Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas
O verbo sublinhado, na conjugação em que se apresenta, - UNIFESP 2023
O principal enfoque em O erro de Descartes é a relação entre emoção e razão. Baseado em meu estudo de pacientes neurológicos que apresentavam deficiências na tomada de decisão e distúrbios da emoção, construí a hipótese de que a emoção era parte integrante do processo de raciocínio e poderia auxiliar esse processo ao invés de, como se costumava supor, necessariamente perturbá-lo. Hoje em dia essa ideia já não causa espécie, mas na época em que a apresentei muita gente estranhou, e mesmo a recebeu com certo ceticismo. Tudo sopesado, a ideia, em grande medida, foi aceita e até, em certos casos, acolhida com tanta sofreguidão que acabou deturpada. Por exemplo, nunca afirmei que a emoção era um substituto para a razão, mas em algumas versões superficiais depreendia-se que minha ideia era que se você seguisse o coração em vez da razão tudo daria certo.
Na verdade, em certas ocasiões a emoção pode ser um substituto para a razão. O programa de ação emocional que denominamos medo pode afastar rapidamente do perigo a maioria dos seres humanos com pouca ou nenhuma ajuda da razão. Um esquilo ou um pássaro não pensa para reagir a uma ameaça, e o mesmo pode acontecer a um humano. Aí é que está a beleza no modo como a emoção tem funcionado no decorrer da evolução: ela abre a possibilidade de levar seres vivos a agir de maneira inteligente sem precisar pensar com inteligência. Acontece que, nos humanos, essa história tornou-se mais complexa, para o bem e para o mal. O raciocínio faz o que fazem as emoções, mas alcança o resultado conscientemente. O raciocínio nos dá a opção de pensar com inteligência antes de agir de maneira inteligente, e isso é bom: descobrimos que muitos dos problemas que encontramos em nosso complexo ambiente podem ser resolvidos apenas com emoções, porém não todos, e nestas ocasiões as soluções que a emoção oferece são, na realidade, contraproducentes.
Mas como evoluiu nas espécies complexas o sistema de raciocínio inteligente? A proposta inovadora em O erro de Descartes é que o sistema de raciocínio evoluiu como uma extensão do sistema emocional automático, com a emoção desempenhando vários papéis no processo de raciocínio.
(O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano, 2012. Adaptado.)
O verbo sublinhado, na conjugação em que se apresenta, indica um fato pontual no passado no seguinte trecho:
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“se você seguisse o coração em vez da razão tudo daria certo” (1. parágrafo).
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“a emoção era um substituto para a razão” (1. parágrafo).
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“construí a hipótese de que a emoção era parte integrante do processo de raciocínio” (1.o parágrafo).
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“Baseado em meu estudo de pacientes neurológicos que apresentavam deficiências na tomada de decisão” (1. parágrafo).
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“O raciocínio nos dá a opção de pensar com inteligência antes de agir de maneira inteligente” (2. parágrafo).
Solução
Alternativa Correta: C) “construí a hipótese de que a emoção era parte integrante do processo de raciocínio” (1.o parágrafo).
A resposta correta para a pergunta sobre o tempo verbal que indica uma ação pontual no passado é a alternativa C) "construí a hipótese de que a emoção era parte integrante do processo de raciocínio".
Esta frase utiliza o pretérito perfeito do indicativo para descrever a construção de uma hipótese específica por Descartes. O verbo "construí" indica uma ação concluída e única no passado, diferente das outras opções que fazem afirmações gerais ou usam outros tempos verbais.
Institução: UNIFESP
Ano da Prova: 2023
Assuntos: Interpretação Textual
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