Disciplina: Língua Portuguesa 0 Curtidas
Constitui marca do registro informal da língua o trecho - FUVEST 2018
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras
5 na venda; ensarilhavam-se* discussões e rezingas**; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritavase. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente
10 da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. Da porta da venda que dava para o cortiço iam e vinham como formigas; fazendo compras. Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu
15 numa a Isaura, que se dispunha a começar a limpeza da casa.
– Nhá Dunga! gritou ela para baixo, a sacudir um pano de mesa; se você tem cuscuz de milho hoje, bata na porta, ouviu?
Aluísio Azevedo, O cortiço.
* ensarilhar-se: emaranhar-se.
** rezinga: resmungo.
Constitui marca do registro informal da língua o trecho
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"mas um só ruído compacto” (L. 3).
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“ouviam-se gargalhadas” (L. 6).
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“o prazer animal de existir” (L. 10).
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“gritou ela para baixo” (L. 17).
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“bata na porta” (L. 18-19).
Solução
Alternativa Correta: E) “bata na porta” (L. 18-19).
A ocorrência de um termo que representa o registro coloquial e que, por conseguinte, descumpre a norma culta da língua está no trecho “bata na porta”, no qual a preposição em deveria ser substituída pela preposição a, pois sugere a ação de golpear a porta, que no registro padrão seria “bata à porta”.
Créditos da Resolução: Curso Objetivo
Institução: FUVEST
Ano da Prova: 2018
Assuntos: Linguagem
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