Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, ó ser humilde entre - ENEM 2014

Questão 124 - Caderno Azul
Atualizado em 13/05/2024

Vida obscura

Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
ó ser humilde entre os humildes seres,
embriagado, tonto de prazeres,
o mundo para ti foi negro e duro.

Atravessaste no silêncio escuro
a vida presa a trágicos deveres
e chegaste ao saber de altos saberes
tornando-te mais simples e mais puro.

Ninguém te viu o sentimento inquieto,
magoado, oculto e aterrador, secreto,
que o coração te apunhalou no mundo,

Mas eu que sempre te segui os passos
sei que cruz infernal prendeu-te os braços
e o teu suspiro como foi profundo!

SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961.

Com uma obra densa e expressiva no Simbolismo brasileiro, Cruz e Sousa transpôs para seu lirismo uma sensibilidade em conflito com a realidade vivenciada. No soneto, essa percepção traduz-se em

  1. sofrimento tácito diante dos limites impostos pela discriminação.

  2. tendência latente ao vício como resposta ao isolamento social.

  3. extenuação condicionada a uma rotina de tarefas degradantes.

  4. frustração amorosa canalizada para as atividades intelectuais.

  5. vocação religiosa manifesta na aproximação com a fé cristã.


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