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Folha – Qual é a sua maior preocupação com o DSM-5 - UNESP 2017/2
Folha – Qual é a sua maior preocupação com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, conhecido como a “bíblia da psiquiatria”)? Corremos o risco de todos sermos considerados doentes mentais?
Allen Frances – O DSM-5 expandiu ainda mais o que já era um sistema de diagnóstico muito vagamente definido. Tristeza normal, como o luto, por exemplo, torna-se transtorno depressivo maior; comer em excesso, torna-se transtorno da compulsão alimentar; ataques de birras de crianças podem se tornar “transtorno do temperamento irregular”; o esquecimento na velhice passa a ser transtorno neurocognitivo leve; e as crianças normais são diagnosticadas com déficit de atenção e hiperatividade.
Folha – Qual a influência que as grandes farmacêuticas exercem nessa tendência?
Allen Frances – As multinacionais farmacêuticas não têm qualquer influência direta sobre as decisões do DSM, mas aproveitam qualquer oportunidade para criar novas desordens psiquiátricas. Eu acredito, por exemplo, que as farmacêuticas sejam as responsáveis por essas falsas epidemias de TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade) e transtorno bipolar.
(Cláudia Colucci. “Gastamos muito dinheiro para tratar pessoas normais, diz psiquiatra”. www.folha.uol.com.br, 11.09.2016.)
De acordo com o texto,
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o problema mais importante na área da psiquiatria é a universalização do acesso a tratamentos médicos.
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o progresso científico no diagnóstico psiquiátrico pressupõe a autonomia absoluta de cada indivíduo.
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há tendências preocupantes de patologização e medicalização de comportamentos cotidianos.
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os critérios de diagnóstico da psiquiatria são diretamente condicionados pelo mercado farmacêutico.
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a medicalização da vida é guiada por critérios científicos e filosoficamente indiscutíveis.
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