Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas

O oxímoro é uma “figura em que se combinam palavras de - FUVEST 2019

Atualizado em 13/05/2024

Sonetilho do falso
Fernando Pessoa

Onde nasci, morri.
Onde morri, existo.
E das peles que visto
muitas há que não vi.

Sem mim como sem ti
posso durar. Desisto
de tudo quanto é misto
e que odiei ou senti.

Nem Fausto nem Mefisto,
à deusa que se ri
deste nosso oaristo*,

eis-me a dizer: assisto
além, nenhum, aqui,
mas não sou eu, nem isto.

Carlos Drummond de Andrade.
Claro Enigma

Ulisses

O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo -
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.

Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.

Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.

Fernando Pessoa. Mensagem

O oxímoro é uma “figura em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam a expressão” (HOUAISS, 2001). No poema “Sonetilho do falso Fernando Pessoa”, o emprego dessa figura de linguagem ocorre em:

  1. “Onde morri, existo” (L. 2).

  2. “E das peles que visto / muitas há que não vi” (L. 3-4).

  3. “Desisto / de tudo quanto é misto / e que odiei ou senti” (L. 6-8).

  4. “à deusa que se ri / deste nosso oaristo” (L. 10-11).

  5. “mas não sou eu, nem isto” (L. 14).


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