Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

Os termos destacados no texto são exemplos de paronomásia - FATEC 2020

Atualizado em 13/05/2024

O leitor encontra, neste belo número da Revista Katálysis, um panorama rico, denso e qualificado do que vem ocorrendo no mundo do trabalho hoje, com seus traços de “continuidade” e “descontinuidade”, num período em que o capitalismo aprofundou ainda mais as penalizações que está impondo ao universo laborativo, onde o “novo” e o “velho” se (re)configuram a partir da nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT), que se reestruturou nas últimas décadas.
[...]
Se a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, legou-nos um enorme processo de “desantropomorfização do trabalho” (Lukács); se o século XX pode ser caracterizado pelo que Braverman definiu como sendo a “era da degradação do trabalho”, as últimas décadas do século passado e os inícios do atual vêm presenciando a generalização de “outras formas e modalidades de precarização”, [...] aquela responsável pela geração do cybertariado (Ursula Huws), uma nova força de trabalho global que mescla intensamente “informatização” com “informalização”.[...]
As consequências são fortes: nesta fase de desmanche, estamos presenciando o derretimento dos poucos laços de sociabilidade, [...] sem presenciarmos uma ampliação da vida dotada de sentido, nem “dentro” e nem “fora” do trabalho. A vida se consolida, cada vez mais, como sendo desprovida de sentido no trabalho e, por outro lado, estranhada e fetichizada* também “fora” do trabalho, exaurindo-se no mundo sublimado do consumo (virtual ou real), ou na labuta incansável pelas qualificações de todo tipo, que são incentivadas como antídoto [...] para não perder o emprego daqueles que o têm.
É por isso que estamos presenciando uma desconstrução sem precedentes do trabalho em toda a era moderna, ampliando os diversos modos de ser da precarização e do desemprego estrutural. Resta para a “classe-que-vive-dotrabalho” oscilar, ao modo dos pêndulos, entre a busca de qualquer “labor” e a vivência do desemprego.
Este número especial da Revista Katálysis, dedicado às novas configurações do trabalho na sociedade capitalista, é uma contribuição efetiva para a linhagem crítica, atualizada e original, tanto pelos temas selecionados, quanto pela qualidade e competência dos colaboradores presentes, ajudando a descortinar tantos elementos que configuram a “nova morfologia do trabalho”, seus dilemas e desafios.
*fetichizar: ação de admirar exageradamente, irrestritamente, incondicionalmente uma pessoa ou coisa.

Ricardo Antunes, Editorial da Revista Katálysis, n.2, 2009. https://tinyurl.com/y6nchqmr Acesso em: 19.10.2019. Adaptado.

Os termos destacados no texto são exemplos de paronomásia, figura sonora definida, segundo o Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, como “figura de linguagem que extrai expressividade da combinação de palavras que apresentam semelhança fônica, mas possuem sentidos diferentes”.
Assinale a alternativa em que o autor também utilizou a paronomásia na construção de seus versos.

  1. Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
    A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
    Tosse, tosse, tosse

    (Manuel Bandeira)

  2. No azul do céu de metileno
    A lua irônica
    Diurética
    É uma gravura de sala de jantar.

    (Carlos Drummond de Andrade)

  3. Não amei bastante meu semelhante,
    Não catei o verme nem curei a sarna.
    Só proferi algumas palavras,
    Melodiosas, tarde, ao voltar da festa.

    (Carlos Drummond de Andrade)

  4. Antes de tudo, a música preza
    Portanto, o ímpar. Só cabe usar
    O que é mais vago e solúvel no ar
    Sem nada em si que pousa ou pesa.

    (Paul Verlaine)

  5. E o amor sempre nessa toada:
    Briga perdoa perdoa briga.
    Não se deve xingar a vida,
    A gente vive, depois esquece.
    Só o amor volta para brigar,
    Para perdoar,
    Amor cachorro bandido trem.

    (Carlos Drummond de Andrade)


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