There are about 500,000 Syrian school-age children in Lebanon, but only a fifth are in formal education. “We are in danger of losing generations of young Syrian girls due to the lack of education,” Joumblatt said in a speech at the opening of the school. “Desperate and displaced Syrians are increasingly seeing early marriage as a way to secure the social and financial future of their daughters. We need to provide an alternative: Keep young girls in school instead of being pressured into wedlock.”
Lebanon, which allows informal settlements on land rented by refugees, says it can no longer cope with the influx from Syria’s four-year conflict. More than one in four people living in Lebanon is a refugee. The United Nations says the number of Syrian refugees in neighboring countries is expected to reach 4.27 million by the end of the year. “In Lebanon as well as in Jordan, an increasing number of refugees are being turned back at the border,” Malala said. “This is inhuman and this is shameful.”
Her father Ziauddin said he was proud she was carrying on her activism into adulthood. “This is the mission we have taken for the last 8-9 years. A small moment for the education of girls in Swat Valley: it is spreading now all over the world,” he said.
(www.reuters.com. Adaptado.)
On her 18th birthday, Malala a) decided to live in - UNIFESP 2016
Inglês - 2016Nobel winner Malala opens school for Syrian refugees
Sylvia Westall
July 13, 2015
Bekaa Valley, Lebanon

Malala Yousafzai, the youngest winner of the Nobel Peace Prize, celebrated her 18th birthday in Lebanon on Sunday by opening a school for Syrian refugee girls and called on world leaders to invest in “books not bullets”. Malala became a symbol of defiance after she was shot on a school bus in Pakistan in 2012 by the Taliban for advocating girls’ rights to education. She continued campaigning and won the Nobel in 2014.
“I decided to be in Lebanon because I believe that the voices of the Syrian refugees need to be heard and they have been ignored for so long,” Malala told Reuters in a schoolroom decorated with drawings of butterflies. The Malala Fund, a non-profit organization that supports local education projects, provided most of the funding for the school, set up by Lebanon’s Kayany Foundation in the Bekaa Valley, close to the Syrian border. The Kayany Foundation, established by Syrian Nora Joumblatt in response to Syria’s refugee crisis, has already completed three other new schools to give free education to Syrian children in Lebanon. The Malala school can welcome up to 200 girls aged 14 to 18.
“Today on my first day as an adult, on behalf of the world’s children, I demand of leaders we must invest in books instead of bullets,” Malala said in a speech. Lebanon is home to at least 1.2 million of the 4 million refugees that have fled Syria’s war to neighboring countries. There are about 500,000 Syrian school-age children in Lebanon, but only a fifth are in formal education. “We are in danger of losing generations of young Syrian girls due to the lack of education,” Joumblatt said in a speech at the opening of the school. “Desperate and displaced Syrians are increasingly seeing early marriage as a way to secure the social and financial future of their daughters. We need to provide an alternative: Keep young girls in school instead of being pressured into wedlock.”
Lebanon, which allows informal settlements on land rented by refugees, says it can no longer cope with the influx from Syria’s four-year conflict. More than one in four people living in Lebanon is a refugee. The United Nations says the number of Syrian refugees in neighboring countries is expected to reach 4.27 million by the end of the year. “In Lebanon as well as in Jordan, an increasing number of refugees are being turned back at the border,” Malala said. “This is inhuman and this is shameful.”
Her father Ziauddin said he was proud she was carrying on her activism into adulthood. “This is the mission we have taken for the last 8-9 years. A small moment for the education of girls in Swat Valley: it is spreading now all over the world,” he said.
(www.reuters.com. Adaptado.)
A expressão “instead of” indica uma ideia de a) - UNIFESP 2016
Inglês - 2016Nobel winner Malala opens school for Syrian refugees
Sylvia Westall
July 13, 2015
Bekaa Valley, Lebanon

Malala Yousafzai, the youngest winner of the Nobel Peace Prize, celebrated her 18th birthday in Lebanon on Sunday by opening a school for Syrian refugee girls and called on world leaders to invest in “books not bullets”. Malala became a symbol of defiance after she was shot on a school bus in Pakistan in 2012 by the Taliban for advocating girls’ rights to education. She continued campaigning and won the Nobel in 2014.
“I decided to be in Lebanon because I believe that the voices of the Syrian refugees need to be heard and they have been ignored for so long,” Malala told Reuters in a schoolroom decorated with drawings of butterflies. The Malala Fund, a non-profit organization that supports local education projects, provided most of the funding for the school, set up by Lebanon’s Kayany Foundation in the Bekaa Valley, close to the Syrian border. The Kayany Foundation, established by Syrian Nora Joumblatt in response to Syria’s refugee crisis, has already completed three other new schools to give free education to Syrian children in Lebanon. The Malala school can welcome up to 200 girls aged 14 to 18.
“Today on my first day as an adult, on behalf of the world’s children, I demand of leaders we must invest in books instead of bullets,” Malala said in a speech. Lebanon is home to at least 1.2 million of the 4 million refugees that have fled Syria’s war to neighboring countries. There are about 500,000 Syrian school-age children in Lebanon, but only a fifth are in formal education. “We are in danger of losing generations of young Syrian girls due to the lack of education,” Joumblatt said in a speech at the opening of the school. “Desperate and displaced Syrians are increasingly seeing early marriage as a way to secure the social and financial future of their daughters. We need to provide an alternative: Keep young girls in school instead of being pressured into wedlock.”
Lebanon, which allows informal settlements on land rented by refugees, says it can no longer cope with the influx from Syria’s four-year conflict. More than one in four people living in Lebanon is a refugee. The United Nations says the number of Syrian refugees in neighboring countries is expected to reach 4.27 million by the end of the year. “In Lebanon as well as in Jordan, an increasing number of refugees are being turned back at the border,” Malala said. “This is inhuman and this is shameful.”
Her father Ziauddin said he was proud she was carrying on her activism into adulthood. “This is the mission we have taken for the last 8-9 years. A small moment for the education of girls in Swat Valley: it is spreading now all over the world,” he said.
(www.reuters.com. Adaptado.)
O termo “must” pode ser substituído, sem alteração de - UNIFESP 2016
Inglês - 2016Nobel winner Malala opens school for Syrian refugees
Sylvia Westall
July 13, 2015
Bekaa Valley, Lebanon

Malala Yousafzai, the youngest winner of the Nobel Peace Prize, celebrated her 18th birthday in Lebanon on Sunday by opening a school for Syrian refugee girls and called on world leaders to invest in “books not bullets”. Malala became a symbol of defiance after she was shot on a school bus in Pakistan in 2012 by the Taliban for advocating girls’ rights to education. She continued campaigning and won the Nobel in 2014.
“I decided to be in Lebanon because I believe that the voices of the Syrian refugees need to be heard and they have been ignored for so long,” Malala told Reuters in a schoolroom decorated with drawings of butterflies. The Malala Fund, a non-profit organization that supports local education projects, provided most of the funding for the school, set up by Lebanon’s Kayany Foundation in the Bekaa Valley, close to the Syrian border. The Kayany Foundation, established by Syrian Nora Joumblatt in response to Syria’s refugee crisis, has already completed three other new schools to give free education to Syrian children in Lebanon. The Malala school can welcome up to 200 girls aged 14 to 18.
“Today on my first day as an adult, on behalf of the world’s children, I demand of leaders we must invest in books instead of bullets,” Malala said in a speech. Lebanon is home to at least 1.2 million of the 4 million refugees that have fled Syria’s war to neighboring countries. There are about 500,000 Syrian school-age children in Lebanon, but only a fifth are in formal education. “We are in danger of losing generations of young Syrian girls due to the lack of education,” Joumblatt said in a speech at the opening of the school. “Desperate and displaced Syrians are increasingly seeing early marriage as a way to secure the social and financial future of their daughters. We need to provide an alternative: Keep young girls in school instead of being pressured into wedlock.”
Lebanon, which allows informal settlements on land rented by refugees, says it can no longer cope with the influx from Syria’s four-year conflict. More than one in four people living in Lebanon is a refugee. The United Nations says the number of Syrian refugees in neighboring countries is expected to reach 4.27 million by the end of the year. “In Lebanon as well as in Jordan, an increasing number of refugees are being turned back at the border,” Malala said. “This is inhuman and this is shameful.”
Her father Ziauddin said he was proud she was carrying on her activism into adulthood. “This is the mission we have taken for the last 8-9 years. A small moment for the education of girls in Swat Valley: it is spreading now all over the world,” he said.
(www.reuters.com. Adaptado.)
Segundo o texto, a) há mais refugiados sírios no Líbano - UNIFESP 2016
Inglês - 2016Nobel winner Malala opens school for Syrian refugees
Sylvia Westall
July 13, 2015
Bekaa Valley, Lebanon

Malala Yousafzai, the youngest winner of the Nobel Peace Prize, celebrated her 18th birthday in Lebanon on Sunday by opening a school for Syrian refugee girls and called on world leaders to invest in “books not bullets”. Malala became a symbol of defiance after she was shot on a school bus in Pakistan in 2012 by the Taliban for advocating girls’ rights to education. She continued campaigning and won the Nobel in 2014.
“I decided to be in Lebanon because I believe that the voices of the Syrian refugees need to be heard and they have been ignored for so long,” Malala told Reuters in a schoolroom decorated with drawings of butterflies. The Malala Fund, a non-profit organization that supports local education projects, provided most of the funding for the school, set up by Lebanon’s Kayany Foundation in the Bekaa Valley, close to the Syrian border. The Kayany Foundation, established by Syrian Nora Joumblatt in response to Syria’s refugee crisis, has already completed three other new schools to give free education to Syrian children in Lebanon. The Malala school can welcome up to 200 girls aged 14 to 18.
“Today on my first day as an adult, on behalf of the world’s children, I demand of leaders we must invest in books instead of bullets,” Malala said in a speech. Lebanon is home to at least 1.2 million of the 4 million refugees that have fled Syria’s war to neighboring countries. There are about 500,000 Syrian school-age children in Lebanon, but only a fifth are in formal education. “We are in danger of losing generations of young Syrian girls due to the lack of education,” Joumblatt said in a speech at the opening of the school. “Desperate and displaced Syrians are increasingly seeing early marriage as a way to secure the social and financial future of their daughters. We need to provide an alternative: Keep young girls in school instead of being pressured into wedlock.”
Lebanon, which allows informal settlements on land rented by refugees, says it can no longer cope with the influx from Syria’s four-year conflict. More than one in four people living in Lebanon is a refugee. The United Nations says the number of Syrian refugees in neighboring countries is expected to reach 4.27 million by the end of the year. “In Lebanon as well as in Jordan, an increasing number of refugees are being turned back at the border,” Malala said. “This is inhuman and this is shameful.”
Her father Ziauddin said he was proud she was carrying on her activism into adulthood. “This is the mission we have taken for the last 8-9 years. A small moment for the education of girls in Swat Valley: it is spreading now all over the world,” he said.
(www.reuters.com. Adaptado.)
Apoie nosso trabalho!
Assine Agora