2022
Exibindo questões de 201 a 300.
Se eu tivesse que responder à seguinte - UNESP 2022/Exatas e Humanas
História - 2022Se eu tivesse que responder à seguinte pergunta: O que é a escravatura? e respondesse sem hesitar: É o assassínio, o meu pensamento ficaria perfeitamente expresso. Não precisarei de fazer um grande discurso para mostrar que o poder de privar o homem do pensamento, da vontade e da personalidade, é um poder de vida e morte e que fazer de um homem escravo equivale a assassiná-lo. Por que, então, a essa outra pergunta: O que é a propriedade? não posso responder simplesmente: É o roubo, ficando com a certeza de que me entendem, embora esta segunda proposição não seja mais que a primeira, transformada?
Entrar numa fábrica pela primeira vez - UNESP 2022/Exatas e Humanas
História - 2022Entrar numa fábrica pela primeira vez podia ser uma experiência aterrorizante: o ruído e o movimento do maquinário; o ar sufocante, cheio de pó de algodão, muitas vezes, mantido opressivamente quente para reduzir a quebra; o fedor penetrante de óleo de baleia e de gordura animal usados para lubrificar as máquinas (antes da disponibilidade de produtos petrolíferos) e do suor de centenas de trabalhadores; os semblantes pálidos e os corpos doentios dos operários; o comportamento feroz dos supervisores, alguns dos quais carregavam cintos ou chicotes para impor disciplina. Nas salas de tecelagem, o barulho ensurdecedor de dezenas de teares, cada um com uma lançadeira recebendo pancadas de martelo umas sessenta vezes por minuto, impossibilitava que os trabalhadores se ouvissem.
[O rei D. João III] ordenou que se - UNESP 2022/Exatas e Humanas
História - 2022[O rei D. João III] ordenou que se povoasse esta província, repartindo as terras por pessoas que se lhe ofereceram para as povoarem e conquistarem à custa de sua fazenda, e dando a cada um 50 léguas por costa com todo o seu sertão [...]; são sismeiros das suas terras, e as repartem pelos moradores como querem, todavia movendo-se depois alguma dúvida sobre as datas, não são eles os juízes delas, senão o provedor da fazenda, nem os que as recebem de sesmaria têm obrigação de pagar mais que dízimo a Deus dos frutos que colhem [...].
Real alicerce da sociedade, os escravos - UNESP 2022/Exatas e Humanas
História - 2022Real alicerce da sociedade, os escravos chegaram a constituir, em regiões como o Recôncavo, na Bahia, mais de 75% da população. Desde o século XVI e até a extinção do tráfico, em 1850, o regime demográfico adverso verificado entre os cativos – em razão das mortes prematuras e da baixa taxa de nascimento – levou a uma taxa de crescimento negativo [...].
São características da Reforma - UNESP 2022/Exatas e Humanas
História - 2022São características da Reforma protestante e da Contrarreforma católica, respectivamente,
[...] a Europa começa a se constituir - UNESP 2022/Exatas e Humanas
História - 2022[...] a Europa começa a se constituir com a Idade Média. A civilização da Antiguidade romana só compreendia uma parte da Europa: os territórios do sul, situados na sua maioria em torno do Mediterrâneo.
A conquista da Gália por Júlio César foi - UNESP 2022/Exatas e Humanas
História - 2022A conquista da Gália por Júlio César foi comparada, com razão, a um genocídio, e criticada pelos próprios romanos da época, nesses mesmos termos. Mas Roma se expandiu por um mundo de violência endêmica, de focos rivais de poder apoiados por forças militares [...] e de mini-impérios.
O personagem Frank representa a) o homem - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Inglês - 2022Leia o quadrinho para responder às questões 29 e 30.

O humor do quadrinho decorre a) da - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Inglês - 2022Leia o quadrinho para responder às questões 29 e 30.

No infográfico, a recomendação para - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Inglês - 2022
No trecho do quarto parágrafo, “Even - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Inglês - 2022No trecho do quarto parágrafo, “Even though water and sanitation access rates are generally higher in urban areas”, a expressão sublinhada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
In the excerpt from the fourth - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Inglês - 2022Leia o texto para responder às questões de 21 a 27.

A view of passengers aboard trains connecting the suburbs of Kolkata, India. The Asia-Pacific region is urbanizing rapidly with 1.77 billion people, 43% of the region’s population, living in urban areas.
Urban areas are expected to absorb all of the world’s population growth over the next four decades, as well as accommodating significant rural-to-urban migration. The vast majority of these people will be living in overcrowded slums with inadequate, often non-existent, water and sanitation services.
Safe drinking water systems and adequate sanitation that effectively disposes of human waste will be essential to ensure cities and towns grow sustainably. Extending these services to the millions of urbanites currently unserved will play a key role in underpinning the health and security of cities, protecting economies and ecosystems and minimising the risk of pandemics.
For the first time in history, more than half of the global population live in towns and cities. By 2050, that proportion is expected to rise to two-thirds. Population growth is happening fastest in urban areas of less developed regions, with the urban population estimated to grow from 3.9 billion people today to 6.3 billion in 2050.
Even though water and sanitation access rates are generally higher in urban areas than rural, planning and infrastructure have been unable to keep pace in many regions. Today, 700 million urbanites live without improved sanitation, contributing to poor health conditions and heavy pollution loads in wastewater, and 156 million live without improved water sources.
However, cities provide significant opportunities for more integrated and sustainable water use and waste management. The positive impacts of these services, particularly for public health, spread rapidly and costeffectively among densely populated unplanned settlements. Furthermore, more efficient use of water within cities and the safe reuse of more waste will put less strain on the surrounding ecosystems.
(www.unwater.org. Adaptado.)
De acordo com o terceiro e quarto - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Inglês - 2022Leia o texto para responder às questões de 21 a 27.

A view of passengers aboard trains connecting the suburbs of Kolkata, India. The Asia-Pacific region is urbanizing rapidly with 1.77 billion people, 43% of the region’s population, living in urban areas.
Urban areas are expected to absorb all of the world’s population growth over the next four decades, as well as accommodating significant rural-to-urban migration. The vast majority of these people will be living in overcrowded slums with inadequate, often non-existent, water and sanitation services.
Safe drinking water systems and adequate sanitation that effectively disposes of human waste will be essential to ensure cities and towns grow sustainably. Extending these services to the millions of urbanites currently unserved will play a key role in underpinning the health and security of cities, protecting economies and ecosystems and minimising the risk of pandemics.
For the first time in history, more than half of the global population live in towns and cities. By 2050, that proportion is expected to rise to two-thirds. Population growth is happening fastest in urban areas of less developed regions, with the urban population estimated to grow from 3.9 billion people today to 6.3 billion in 2050.
Even though water and sanitation access rates are generally higher in urban areas than rural, planning and infrastructure have been unable to keep pace in many regions. Today, 700 million urbanites live without improved sanitation, contributing to poor health conditions and heavy pollution loads in wastewater, and 156 million live without improved water sources.
However, cities provide significant opportunities for more integrated and sustainable water use and waste management. The positive impacts of these services, particularly for public health, spread rapidly and costeffectively among densely populated unplanned settlements. Furthermore, more efficient use of water within cities and the safe reuse of more waste will put less strain on the surrounding ecosystems.
(www.unwater.org. Adaptado.)
According to the second paragraph - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Inglês - 2022Leia o texto para responder às questões de 21 a 27.

A view of passengers aboard trains connecting the suburbs of Kolkata, India. The Asia-Pacific region is urbanizing rapidly with 1.77 billion people, 43% of the region’s population, living in urban areas.
Urban areas are expected to absorb all of the world’s population growth over the next four decades, as well as accommodating significant rural-to-urban migration. The vast majority of these people will be living in overcrowded slums with inadequate, often non-existent, water and sanitation services.
Safe drinking water systems and adequate sanitation that effectively disposes of human waste will be essential to ensure cities and towns grow sustainably. Extending these services to the millions of urbanites currently unserved will play a key role in underpinning the health and security of cities, protecting economies and ecosystems and minimising the risk of pandemics.
For the first time in history, more than half of the global population live in towns and cities. By 2050, that proportion is expected to rise to two-thirds. Population growth is happening fastest in urban areas of less developed regions, with the urban population estimated to grow from 3.9 billion people today to 6.3 billion in 2050.
Even though water and sanitation access rates are generally higher in urban areas than rural, planning and infrastructure have been unable to keep pace in many regions. Today, 700 million urbanites live without improved sanitation, contributing to poor health conditions and heavy pollution loads in wastewater, and 156 million live without improved water sources.
However, cities provide significant opportunities for more integrated and sustainable water use and waste management. The positive impacts of these services, particularly for public health, spread rapidly and costeffectively among densely populated unplanned settlements. Furthermore, more efficient use of water within cities and the safe reuse of more waste will put less strain on the surrounding ecosystems.
(www.unwater.org. Adaptado.)
No trecho do primeiro parágrafo “as well - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Inglês - 2022Leia o texto para responder às questões de 21 a 27.

Urban areas are expected to absorb all of the world’s population growth over the next four decades, as well as accommodating significant rural-to-urban migration. The vast majority of these people will be living in overcrowded slums with inadequate, often non-existent, water and sanitation services.
Safe drinking water systems and adequate sanitation that effectively disposes of human waste will be essential to ensure cities and towns grow sustainably. Extending these services to the millions of urbanites currently unserved will play a key role in underpinning the health and security of cities, protecting economies and ecosystems and minimising the risk of pandemics.
For the first time in history, more than half of the global population live in towns and cities. By 2050, that proportion is expected to rise to two-thirds. Population growth is happening fastest in urban areas of less developed regions, with the urban population estimated to grow from 3.9 billion people today to 6.3 billion in 2050.
Even though water and sanitation access rates are generally higher in urban areas than rural, planning and infrastructure have been unable to keep pace in many regions. Today, 700 million urbanites live without improved sanitation, contributing to poor health conditions and heavy pollution loads in wastewater, and 156 million live without improved water sources.
However, cities provide significant opportunities for more integrated and sustainable water use and waste management. The positive impacts of these services, particularly for public health, spread rapidly and costeffectively among densely populated unplanned settlements. Furthermore, more efficient use of water within cities and the safe reuse of more waste will put less strain on the surrounding ecosystems.
(www.unwater.org. Adaptado.)
A fotografia e a sua legenda ilustram o - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Inglês - 2022Leia o texto para responder às questões de 21 a 27.

Urban areas are expected to absorb all of the world’s population growth over the next four decades, as well as accommodating significant rural-to-urban migration. The vast majority of these people will be living in overcrowded slums with inadequate, often non-existent, water and sanitation services.
Safe drinking water systems and adequate sanitation that effectively disposes of human waste will be essential to ensure cities and towns grow sustainably. Extending these services to the millions of urbanites currently unserved will play a key role in underpinning the health and security of cities, protecting economies and ecosystems and minimising the risk of pandemics.
For the first time in history, more than half of the global population live in towns and cities. By 2050, that proportion is expected to rise to two-thirds. Population growth is happening fastest in urban areas of less developed regions, with the urban population estimated to grow from 3.9 billion people today to 6.3 billion in 2050.
Even though water and sanitation access rates are generally higher in urban areas than rural, planning and infrastructure have been unable to keep pace in many regions. Today, 700 million urbanites live without improved sanitation, contributing to poor health conditions and heavy pollution loads in wastewater, and 156 million live without improved water sources.
However, cities provide significant opportunities for more integrated and sustainable water use and waste management. The positive impacts of these services, particularly for public health, spread rapidly and costeffectively among densely populated unplanned settlements. Furthermore, more efficient use of water within cities and the safe reuse of more waste will put less strain on the surrounding ecosystems.
(www.unwater.org. Adaptado.)
According to the text, a) cities - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Inglês - 2022Leia o texto para responder às questões de 21 a 27.

Urban areas are expected to absorb all of the world’s population growth over the next four decades, as well as accommodating significant rural-to-urban migration. The vast majority of these people will be living in overcrowded slums with inadequate, often non-existent, water and sanitation services.
Safe drinking water systems and adequate sanitation that effectively disposes of human waste will be essential to ensure cities and towns grow sustainably. Extending these services to the millions of urbanites currently unserved will play a key role in underpinning the health and security of cities, protecting economies and ecosystems and minimising the risk of pandemics.
For the first time in history, more than half of the global population live in towns and cities. By 2050, that proportion is expected to rise to two-thirds. Population growth is happening fastest in urban areas of less developed regions, with the urban population estimated to grow from 3.9 billion people today to 6.3 billion in 2050.
Even though water and sanitation access rates are generally higher in urban areas than rural, planning and infrastructure have been unable to keep pace in many regions. Today, 700 million urbanites live without improved sanitation, contributing to poor health conditions and heavy pollution loads in wastewater, and 156 million live without improved water sources.
However, cities provide significant opportunities for more integrated and sustainable water use and waste management. The positive impacts of these services, particularly for public health, spread rapidly and costeffectively among densely populated unplanned settlements. Furthermore, more efficient use of water within cities and the safe reuse of more waste will put less strain on the surrounding ecosystems.
(www.unwater.org. Adaptado.)
Movement founded by André Breton in 1924 - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Inglês - 2022Movement founded by André Breton in 1924, which absorbed the French Dada movement and made positive claims for methods and processes (defiance of logic, shock tactics) which Dada had used merely as a negation of conventional art. Influenced by Freud, it claimed to liberate the riches of the unconscious through the “primacy of dream” and the suspension of conscious control.
Expressa sentido hipotético a forma - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 16 a 19, leia o trecho inicial da crônica “Está aberta a sessão do júri”, de Graciliano Ramos, publicada originalmente em 1943.
O Dr. França, Juiz de Direito numa cidadezinha sertaneja, andava em meio século, tinha gravidade imensa, verbo escasso, bigodes, colarinhos, sapatos e ideias de pontas muito finas. Vestia-se ordinariamente de preto, exigia que todos na justiça procedessem da mesma forma – e chegou a mandar retirar-se do Tribunal um jurado inconveniente, de roupa clara, ordenar-lhe que voltasse razoável e fúnebre, para não prejudicar a decência do veredicto.
Não via, não sorria. Quando parava numa esquina, as cavaqueiras dos vadios gelavam. Ao afastar-se, mexia as pernas matematicamente, os passos mediam setenta centímetros, exatos, apesar de barrocas¹ e degraus. A espinha não se curvava, embora descesse ladeiras, as mãos e os braços executavam os movimentos indispensáveis, as duas rugas horizontais da testa não se aprofundavam nem se desfaziam.
Na sua biblioteca digna e sábia, volumes bojudos, tratados majestosos, severos na encadernação negra semelhante à do proprietário, empertigavam-se – e nenhum ousava deitar-se, inclinar-se, quebrar o alinhamento rigoroso.
Dr. França levantava-se às sete horas e recolhia-se à meia-noite, fizesse frio ou calor, almoçava ao meio-dia e jantava às cinco, ouvia missa aos domingos, comungava de seis em seis meses, pagava o aluguel da casa no dia 30 ou no dia 31, entendia-se com a mulher, parcimonioso, na linguagem usada nas sentenças, linguagem arrevesada e arcaica das ordenações. Nunca julgou oportuno modificar esses hábitos salutares.
Não amou nem odiou. Contudo exaltou a virtude, emanação das existências calmas, e condenou o crime, infeliz consequência da paixão.
Se atentássemos nas palavras emitidas por via oral, poderíamos afirmar que o Dr. França não pensava. Vistos os autos, etc., perceberíamos entretanto que ele pensava com alguma frequência. Apenas o pensamento de Dr. França não seguia a marcha dos pensamentos comuns. Operava, se não nos enganamos, deste modo: “considerando isto, considerando isso, considerando aquilo, considerando ainda mais isto, considerando porém aquilo, concluo.” Tudo se formulava em obediência às regras – e era impossível qualquer desvio.
Dr. França possuía um espírito, sem dúvida, espírito redigido com circunlóquios, dividido em capítulos, títulos, artigos e parágrafos. E o que se distanciava desses parágrafos, artigos, títulos e capítulos não o comovia, porque Dr. França está livre dos tormentos da imaginação.
(Graciliano Ramos. Viventes das Alagoas, 1976.)
1 barroca: monte de terra ou de barro.O cronista recorre à personificação no - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 16 a 19, leia o trecho inicial da crônica “Está aberta a sessão do júri”, de Graciliano Ramos, publicada originalmente em 1943.
O Dr. França, Juiz de Direito numa cidadezinha sertaneja, andava em meio século, tinha gravidade imensa, verbo escasso, bigodes, colarinhos, sapatos e ideias de pontas muito finas. Vestia-se ordinariamente de preto, exigia que todos na justiça procedessem da mesma forma – e chegou a mandar retirar-se do Tribunal um jurado inconveniente, de roupa clara, ordenar-lhe que voltasse razoável e fúnebre, para não prejudicar a decência do veredicto.
Não via, não sorria. Quando parava numa esquina, as cavaqueiras dos vadios gelavam. Ao afastar-se, mexia as pernas matematicamente, os passos mediam setenta centímetros, exatos, apesar de barrocas¹ e degraus. A espinha não se curvava, embora descesse ladeiras, as mãos e os braços executavam os movimentos indispensáveis, as duas rugas horizontais da testa não se aprofundavam nem se desfaziam.
Na sua biblioteca digna e sábia, volumes bojudos, tratados majestosos, severos na encadernação negra semelhante à do proprietário, empertigavam-se – e nenhum ousava deitar-se, inclinar-se, quebrar o alinhamento rigoroso.
Dr. França levantava-se às sete horas e recolhia-se à meia-noite, fizesse frio ou calor, almoçava ao meio-dia e jantava às cinco, ouvia missa aos domingos, comungava de seis em seis meses, pagava o aluguel da casa no dia 30 ou no dia 31, entendia-se com a mulher, parcimonioso, na linguagem usada nas sentenças, linguagem arrevesada e arcaica das ordenações. Nunca julgou oportuno modificar esses hábitos salutares.
Não amou nem odiou. Contudo exaltou a virtude, emanação das existências calmas, e condenou o crime, infeliz consequência da paixão.
Se atentássemos nas palavras emitidas por via oral, poderíamos afirmar que o Dr. França não pensava. Vistos os autos, etc., perceberíamos entretanto que ele pensava com alguma frequência. Apenas o pensamento de Dr. França não seguia a marcha dos pensamentos comuns. Operava, se não nos enganamos, deste modo: “considerando isto, considerando isso, considerando aquilo, considerando ainda mais isto, considerando porém aquilo, concluo.” Tudo se formulava em obediência às regras – e era impossível qualquer desvio.
Dr. França possuía um espírito, sem dúvida, espírito redigido com circunlóquios, dividido em capítulos, títulos, artigos e parágrafos. E o que se distanciava desses parágrafos, artigos, títulos e capítulos não o comovia, porque Dr. França está livre dos tormentos da imaginação.
(Graciliano Ramos. Viventes das Alagoas, 1976.)
1 barroca: monte de terra ou de barro.O cronista intromete-se explicitamente - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 16 a 19, leia o trecho inicial da crônica “Está aberta a sessão do júri”, de Graciliano Ramos, publicada originalmente em 1943.
O Dr. França, Juiz de Direito numa cidadezinha sertaneja, andava em meio século, tinha gravidade imensa, verbo escasso, bigodes, colarinhos, sapatos e ideias de pontas muito finas. Vestia-se ordinariamente de preto, exigia que todos na justiça procedessem da mesma forma – e chegou a mandar retirar-se do Tribunal um jurado inconveniente, de roupa clara, ordenar-lhe que voltasse razoável e fúnebre, para não prejudicar a decência do veredicto.
Não via, não sorria. Quando parava numa esquina, as cavaqueiras dos vadios gelavam. Ao afastar-se, mexia as pernas matematicamente, os passos mediam setenta centímetros, exatos, apesar de barrocas¹ e degraus. A espinha não se curvava, embora descesse ladeiras, as mãos e os braços executavam os movimentos indispensáveis, as duas rugas horizontais da testa não se aprofundavam nem se desfaziam.
Na sua biblioteca digna e sábia, volumes bojudos, tratados majestosos, severos na encadernação negra semelhante à do proprietário, empertigavam-se – e nenhum ousava deitar-se, inclinar-se, quebrar o alinhamento rigoroso.
Dr. França levantava-se às sete horas e recolhia-se à meia-noite, fizesse frio ou calor, almoçava ao meio-dia e jantava às cinco, ouvia missa aos domingos, comungava de seis em seis meses, pagava o aluguel da casa no dia 30 ou no dia 31, entendia-se com a mulher, parcimonioso, na linguagem usada nas sentenças, linguagem arrevesada e arcaica das ordenações. Nunca julgou oportuno modificar esses hábitos salutares.
Não amou nem odiou. Contudo exaltou a virtude, emanação das existências calmas, e condenou o crime, infeliz consequência da paixão.
Se atentássemos nas palavras emitidas por via oral, poderíamos afirmar que o Dr. França não pensava. Vistos os autos, etc., perceberíamos entretanto que ele pensava com alguma frequência. Apenas o pensamento de Dr. França não seguia a marcha dos pensamentos comuns. Operava, se não nos enganamos, deste modo: “considerando isto, considerando isso, considerando aquilo, considerando ainda mais isto, considerando porém aquilo, concluo.” Tudo se formulava em obediência às regras – e era impossível qualquer desvio.
Dr. França possuía um espírito, sem dúvida, espírito redigido com circunlóquios, dividido em capítulos, títulos, artigos e parágrafos. E o que se distanciava desses parágrafos, artigos, títulos e capítulos não o comovia, porque Dr. França está livre dos tormentos da imaginação.
(Graciliano Ramos. Viventes das Alagoas, 1976.)
1 barroca: monte de terra ou de barro.Na crônica, o Dr. França é caracterizado - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 16 a 19, leia o trecho inicial da crônica “Está aberta a sessão do júri”, de Graciliano Ramos, publicada originalmente em 1943.
O Dr. França, Juiz de Direito numa cidadezinha sertaneja, andava em meio século, tinha gravidade imensa, verbo escasso, bigodes, colarinhos, sapatos e ideias de pontas muito finas. Vestia-se ordinariamente de preto, exigia que todos na justiça procedessem da mesma forma – e chegou a mandar retirar-se do Tribunal um jurado inconveniente, de roupa clara, ordenar-lhe que voltasse razoável e fúnebre, para não prejudicar a decência do veredicto.
Não via, não sorria. Quando parava numa esquina, as cavaqueiras dos vadios gelavam. Ao afastar-se, mexia as pernas matematicamente, os passos mediam setenta centímetros, exatos, apesar de barrocas¹ e degraus. A espinha não se curvava, embora descesse ladeiras, as mãos e os braços executavam os movimentos indispensáveis, as duas rugas horizontais da testa não se aprofundavam nem se desfaziam.
Na sua biblioteca digna e sábia, volumes bojudos, tratados majestosos, severos na encadernação negra semelhante à do proprietário, empertigavam-se – e nenhum ousava deitar-se, inclinar-se, quebrar o alinhamento rigoroso.
Dr. França levantava-se às sete horas e recolhia-se à meia-noite, fizesse frio ou calor, almoçava ao meio-dia e jantava às cinco, ouvia missa aos domingos, comungava de seis em seis meses, pagava o aluguel da casa no dia 30 ou no dia 31, entendia-se com a mulher, parcimonioso, na linguagem usada nas sentenças, linguagem arrevesada e arcaica das ordenações. Nunca julgou oportuno modificar esses hábitos salutares.
Não amou nem odiou. Contudo exaltou a virtude, emanação das existências calmas, e condenou o crime, infeliz consequência da paixão.
Se atentássemos nas palavras emitidas por via oral, poderíamos afirmar que o Dr. França não pensava. Vistos os autos, etc., perceberíamos entretanto que ele pensava com alguma frequência. Apenas o pensamento de Dr. França não seguia a marcha dos pensamentos comuns. Operava, se não nos enganamos, deste modo: “considerando isto, considerando isso, considerando aquilo, considerando ainda mais isto, considerando porém aquilo, concluo.” Tudo se formulava em obediência às regras – e era impossível qualquer desvio.
Dr. França possuía um espírito, sem dúvida, espírito redigido com circunlóquios, dividido em capítulos, títulos, artigos e parágrafos. E o que se distanciava desses parágrafos, artigos, títulos e capítulos não o comovia, porque Dr. França está livre dos tormentos da imaginação.
(Graciliano Ramos. Viventes das Alagoas, 1976.)
1 barroca: monte de terra ou de barro.Tão variadas são as manifestações desse - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Tão variadas são as manifestações desse movimento que é impossível formular-lhe uma definição única; mesmo assim, pode-se dizer que sua tônica foi uma crença no valor supremo da experiência individual, configurando nesse sentido uma reação contra o racionalismo iluminista e a ordem do estilo neoclássico. Seus autores exploravam os valores da intuição e do instinto, trocando o discurso público do neoclassicismo, cujas formas compunham um repertório mais comum e inteligível, por um tipo de expressão mais particular.
Em “De todo modo, teria sido mais - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 11 a 14, leia o trecho do livro A solidão dos moribundos, do sociólogo alemão Norbert Elias.
Não mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplícios na roda. Assistimos ao futebol, e não aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificação com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e leões famintos devorando pessoas vivas pedaço a pedaço, ou a gladiadores, por astúcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diversão para a qual nos prepararíamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores àqueles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras “Morituri te salutant” (Os que vão morrer te saúdam). Alguns dos imperadores sem dúvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem “Morituri moriturum salutant” (Os que vão morrer saúdam aquele que vai morrer). Porém, numa sociedade em que tivesse sido possível dizer isso, provavelmente não haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores — alguns dos quais mesmo hoje têm poder de vida e morte sobre um sem-número de seus semelhantes — requer uma desmitologização da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma consciência muito mais clara de que a espécie humana é uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas só podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte é especialmente difícil de resolver porque os vivos acham difícil identificar-se com os moribundos.
A morte é um problema dos vivos. Os mortos não têm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema só para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doença, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrerão; apenas eles podem prever seu próprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precauções especiais — como indivíduos e como grupos — para proteger-se contra a ameaça da aniquilação.
Em “Embora compartilhem o nascimento, a - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 11 a 14, leia o trecho do livro A solidão dos moribundos, do sociólogo alemão Norbert Elias.
Não mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplícios na roda. Assistimos ao futebol, e não aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificação com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e leões famintos devorando pessoas vivas pedaço a pedaço, ou a gladiadores, por astúcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diversão para a qual nos prepararíamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores àqueles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras “Morituri te salutant” (Os que vão morrer te saúdam). Alguns dos imperadores sem dúvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem “Morituri moriturum salutant” (Os que vão morrer saúdam aquele que vai morrer). Porém, numa sociedade em que tivesse sido possível dizer isso, provavelmente não haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores — alguns dos quais mesmo hoje têm poder de vida e morte sobre um sem-número de seus semelhantes — requer uma desmitologização da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma consciência muito mais clara de que a espécie humana é uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas só podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte é especialmente difícil de resolver porque os vivos acham difícil identificar-se com os moribundos.
A morte é um problema dos vivos. Os mortos não têm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema só para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doença, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrerão; apenas eles podem prever seu próprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precauções especiais — como indivíduos e como grupos — para proteger-se contra a ameaça da aniquilação.
No primeiro parágrafo, a impessoalidade - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 11 a 14, leia o trecho do livro A solidão dos moribundos, do sociólogo alemão Norbert Elias.
Não mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplícios na roda. Assistimos ao futebol, e não aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificação com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e leões famintos devorando pessoas vivas pedaço a pedaço, ou a gladiadores, por astúcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diversão para a qual nos prepararíamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores àqueles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras “Morituri te salutant” (Os que vão morrer te saúdam). Alguns dos imperadores sem dúvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem “Morituri moriturum salutant” (Os que vão morrer saúdam aquele que vai morrer). Porém, numa sociedade em que tivesse sido possível dizer isso, provavelmente não haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores — alguns dos quais mesmo hoje têm poder de vida e morte sobre um sem-número de seus semelhantes — requer uma desmitologização da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma consciência muito mais clara de que a espécie humana é uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas só podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte é especialmente difícil de resolver porque os vivos acham difícil identificar-se com os moribundos.
A morte é um problema dos vivos. Os mortos não têm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema só para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doença, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrerão; apenas eles podem prever seu próprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precauções especiais — como indivíduos e como grupos — para proteger-se contra a ameaça da aniquilação.
De acordo com o autor, a) a antecipação - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 11 a 14, leia o trecho do livro A solidão dos moribundos, do sociólogo alemão Norbert Elias.
Não mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplícios na roda. Assistimos ao futebol, e não aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificação com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e leões famintos devorando pessoas vivas pedaço a pedaço, ou a gladiadores, por astúcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diversão para a qual nos prepararíamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores àqueles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras “Morituri te salutant” (Os que vão morrer te saúdam). Alguns dos imperadores sem dúvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem “Morituri moriturum salutant” (Os que vão morrer saúdam aquele que vai morrer). Porém, numa sociedade em que tivesse sido possível dizer isso, provavelmente não haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores — alguns dos quais mesmo hoje têm poder de vida e morte sobre um sem-número de seus semelhantes — requer uma desmitologização da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma consciência muito mais clara de que a espécie humana é uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas só podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte é especialmente difícil de resolver porque os vivos acham difícil identificar-se com os moribundos.
A morte é um problema dos vivos. Os mortos não têm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema só para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doença, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrerão; apenas eles podem prever seu próprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precauções especiais — como indivíduos e como grupos — para proteger-se contra a ameaça da aniquilação.
Examine a tirinha de André Dahmer. - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Examine a tirinha de André Dahmer.

Carpe diem. É um lema latino que - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Carpe diem. É um lema latino que significa, lato sensu, “aproveita bem o dia” ou “aproveita o momento fugaz”. Esta expressão tem paralelo em línguas modernas, como no inglês: “Take time while time is, for time will away”.
“MACÁRIO: Desate a mala de meu burro - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 02 a 08, leia o trecho do drama Macário, de Álvares de Azevedo.
MACÁRIO (chega à janela): Ó mulher da casa! olá! ó de casa!
UMA VOZ (de fora): Senhor!
MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui...
A VOZ: O burro?
MACÁRIO: A mala, burro!
A VOZ: A mala com o burro?
MACÁRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca.
A VOZ: O senhor é o moço que chegou primeiro?
MACÁRIO: Sim. Mas vai ver o burro.
A VOZ: Um moço que parece estudante?
MACÁRIO: Sim. Mas anda com a mala.
A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que vá a pé?
MACÁRIO: Esse diabo é doido! Vai a pé, ou monta numa vassoura como tua mãe!
A VOZ: Descanse, moço. O burro há de aparecer. Quando madrugar iremos procurar.
OUTRA VOZ: Havia de ir pelo caminho do Nhô Quito. Eu conheço o burro...
MACÁRIO: E minha mala?
A VOZ: Não vê? Está chovendo a potes!...
MACÁRIO (fecha a janela): Malditos! (atira com uma cadeira no chão)
O DESCONHECIDO: Que tendes, companheiro?
MACÁRIO: Não vedes? O burro fugiu...
O DESCONHECIDO: Não será quebrando cadeiras que o chamareis...
MACÁRIO: Porém a raiva...
[...]
O DESCONHECIDO: A mala não pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho?
MACÁRIO: Não! não! mil vezes não! Não concebeis, uma perda imensa, irreparável... era o meu cachimbo...
O DESCONHECIDO: Fumais?
MACÁRIO: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher – não me pergunteis se fumo!
O DESCONHECIDO (dá-lhe um cachimbo): Eis aí um cachimbo primoroso.
[...]
MACÁRIO: E vós?
O DESCONHECIDO: Não vos importeis comigo. (tira outro cachimbo e fuma)
MACÁRIO: Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso nome?
O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso?
MACÁRIO: O caso é que é preciso que eu pergunte primeiro. Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou estúpido, pouco importa. Duas palavras só: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo.
O DESCONHECIDO: Tocai! Sois um digno rapaz. (apertam a mão)
MACÁRIO: Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, às noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono.
O DESCONHECIDO: E a poesia?
MACÁRIO: Enquanto era a moeda de ouro que corria só pela mão do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de cobre; não há mendigo, nem caixeiro de taverna que não tenha esse vintém azinhavrado¹. Entendeis-me?
O DESCONHECIDO: Entendo. A poesia, de popular tornou-se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje o povo fá-la... para ninguém...
(Álvares de Azevedo. Macário/Noite na taverna, 2002.)
1 azinhavrado: coberto de azinhavre (camada de cor verde que se forma na superfície dos objetos de cobre ou latão, resultante da corrosão destes quando expostos ao ar úmido).Retoma um termo mencionado anteriormente - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 02 a 08, leia o trecho do drama Macário, de Álvares de Azevedo.
MACÁRIO (chega à janela): Ó mulher da casa! olá! ó de casa!
UMA VOZ (de fora): Senhor!
MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui...
A VOZ: O burro?
MACÁRIO: A mala, burro!
A VOZ: A mala com o burro?
MACÁRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca.
A VOZ: O senhor é o moço que chegou primeiro?
MACÁRIO: Sim. Mas vai ver o burro.
A VOZ: Um moço que parece estudante?
MACÁRIO: Sim. Mas anda com a mala.
A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que vá a pé?
MACÁRIO: Esse diabo é doido! Vai a pé, ou monta numa vassoura como tua mãe!
A VOZ: Descanse, moço. O burro há de aparecer. Quando madrugar iremos procurar.
OUTRA VOZ: Havia de ir pelo caminho do Nhô Quito. Eu conheço o burro...
MACÁRIO: E minha mala?
A VOZ: Não vê? Está chovendo a potes!...
MACÁRIO (fecha a janela): Malditos! (atira com uma cadeira no chão)
O DESCONHECIDO: Que tendes, companheiro?
MACÁRIO: Não vedes? O burro fugiu...
O DESCONHECIDO: Não será quebrando cadeiras que o chamareis...
MACÁRIO: Porém a raiva...
[...]
O DESCONHECIDO: A mala não pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho?
MACÁRIO: Não! não! mil vezes não! Não concebeis, uma perda imensa, irreparável... era o meu cachimbo...
O DESCONHECIDO: Fumais?
MACÁRIO: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher – não me pergunteis se fumo!
O DESCONHECIDO (dá-lhe um cachimbo): Eis aí um cachimbo primoroso.
[...]
MACÁRIO: E vós?
O DESCONHECIDO: Não vos importeis comigo. (tira outro cachimbo e fuma)
MACÁRIO: Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso nome?
O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso?
MACÁRIO: O caso é que é preciso que eu pergunte primeiro. Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou estúpido, pouco importa. Duas palavras só: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo.
O DESCONHECIDO: Tocai! Sois um digno rapaz. (apertam a mão)
MACÁRIO: Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, às noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono.
O DESCONHECIDO: E a poesia?
MACÁRIO: Enquanto era a moeda de ouro que corria só pela mão do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de cobre; não há mendigo, nem caixeiro de taverna que não tenha esse vintém azinhavrado¹. Entendeis-me?
O DESCONHECIDO: Entendo. A poesia, de popular tornou-se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje o povo fá-la... para ninguém...
(Álvares de Azevedo. Macário/Noite na taverna, 2002.)
1 azinhavrado: coberto de azinhavre (camada de cor verde que se forma na superfície dos objetos de cobre ou latão, resultante da corrosão destes quando expostos ao ar úmido).“Enquanto era a moeda de ouro que corria - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 02 a 08, leia o trecho do drama Macário, de Álvares de Azevedo.
MACÁRIO (chega à janela): Ó mulher da casa! olá! ó de casa!
UMA VOZ (de fora): Senhor!
MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui...
A VOZ: O burro?
MACÁRIO: A mala, burro!
A VOZ: A mala com o burro?
MACÁRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca.
A VOZ: O senhor é o moço que chegou primeiro?
MACÁRIO: Sim. Mas vai ver o burro.
A VOZ: Um moço que parece estudante?
MACÁRIO: Sim. Mas anda com a mala.
A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que vá a pé?
MACÁRIO: Esse diabo é doido! Vai a pé, ou monta numa vassoura como tua mãe!
A VOZ: Descanse, moço. O burro há de aparecer. Quando madrugar iremos procurar.
OUTRA VOZ: Havia de ir pelo caminho do Nhô Quito. Eu conheço o burro...
MACÁRIO: E minha mala?
A VOZ: Não vê? Está chovendo a potes!...
MACÁRIO (fecha a janela): Malditos! (atira com uma cadeira no chão)
O DESCONHECIDO: Que tendes, companheiro?
MACÁRIO: Não vedes? O burro fugiu...
O DESCONHECIDO: Não será quebrando cadeiras que o chamareis...
MACÁRIO: Porém a raiva...
[...]
O DESCONHECIDO: A mala não pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho?
MACÁRIO: Não! não! mil vezes não! Não concebeis, uma perda imensa, irreparável... era o meu cachimbo...
O DESCONHECIDO: Fumais?
MACÁRIO: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher – não me pergunteis se fumo!
O DESCONHECIDO (dá-lhe um cachimbo): Eis aí um cachimbo primoroso.
[...]
MACÁRIO: E vós?
O DESCONHECIDO: Não vos importeis comigo. (tira outro cachimbo e fuma)
MACÁRIO: Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso nome?
O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso?
MACÁRIO: O caso é que é preciso que eu pergunte primeiro. Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou estúpido, pouco importa. Duas palavras só: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo.
O DESCONHECIDO: Tocai! Sois um digno rapaz. (apertam a mão)
MACÁRIO: Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, às noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono.
O DESCONHECIDO: E a poesia?
MACÁRIO: Enquanto era a moeda de ouro que corria só pela mão do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de cobre; não há mendigo, nem caixeiro de taverna que não tenha esse vintém azinhavrado¹. Entendeis-me?
O DESCONHECIDO: Entendo. A poesia, de popular tornou-se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje o povo fá-la... para ninguém...
(Álvares de Azevedo. Macário/Noite na taverna, 2002.)
1 azinhavrado: coberto de azinhavre (camada de cor verde que se forma na superfície dos objetos de cobre ou latão, resultante da corrosão destes quando expostos ao ar úmido).Observa-se expressão empregada em - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 02 a 08, leia o trecho do drama Macário, de Álvares de Azevedo.
MACÁRIO (chega à janela): Ó mulher da casa! olá! ó de casa!
UMA VOZ (de fora): Senhor!
MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui...
A VOZ: O burro?
MACÁRIO: A mala, burro!
A VOZ: A mala com o burro?
MACÁRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca.
A VOZ: O senhor é o moço que chegou primeiro?
MACÁRIO: Sim. Mas vai ver o burro.
A VOZ: Um moço que parece estudante?
MACÁRIO: Sim. Mas anda com a mala.
A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que vá a pé?
MACÁRIO: Esse diabo é doido! Vai a pé, ou monta numa vassoura como tua mãe!
A VOZ: Descanse, moço. O burro há de aparecer. Quando madrugar iremos procurar.
OUTRA VOZ: Havia de ir pelo caminho do Nhô Quito. Eu conheço o burro...
MACÁRIO: E minha mala?
A VOZ: Não vê? Está chovendo a potes!...
MACÁRIO (fecha a janela): Malditos! (atira com uma cadeira no chão)
O DESCONHECIDO: Que tendes, companheiro?
MACÁRIO: Não vedes? O burro fugiu...
O DESCONHECIDO: Não será quebrando cadeiras que o chamareis...
MACÁRIO: Porém a raiva...
[...]
O DESCONHECIDO: A mala não pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho?
MACÁRIO: Não! não! mil vezes não! Não concebeis, uma perda imensa, irreparável... era o meu cachimbo...
O DESCONHECIDO: Fumais?
MACÁRIO: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher – não me pergunteis se fumo!
O DESCONHECIDO (dá-lhe um cachimbo): Eis aí um cachimbo primoroso.
[...]
MACÁRIO: E vós?
O DESCONHECIDO: Não vos importeis comigo. (tira outro cachimbo e fuma)
MACÁRIO: Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso nome?
O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso?
MACÁRIO: O caso é que é preciso que eu pergunte primeiro. Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou estúpido, pouco importa. Duas palavras só: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo.
O DESCONHECIDO: Tocai! Sois um digno rapaz. (apertam a mão)
MACÁRIO: Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, às noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono.
O DESCONHECIDO: E a poesia?
MACÁRIO: Enquanto era a moeda de ouro que corria só pela mão do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de cobre; não há mendigo, nem caixeiro de taverna que não tenha esse vintém azinhavrado¹. Entendeis-me?
O DESCONHECIDO: Entendo. A poesia, de popular tornou-se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje o povo fá-la... para ninguém...
(Álvares de Azevedo. Macário/Noite na taverna, 2002.)
1 azinhavrado: coberto de azinhavre (camada de cor verde que se forma na superfície dos objetos de cobre ou latão, resultante da corrosão destes quando expostos ao ar úmido).“MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 02 a 08, leia o trecho do drama Macário, de Álvares de Azevedo.
MACÁRIO (chega à janela): Ó mulher da casa! olá! ó de casa!
UMA VOZ (de fora): Senhor!
MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui...
A VOZ: O burro?
MACÁRIO: A mala, burro!
A VOZ: A mala com o burro?
MACÁRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca.
A VOZ: O senhor é o moço que chegou primeiro?
MACÁRIO: Sim. Mas vai ver o burro.
A VOZ: Um moço que parece estudante?
MACÁRIO: Sim. Mas anda com a mala.
A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que vá a pé?
MACÁRIO: Esse diabo é doido! Vai a pé, ou monta numa vassoura como tua mãe!
A VOZ: Descanse, moço. O burro há de aparecer. Quando madrugar iremos procurar.
OUTRA VOZ: Havia de ir pelo caminho do Nhô Quito. Eu conheço o burro...
MACÁRIO: E minha mala?
A VOZ: Não vê? Está chovendo a potes!...
MACÁRIO (fecha a janela): Malditos! (atira com uma cadeira no chão)
O DESCONHECIDO: Que tendes, companheiro?
MACÁRIO: Não vedes? O burro fugiu...
O DESCONHECIDO: Não será quebrando cadeiras que o chamareis...
MACÁRIO: Porém a raiva...
[...]
O DESCONHECIDO: A mala não pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho?
MACÁRIO: Não! não! mil vezes não! Não concebeis, uma perda imensa, irreparável... era o meu cachimbo...
O DESCONHECIDO: Fumais?
MACÁRIO: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher – não me pergunteis se fumo!
O DESCONHECIDO (dá-lhe um cachimbo): Eis aí um cachimbo primoroso.
[...]
MACÁRIO: E vós?
O DESCONHECIDO: Não vos importeis comigo. (tira outro cachimbo e fuma)
MACÁRIO: Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso nome?
O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso?
MACÁRIO: O caso é que é preciso que eu pergunte primeiro. Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou estúpido, pouco importa. Duas palavras só: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo.
O DESCONHECIDO: Tocai! Sois um digno rapaz. (apertam a mão)
MACÁRIO: Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, às noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono.
O DESCONHECIDO: E a poesia?
MACÁRIO: Enquanto era a moeda de ouro que corria só pela mão do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de cobre; não há mendigo, nem caixeiro de taverna que não tenha esse vintém azinhavrado¹. Entendeis-me?
O DESCONHECIDO: Entendo. A poesia, de popular tornou-se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje o povo fá-la... para ninguém...
(Álvares de Azevedo. Macário/Noite na taverna, 2002.)
1 azinhavrado: coberto de azinhavre (camada de cor verde que se forma na superfície dos objetos de cobre ou latão, resultante da corrosão destes quando expostos ao ar úmido).“O DESCONHECIDO: Fumais? MACÁRIO: - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 02 a 08, leia o trecho do drama Macário, de Álvares de Azevedo.
MACÁRIO (chega à janela): Ó mulher da casa! olá! ó de casa!
UMA VOZ (de fora): Senhor!
MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui...
A VOZ: O burro?
MACÁRIO: A mala, burro!
A VOZ: A mala com o burro?
MACÁRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca.
A VOZ: O senhor é o moço que chegou primeiro?
MACÁRIO: Sim. Mas vai ver o burro.
A VOZ: Um moço que parece estudante?
MACÁRIO: Sim. Mas anda com a mala.
A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que vá a pé?
MACÁRIO: Esse diabo é doido! Vai a pé, ou monta numa vassoura como tua mãe!
A VOZ: Descanse, moço. O burro há de aparecer. Quando madrugar iremos procurar.
OUTRA VOZ: Havia de ir pelo caminho do Nhô Quito. Eu conheço o burro...
MACÁRIO: E minha mala?
A VOZ: Não vê? Está chovendo a potes!...
MACÁRIO (fecha a janela): Malditos! (atira com uma cadeira no chão)
O DESCONHECIDO: Que tendes, companheiro?
MACÁRIO: Não vedes? O burro fugiu...
O DESCONHECIDO: Não será quebrando cadeiras que o chamareis...
MACÁRIO: Porém a raiva...
[...]
O DESCONHECIDO: A mala não pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho?
MACÁRIO: Não! não! mil vezes não! Não concebeis, uma perda imensa, irreparável... era o meu cachimbo...
O DESCONHECIDO: Fumais?
MACÁRIO: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher – não me pergunteis se fumo!
O DESCONHECIDO (dá-lhe um cachimbo): Eis aí um cachimbo primoroso.
[...]
MACÁRIO: E vós?
O DESCONHECIDO: Não vos importeis comigo. (tira outro cachimbo e fuma)
MACÁRIO: Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso nome?
O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso?
MACÁRIO: O caso é que é preciso que eu pergunte primeiro. Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou estúpido, pouco importa. Duas palavras só: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo.
O DESCONHECIDO: Tocai! Sois um digno rapaz. (apertam a mão)
MACÁRIO: Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, às noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono.
O DESCONHECIDO: E a poesia?
MACÁRIO: Enquanto era a moeda de ouro que corria só pela mão do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de cobre; não há mendigo, nem caixeiro de taverna que não tenha esse vintém azinhavrado¹. Entendeis-me?
O DESCONHECIDO: Entendo. A poesia, de popular tornou-se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje o povo fá-la... para ninguém...
(Álvares de Azevedo. Macário/Noite na taverna, 2002.)
1 azinhavrado: coberto de azinhavre (camada de cor verde que se forma na superfície dos objetos de cobre ou latão, resultante da corrosão destes quando expostos ao ar úmido).Para Macário, a poesia deveria ser a) - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Língua Portuguesa - 2022Para responder às questões de 02 a 08, leia o trecho do drama Macário, de Álvares de Azevedo.
MACÁRIO (chega à janela): Ó mulher da casa! olá! ó de casa!
UMA VOZ (de fora): Senhor!
MACÁRIO: Desate a mala de meu burro e tragam-ma aqui...
A VOZ: O burro?
MACÁRIO: A mala, burro!
A VOZ: A mala com o burro?
MACÁRIO: Amarra a mala nas tuas costas e amarra o burro na cerca.
A VOZ: O senhor é o moço que chegou primeiro?
MACÁRIO: Sim. Mas vai ver o burro.
A VOZ: Um moço que parece estudante?
MACÁRIO: Sim. Mas anda com a mala.
A VOZ: Mas como hei de ir buscar a mala? Quer que vá a pé?
MACÁRIO: Esse diabo é doido! Vai a pé, ou monta numa vassoura como tua mãe!
A VOZ: Descanse, moço. O burro há de aparecer. Quando madrugar iremos procurar.
OUTRA VOZ: Havia de ir pelo caminho do Nhô Quito. Eu conheço o burro...
MACÁRIO: E minha mala?
A VOZ: Não vê? Está chovendo a potes!...
MACÁRIO (fecha a janela): Malditos! (atira com uma cadeira no chão)
O DESCONHECIDO: Que tendes, companheiro?
MACÁRIO: Não vedes? O burro fugiu...
O DESCONHECIDO: Não será quebrando cadeiras que o chamareis...
MACÁRIO: Porém a raiva...
[...]
O DESCONHECIDO: A mala não pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho?
MACÁRIO: Não! não! mil vezes não! Não concebeis, uma perda imensa, irreparável... era o meu cachimbo...
O DESCONHECIDO: Fumais?
MACÁRIO: Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher – não me pergunteis se fumo!
O DESCONHECIDO (dá-lhe um cachimbo): Eis aí um cachimbo primoroso.
[...]
MACÁRIO: E vós?
O DESCONHECIDO: Não vos importeis comigo. (tira outro cachimbo e fuma)
MACÁRIO: Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso nome?
O DESCONHECIDO: Perguntei-vos o vosso?
MACÁRIO: O caso é que é preciso que eu pergunte primeiro. Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou estúpido, pouco importa. Duas palavras só: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo.
O DESCONHECIDO: Tocai! Sois um digno rapaz. (apertam a mão)
MACÁRIO: Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, às noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono.
O DESCONHECIDO: E a poesia?
MACÁRIO: Enquanto era a moeda de ouro que corria só pela mão do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de cobre; não há mendigo, nem caixeiro de taverna que não tenha esse vintém azinhavrado¹. Entendeis-me?
O DESCONHECIDO: Entendo. A poesia, de popular tornou-se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje o povo fá-la... para ninguém...
(Álvares de Azevedo. Macário/Noite na taverna, 2002.)
1 azinhavrado: coberto de azinhavre (camada de cor verde que se forma na superfície dos objetos de cobre ou latão, resultante da corrosão destes quando expostos ao ar úmido).Examine o cartum de David Sipress, - UNESP 2022/Exatas e Humanas
Inglês - 2022Examine o cartum de David Sipress, publicado no Instagram por CartoonStock, em 13.06.2021.

Um químico precisa misturar três partes de - UNESP 2022/Biológicas
Matemática - 2022Um químico precisa misturar três partes de hidróxido de sódio (NaOH) com duas partes de água. Para essa tarefa, ele tem 5 000 μL de NaOH e 1 600 μL de água. Sabe-se que o volume da mistura deve ser de, pelo menos, 3 mL e de, no máximo, 5 mL. Seja x a quantidade total de NaOH, em mL, que deve ser usada na mistura correta.
Um vídeo postado na internet no 1º dia do - UNESP 2022/Biológicas
Matemática - 2022Um vídeo postado na internet no 1º dia do ano obteve, nesse dia (t = 1), 800 likes e 100 dislikes.

Em um jogo, com dois jogadores (A e B) e a -UNESP 2022/Biológicas
Matemática - 2022Em um jogo, com dois jogadores (A e B) e a banca, gira-se a roda indicada na figura, até que ela pare aleatoriamente em um dos 100 números naturais positivos e consecutivos, que são equiprováveis.
As regras do jogo são:
1) se sair um múltiplo de 3, o jogador A ganha o prêmio;
2) se sair um múltiplo de 4 ou 6, o jogador B ganha o prêmio;
3) se sair um número que implique na vitória de ambos os jogadores pelos critérios anteriores, A e B repartem o prêmio;
4) se sair um número que implique em derrota de ambos os jogadores pelos critérios anteriores, a banca ganha o prêmio.

O quadrado PADU tem lado de medida 2 cm. A - UNESP 2022/Biológicas
Matemática - 2022O quadrado PADU tem lado de medida 2 cm. A partir de M, que é ponto médio de , forma-se um novo quadrado, MENU, como mostra a figura.

Na figura, PQ representa o eixo dos pedais de - UNESP 2022/Biológica
Matemática - 2022Na figura, representa o eixo dos pedais de uma bicicleta. A altura do ponto Q ao chão, em centímetros, é h = 20 + 10cos(πt), em que t é o tempo, em segundos, contado a partir do momento que o ponto Q está no ponto mais distante do chão.

Um aplicativo instalado no celular de um - UNESP 2022/Biológicas
Matemática - 2022Um aplicativo instalado no celular de um ciclista informa, de 10 em 10 minutos do passeio de bicicleta, o tempo acumulado t e a distância acumulada d, em minutos e quilômetros. A tabela e o gráfico mostram os dados informados pelo aplicativo ao término de um passeio de 50 minutos. Quando o método estatístico do aplicativo identifica que o conjunto de pares ordenados (t, d) se ajusta razoável mente bem a uma reta, ele informa sua equação que, no caso do conjunto de dados da tabela, foi d = 0,311t + 0,53.

A curva destacada em vermelho liga os pontos - UNESP 2022/Biológicas
Matemática - 2022A curva destacada em vermelho liga os pontos U e P, passando pelos pontos N, E e S.

O preço da passagem de ônibus convencional de - UNESP 2022/Biológicas
Matemática - 2022O preço da passagem de ônibus convencional de uma cidade do interior de São Paulo para a capital é de R$ 108,00. Adriana vai estudar nessa cidade e deseja visitar seus pais em São Paulo durante alguns finais de semana. Além da opção de fazer a viagem de ônibus convencional, ela também cogita a possibilidade de fazer a viagem com seu carro, cujo consumo de combustível na estrada é de 14 km por litro de gasolina.
Após comprar um chuveiro elétrico e uma - UNESP 2022/Biológicas
Física - 2022Após comprar um chuveiro elétrico e uma lâmpada fluorescente compacta para sua casa, um rapaz fez-se a seguinte pergunta:
— Por quanto tempo essa lâmpada precisa ficar acesa para consumir a mesma quantidade de energia elétrica que esse chuveiro consome em um banho de 12 minutos de duração?
Para responder a essa pergunta, consultou as embalagens dos dois produtos e observou os detalhes mostrados nas figuras.

Quando uma onda se propaga por águas rasas - UNESP 2022/Biológicas
Física - 2022Quando uma onda se propaga por águas rasas, isto é, onde a profundidade é menor do que metade do comprimento da onda, sua velocidade de propagação pode ser calculada com a expressão v = √gxh em que g é a aceleração da gravidade local e h a profundidade das águas na região. Dessa forma, se uma onda passar de uma região com certa profundidade para outra com profundidade diferente, ela sofrerá variação em sua velocidade de propagação, o que caracteriza o fenômeno de refração dessa onda. A figura mostra uma mesma onda propagando-se por uma região de profundidade h1 = 3,6 m com comprimento de onda λ1 = 12 m e, em seguida, propagando-se por uma região de profundidade h2 = 0,9 m com comprimento de onda λ2.

Determinada peça de platina de 200 g, sensível - UNESP 2022/Biológicas
Física - 2022Determinada peça de platina de 200 g, sensível à temperatura, é mantida dentro de um recipiente protegido por um sistema automático de refrigeração que tem seu acionamento controlado por um sensor térmico. Toda vez que a temperatura da peça atinge 80ºC, um alarme sonoro soa e o sistema de refrigeração é acionado. Essa peça está dentro do recipiente em equilíbrio térmico com ele a 20ºC, quando, no instante t = 0, energia térmica começa a fluir para dentro do recipiente e é absorvida pela peça segundo o gráfico a seguir

Uma pequena esfera é abandonada do repouso no - UNESP 2022/Biológicas
Física - 2022Uma pequena esfera é abandonada do repouso no ponto 1 e, após deslizar sem rolar pela pista mostrada em corte na figura, perde contato com ela no ponto 2, passando a se mover em trajetória parabólica, até atingir o solo horizontal.

Um garoto gira uma esfera de 500 g ao redor de - UNESP 2022/Biológicas
Física - 2022Um garoto gira uma esfera de 500 g ao redor de seu corpo, mantendo o braço esticado na vertical e segurando um fio ideal de comprimento 65 cm, conforme a figura. A esfera gira em uma trajetória circular contida em um plano horizontal de raio de curvatura 60 cm.

Quando a luz de um semáforo fica verde, um - UNESP 2022/Biológicas
Física - 2022Quando a luz de um semáforo fica verde, um veículo parado parte com aceleração escalar constante, a1, e se move por uma rua retilínea até atingir uma velocidade máxima, Vmáx, em um intervalo de tempo T1. A partir desse instante, inicia um processo de frenagem, também com aceleração escalar constante, até parar novamente, no se má foro seguinte, em um intervalo de tempo T2. O gráfico representa a variação da velocidade desse veículo em função do tempo, nesse movimento.

Etanolamina no espaço Uma equipe internacional -UNESP 2022/Biológicas
Química - 2022Etanolamina no espaço
Uma equipe internacional e multidisciplinar, envolvendo astrofísicos, astroquímicos e bioquímicos, detectou pela primeira vez no espaço interestelar a substância prebiótica etanolamina.
A etanolamina (NH2CH2CH2OH), uma molécula que contém quatro dos seis elementos químicos essenciais à vida, faz parte dos fosfolipídios, moléculas que compõem as membranas celulares, e pode servir como precursora do aminoácido glicina.
(www.inovacaotecnologica.com.br. Adaptado.)
A fórmula estrutural da glicina está representada a seguir.

Considere a estrutura da vitamina K1. - UNESP 2022/Biológicas
Química - 2022Considere a estrutura da vitamina K1.

Analisando-se a fórmula estrutural da vitamina K1, nota-se que essa vitamina é _______, apresenta cadeia carbônica _________, átomo de carbono __________e apresenta isômeros __________.
Considere os seguintes fenômenos: 1. Formação - UNESP 2022/Biológicas
Química - 2022Considere os seguintes fenômenos:
1. Formação de um depósito de prata metálica sobre um fio de cobre imerso em uma solução aquosa de nitrato de prata (AgNO3).
2. Formação de água pela reação explosiva entre oxigênio e hidrogênio gasosos.
3. Formação de um precipitado de carbonato de cálcio quando dióxido de carbono é borbulhado em solução aquosa saturada de hidróxido de cálcio.
4. Formação de uma solução límpida quando vinagre é adicionado a uma suspensão opaca de hidróxido de magnésio (leite de magnésia).
A tabela mostra os valores aproximados de pH - UNESP 2022/Biológicas
Química - 2022A tabela mostra os valores aproximados de pH de diferentes soluções aquosas, todas com a mesma concentração de 0,1 mol/L e a 25°C.

A variação de entalpia, associada à - UNESP 2022/Biológicas
Química - 2022A variação de entalpia, associada à formação de um cristal iônico sólido a partir de seus íons no estado gasoso, é conhecida como energia reticular. Essa energia é difícil de ser medida diretamente, mas pode ser calculada de forma indireta, utilizando-se a Lei de Hess, a partir de outras transformações, cuja variação de entalpia é conhecida. Esse caminho para a determinação da energia reticular é conhecido como ciclo de Born-Haber. O diagrama a seguir mostra as etapas desse ciclo para o cloreto de sódio (NaCl).

A tabela mostra valores de solubilidades em - UNESP 2022/Biológicas
Química - 2022A tabela mostra valores de solubilidades em água, expressas em g de soluto por 100 g de solvente, em duas temperaturas, de dois compostos iônicos empregados como fertilizantes agrícolas.

O limão “Tahiti”, por não apresentar sementes - UNESP 2022/Biológicas
Química - 2022O limão “Tahiti”, por não apresentar sementes e ter suco abundante, com elevado teor de ácido cítrico [C3H5O(COOH)3]2, pode ser fonte desse ácido puro obtido no estado sólido. A primeira etapa dessa obtenção consiste na precipitação do ácido cítrico presente no suco do limão, como citrato de cálcio {Ca3[C3H5O(COO)3]2}, por adição de solução aquosa saturada de hidróxido de cálcio [Ca(OH)2] ao suco, conforme a reação:
2C3H5O(COOH)3 (aq) + 3Ca(OH)2 (aq) → → {Ca3[C3H5O(COO)3]2} (s) + 6H2O (l)
Considere que:
– nessa reação foram obtidos 640 g de citrato de cálcio;
– as massas molares do citrato de cálcio e do ácido cítrico são, respectivamente, 498 g/mol e 192 g/mol;
– o rendimento da reação é 100%;
– cada limão “Tahiti” apresenta em média 2,5 g de ácido cítrico.
Em um tubo contendo meio de cultura líquido - UNESP 2022/Biológicas
Biologia - 2022Em um tubo contendo meio de cultura líquido, um pesquisador inoculou bactérias Escherichia coli para se multiplicarem. Ao final do dia, as bactérias haviam se multiplicado e consumido quase que totalmente a glicose que compunha o meio de cultura do tubo. O pesquisador retirou 10 amostras desse tubo e inoculou cada uma delas em outros 10 tubos, identificados pelos números de 1 a 10, que continham meio de cultura de composição idêntica àquele do início do experimento. Ao final do segundo dia, o pesquisador retirou uma amostra de cada um desses 10 tubos e as inoculou, individualmente, em 10 novos tubos numerados, que continham meio de cultura igual ao do início do experimento, mantendo essa transferência sempre entre tubos de mesma numeração. Esse procedimento foi repetido todos os dias, ao longo de 1 ano, como esquematizado na figura.

No último dia do experimento, as bactérias dos 10 tubos foram analisadas e o pesquisador verificou que alguns tubos continham bactérias com características bioquímicas bastante diferentes daquelas dos demais tubos, e diferentes daquelas das bactérias usadas no início do experimento.
A figura apresenta a radiografia da mão de uma - UNESP 2022/Biológicas
Biologia - 2022A figura apresenta a radiografia da mão de uma menina portadora de polidactilia, uma anomalia genética que consiste na alteração quantitativa anormal dos dedos das mãos (quirodáctilos) ou dos pés (pododáctilos).

A disposição e a distribuição dos estômatos na - UNESP 2022/Biológicas
Biologia - 2022A disposição e a distribuição dos estômatos nas folhas são adaptações das espécies vegetais aos ambientes onde ocorrem. Os estômatos podem estar dispostos em ambas as faces da folha ou em apenas uma delas. Quando são encontrados nas duas faces, a folha é chamada de anfiestomática; quando são encontrados apenas na face abaxial (inferior), a folha é hipoestomática; e quando estão presentes apenas na face adaxial (superior), a folha é epiestomática.
A figura 1 apresenta a salvínia (Salvinia auriculata), uma planta aquática cujas folhas flutuam sobre as águas. A figura 2 apresenta um pequizeiro (Caryocar brasiliense), espécie vegetal arbórea de ambientes quentes e de baixa pluviosidade. E a figura 3 apresenta exemplares de bromélia (Quesnelia testudo), espécie vegetal adaptada a ambientes úmidos e de alta pluviosidade.

Para obtenção de plantas transgênicas em - UNESP 2022/Biológicas
Biologia - 2022Para obtenção de plantas transgênicas em laboratório, um dos vetores utilizados é um plasmídeo, chamado Ti, presente na bactéria do solo Agrobacterium tumefaciens. Os pesquisadores inserem nesse plasmídeo um segmento de DNA de uma espécie que tem o gene de interesse (DNA exógeno), e utilizam esse plasmídeo como vetor para inserir o gene de interesse no genoma da espécie vegetal que se deseja modificar. Esse processo, de forma simplificada, está representado a seguir.

Descobri um mês depois do parto que minhas - UNESP 2022/Biológicas
Biologia - 2022Descobri um mês depois do parto que minhas gêmeas têm síndrome de Down
Ainda no início da gestação, o casal Ellen e Willians foi surpreendido com a notícia: eram gêmeos idênticos (univitelinos), duas meninas. Um exame posterior ao parto surpreendeu novamente os pais: as duas crianças tinham síndrome de Down.
O nascimento das meninas é considerado um fato raro. Isso porque estudos apontam que, aproximadamente, um a cada 700 ou 800 partos no Brasil é de uma criança com síndrome de Down. Especialistas acreditam que menos de 0,5% dos nascimentos de crianças com essa síndrome seja de gêmeos — desses, apenas um terço são univitelinos.
Considere o trecho de uma reportagem sobre - UNESP 2022/Biológicas
Biologia - 2022Considere o trecho de uma reportagem sobre a disponibilidade de métodos contraceptivos para a população.
Estudo: diversidade de métodos contraceptivos em postos ainda é baixa
A oferta de métodos contraceptivos e testes rápidos de gravidez aumentou em sete vezes de 2012 a 2018 nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), os “postinhos”, que aderiram ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade de Atenção Básica. A diversidade de métodos disponíveis, no entanto, ainda é baixa e está concentrada em preservativos femininos, com pouca oferta de dispositivos intrauterinos (DIU). No Brasil o único DIU disponível gratuitamente é o DIU de cobre. Esta baixa disponibilidade nas UBS impacta negativamente na diversidade de opções de escolha da mulher. “Os métodos reversíveis de longa duração como o DIU tendem a ser o método de escolha da maioria das mulheres quando as barreiras de acesso, custo e conhecimento são rompidas”, ressalta a médica Ana Ruivo, co-autora do estudo.
Considere o trecho de uma reportagem sobre a - UNESP 2022/Biológicas
Biologia - 2022Considere o trecho de uma reportagem sobre a recente crise hídrica em alguns estados brasileiros:
Cinco estados brasileiros, entre eles São Paulo, enfrentam o que já é considerada a pior seca em 91 anos, de acordo com um comitê de órgãos do governo federal, que emitiu pela primeira vez na história um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro de 2021. Mas por que tem chovido menos?
De acordo com especialistas, três fenômenos explicam a falta de chuvas no Brasil:
• O desmatamento da Amazônia;
• O aquecimento global causado por queima de combustíveis fósseis;
• O fenômeno natural La Niña.
Considerando as informações do texto e a teia - UNESP 2022/Biológicas
Biologia - 2022
Uma aranha consegue matar e comer uma cobra? Esta pergunta é o tema de um novo estudo publicado na Journal of Arachnology. A resposta é um grande “sim”. “As aranhas que comem cobras podem ser encontradas em todos os continentes (exceto no Antártico). Para compreender completamente o papel importante das aranhas no equilíbrio da natureza, é crucial compreender todo o espectro dos seus hábitos alimentares”, diz Martin Nyffeler, líder do estudo e especialista em aranhas da Universidade de Basileia, na Suíça.
(www.natgeo. Adaptado.)
A reportagem apresenta uma situação peculiar em uma teia alimentar, na qual as aranhas comem cobras, que por sua vez comem aranhas. Contudo, outros organismos integram essa teia alimentar, como exemplificado no esquema a seguir.

À primeira vista, porém, a arte do cinema - UNESP 2022/Biológicas
Filosofia - 2022À primeira vista, porém, a arte do cinema aparenta ser demasiado simples e até mesmo estúpida. Vê-se o Rei dando um aperto de mão a um time de futebol; eis o iate de Sir Thomas Lipton; eis, enfim, Jack Horner vencendo o Grand National. Os olhos consomem tudo isso instantaneamente e o cérebro, agradavelmente excitado, põe-se a observar as coisas acontecerem sem se atarefar com nada. Mas qual é, pois, a sua surpresa ao ser, de repente, despertado em meio à sua agradável sonolência e chamado a prestar socorro? O olho está em apuros. Necessita de ajuda. Diz, então, ao cérebro: “Está ocorrendo algo que de modo algum posso entender. Tu me és necessário”. Juntos olham para o Rei, o barco, o cavalo e o cérebro; de imediato, vê que eles se revestiram de uma qualidade que não pertence à mera fotografia da vida mesma.
As certezas do homem comum, as verdades comuns - UNESP 2022/Biológicas
Filosofia - 2022As certezas do homem comum, as verdades comuns da experiência cotidiana, os filósofos vivem-nas, por certo, e não as negam, enquanto homens. Mas, enquanto filósofos, não as assumem. Nesse sentido em que as desqualificam, pode-se dizer que as recusam. Desqualificação teórica, recusa filosófica, empreendidas em nome da racionalidade que postulam para a filosofia. Assim é que boa parte das filosofias opta por esquecer “metodologicamente” a visão comum do Mundo, recusando-se a integrá-la ao seu saber racional e teórico. Não podendo furtar-se, enquanto homens, à experiência do Mundo, não o reconhecem como filósofos. O Mundo não é, para eles, o universo reconhecido de seus discursos. Desconsiderando filosoficamente as verdades cotidianas, o bom senso, o senso comum, instauram de fato o dualismo do prático e do teórico, da vida e da razão filosófica. Instauram, consciente e propositadamente, o divórcio entre o homem comum que são e o filósofo que querem ser.
Texto 1 É com Descartes que a oposição homem - UNESP 2022/Biológicas
Filosofia - 2022Texto 1
É com Descartes que a oposição homem-natureza se tornará mais completa, constituindo-se no centro do pensamento moderno e contemporâneo. O homem, instrumentalizado pelo método científico, pode penetrar os mistérios da natureza e, assim, tornar-se “senhor e possuidor da natureza”.
(Carlos W. P. Gonçalves. Os (des)caminhos do meio ambiente, 1989. Adaptado.)
Texto 2
Quando a gente quis criar uma reserva da biosfera em uma região do Brasil, foi preciso justificar para a Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] por que era importante que o planeta não fosse devorado pela mineração. Para essa instituição, é como se bastasse manter apenas alguns lugares como amostra grátis da Terra.
Na história do Estado moderno, duas liberdades - UNESP 2022/Biológicas
Filosofia - 2022Na história do Estado moderno, duas liberdades são estreitamente ligadas e interconectadas, tanto que, quando uma desaparece, também desaparece a outra. Mais precisamente: sem liberdades civis, como a liberdade de imprensa e de opinião, como a liberdade de associação e de reunião, a participação popular no poder político é um engano; mas, sem participação popular no poder, as liberdades civis têm bem pouca probabilidade de durar.
É como se cada homem dissesse a cada homem: - UNESP 2022/Biológicas
Filosofia - 2022É como se cada homem dissesse a cada homem: Autorizo e transfiro o meu direito de me governar a mim mesmo a este homem, ou a esta assembleia de homens, com a condição de transferires para ele o teu direito, autorizando de uma maneira semelhante todas as suas ações. Feito isso, à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado.
A leitura dos textos permite considerações - UNESP 2022/Biológicas
Filosofia - 2022
(“Redes sociais, notícias falsas e privacidade de dados na internet”. www12.senado.leg.br, novembro de 2019. Adaptado.)
Texto 2
O WhatsApp, aplicativo de mensagens por celular extremamente disseminado no Brasil, é visto como uma das redes mais propícias para a difusão de notícias falsas. Como é um aplicativo de mensagens privadas e não tem caráter público, é difícil rastrear as fake news espalhadas ali e avaliar seu alcance, o que preocupa pesquisadores.
As relações apresentadas no esquema fazem - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022Examine o esquema.

Pesquisadores da Universidade Federal do - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná vêm testando o emprego de uma substância que impede a formação de óxido nitroso (N2O). A dicianodiamida (DCD) bloqueia as reações que levam à formação desse gás ao inibir o processo de nitrificação que age sobre o amônio liberado no solo pela urina. Além de minimizar a formação do gás, o inibidor ainda apresenta outra vantagem: impede a formação de nitrato no solo.
Os corredores florestais são estratégicos para - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022Os corredores florestais são estratégicos para a conservação e a recuperação de paisagens degradadas.
O fenômeno esquematizado nas imagens, cuja - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022Observe as imagens e o mapa.

(http://asia1b.weebly.com. Adaptado.)

O Pantanal, sob os aspectos geológico e - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022O Pantanal, sob os aspectos geológico e geomorfológico, corresponde a
O Instituto Brasileiro de Geografia e - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza periodicamente censos para analisar a distribuição da população brasileira segundo a cor da pele.
No aniversário de 20 anos do Estatuto da - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022No aniversário de 20 anos do Estatuto da Cidade, é fundamental refletir sobre o seu legado nas cidades brasileiras. Seu grande avanço consiste em definir instrumentos claros para um planejamento urbano com propósito social e calcado na gestão democrática da cidade, viabilizando, na prática, o reconhecimento da função social da propriedade.
Considerando o mapa e conhecimentos sobre o - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022Analise o mapa.

Analise o gráfico. Evolução da indústria e da - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022Analise o gráfico.

Cadê Palestina no Google Maps? Polêmica antiga - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022Cadê Palestina no Google Maps?
Polêmica antiga ressurge nas redes sociais
A reportagem acessou o Maps e verificou os nomes dos territórios da Cisjordânia e Gaza, ambos demarcados com uma linha tracejada, usada pela plataforma para indicar limites territoriais em disputa. Quando se trata de áreas não disputadas, a linha é cinza e sólida. Ao aproximar a imagem, aparece no contorno da linha a frase “1950 – linha do acordo de armistício”.
O mapa apresenta uma regionalização do espaço - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022Examine o mapa.

Para enfrentar a crise da pandemia, a - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022Para enfrentar a crise da pandemia, a intervenção estatal está agora sendo solicitada e elogiada pelos comentaristas conservadores que anteriormente a criticavam. O capitalismo de Estado está sendo visto como solução. Nos EUA, os despejos de inquilinos estão sendo adiados, a folha de pagamento de algumas empresas vai ser garantida pelo Estado, e o governo, entre outras medidas, obrigou a General Motors a fabricar respiradores. No Reino Unido, já estão discutindo renacionalizar companhias aéreas em dificuldades e outras empresas.
O terrorismo não tem outra ideologia que não - UNESP 2022/Biológicas
Geografia - 2022O terrorismo não tem outra ideologia que não seja a exaltação da morte, uma mentalidade legionária de múltiplas encarnações. Na Espanha, sofremos o do ETA [Pátria Basca e Liberdade] e o dos GAL [Grupos Antiterroristas de Libertação]; na Colômbia, o de guerrilheiros e paramilitares; no México, o dos cartéis criminosos e do narcoestado; no Chile, o dos sicários de Pinochet; no Oriente Médio, o de palestinos e israelenses. E tantos outros. Mas o que se instalou no âmbito global e transformou a vida política é o terrorismo de origem islâmico-fundamentalista e o contraterrorismo dos Estados, que fizeram do planeta um campo de batalha onde sobretudo morrem civis [...].
O ano de 1985 foi um grande anúncio de - UNESP 2022/Biológicas
História - 2022O ano de 1985 foi um grande anúncio de ditadura finda, temperado pela exclusão de vozes que significaram alternativas no combate à ditadura, como se observou no silenciamento de importantes movimentos sociais [...], substituídos pelo olhar exclusivo para agentes da política institucional e da cena cultural dominante.
Gerações inteiras criaram-se à sombra de - UNESP 2022/Biológicas
História - 2022Gerações inteiras criaram-se à sombra de batalhas nucleares globais que, acreditava-se firmemente, podiam estourar a qualquer momento, e devastar a humanidade. [...]
A peculiaridade da Guerra Fria era a de que, em termos objetivos, não existia perigo iminente de guerra mundial.
O crescimento urbano, ao criar um mercado - UNESP 2022/Biológicas
História - 2022O crescimento urbano, ao criar um mercado potencial mais amplo, estimulou igualmente o crescimento das indústrias artesanais e de algumas fábricas que empregavam uma força de trabalho concentrada [...].
Deixando de lado as características peculiares dessa sociedade urbana em expansão, a razão para a crescente debilidade de qualquer expressão política especificamente urbana era a posição peculiar da cidade no sistema econômico e fiscal, consolidado pelo contínuo progresso do setor com base na exportação de produtos agrícolas e pecuários.
Os únicos países africanos não colonizados por - UNESP 2022/Biológicas
História - 2022Os únicos países africanos não colonizados por potências europeias no século XIX foram
O luxo e a corrupção nasceram entre nós antes - UNESP 2022/Biológicas
História - 2022O luxo e a corrupção nasceram entre nós antes da civilização e da indústria. E qual será a causa principal de um fenômeno tão espantoso? A escravidão, senhores, a escravidão. Porque o homem que conta com os trabalhos diários de seus escravos vive na indolência, e a indolência traz todos os vícios após si.
Observe a imagem, que é uma parte da gravura - UNESP 2022/Biológicas
História - 2022Observe a imagem, que é uma parte da gravura “Luís XIV como imperador romano”, de Charles Perrault, 1670.

[...] as irmandades de negros eram espaços - UNESP 2022/Biológicas
História - 2022[...] as irmandades de negros eram espaços permitidos dentro da legalidade, nos quais o escravo podia manifestar-se fora de suas relações de trabalho. [...] Em certo sentido, era através da religião católica que o escravo encontrava algum lenitivo para sua situação. Tudo indica que a permissão para a criação das irmandades de negros tenha sido dada com o intuito de obter melhores resultados na cristianização dos escravos [...].
Paradoxalmente, os negros utilizaram as irmandades para resguardar valores culturais, em especial suas crenças religiosas. [...] Tudo leva a crer que, a partir da realidade vivida naquela época, bem como considerando as dificuldades, o negro recriou e reinterpretou a cultura dominante, adequando-a à sua maneira de ser.
Os povos que viviam nas terras conquistadas - UNESP 2022/Biológicas
História - 2022Os povos que viviam nas terras conquistadas pelos portugueses na América
Depois do estabelecimento do caminho marítimo - UNESP 2022/Biológicas
História - 2022Depois do estabelecimento do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama em 1499, a Coroa portuguesa logo preparou nova expedição, tendo como base as informações recolhidas pelo navegante. E essa era mesmo a melhor saída para o pequenino reino português, que ficava justamente na boca do Atlântico.
A migração de Maomé e seus seguidores para - UNESP 2022/Biológicas
História - 2022A migração de Maomé e seus seguidores para Medina, em 622, marca a
Roma não era apenas o parente mais violento da - UNESP 2022/Biológicas
História - 2022Roma não era apenas o parente mais violento da Grécia Clássica, não estava apenas comprometida com engenharia, eficiência militar e absolutismo, enquanto os gregos haviam preferido a especulação intelectual, o teatro e a democracia.
No trecho do primeiro quadrinho “I guess we - UNESP 2022/Biológicas
Inglês - 2022Leia a tira para responder às questões 29 e 30

From the comic strip, one can say that - UNESP 2022/Biológicas
Inglês - 2022Leia a tira para responder às questões 29 e 30

After comparing both maps, one can say that: - UNESP 2022/Biológicas
Inglês - 2022Examine os mapas que apresentam a média de anos de escolaridade para a população de 25 anos ou mais, do ano 2000 e do ano 2017, para responder à questão 28.


No trecho do terceiro parágrafo “The better - UNESP 2022/Biológicas
Inglês - 2022Examine os gráficos e leia o texto para responder às questões de 21 a 27.
Educated Americans live longer, as others die younger
_____________________________________________
Catching up, falling behind
Unites States, average life expectancy at age 25



(Anne Case and Angus Deaton. “Life expectancy in adulthood is falling for those without a BA degree, but as educational gaps have widened, racial gaps have narrowed”. PNAS, 2021. Adaptado.)
A 25-year-old American with a university degree can expect to live almost a decade longer than a contemporary who dropped out of high school. Although researchers have long known that the rich live longer than the poor, this education gap is less well documented — and is especially marked in rich countries. And whereas the average American’s expected span has been flat in recent years — and, strikingly, even fell between 2015 and 2017 — that of the one-third with a bachelor’s degree has continued to lengthen.
This disparity in life expectancy is growing, according to new research published in the Proceedings of the National Academy of Sciences. Using data from nearly 50m death certificates filed between 1990 and 2018, Anne Case and Angus Deaton of Princeton University analysed differences in life expectancy by sex, race, ethnicity and education. They found that the lifespans of those with and without a bachelor’s degree started to diverge in the 1990s and 2000s. This gap grew even wider in the 2010s as the life expectancy of degree-holders continued to rise while that of other Americans got shorter.
What is the link between schooling and longevity? Some argue that better-educated people develop healthier lifestyles: each additional year of study reduces the chances of being a smoker and of being overweight. The better-educated earn more, which in turn is associated with greater health. Ms Case and Mr Deaton argue that changes in labour markets, including the rise of automation and increased demand for highly-educated workers, coupled with the rising costs of employerprovided health care, have depressed the supply of wellpaid jobs for those without a degree. This may be contributing to higher rates of alcohol and drug use, suicide and other “deaths of despair”.
(www.economist.com,17.03.2021. Adaptado.)
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