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Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem - UNESP 2016/2
Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer motivo pessoal. E como poderia fazer algo que fosse sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma necessidade interna? Como poderia o ego agir sem ego? Se um homem desejasse ser todo amor como aquele Deus, fazer e querer tudo para os outros e nada para si, isto pressupõe que o outro seja egoísta o bastante para sempre aceitar esse sacrifício, esse viver para ele: de modo que os homens do amor e do sacrifício têm interesse em que continuem existindo os egoístas sem amor e incapazes de sacrifício, e a suprema moralidade, para poder subsistir, teria de requerer a existência da imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma.
(Friedrich Nietzsche. Humano, demasiado humano, 2005. Adaptado.)
A reflexão do filósofo sobre a condição humana apresenta pressupostos
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psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da moral cristã.
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cartesianos, baseados na ideia inata da existência de Deus na substância pensante.
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estoicistas, exaltadores da apatia emocional como ideal de uma vida sábia.
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éticos, defensores de princípios universais para orientar a conduta humana.
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metafísicos, uma vez que é alicerçada no mundo inteligível platônico.
Solução
Alternativa Correta: A) psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da moral cristã.
Nietzsche foi um crítico veemente da concepção cristã que diminui o homem, vendo-o como criatura pecadora, frágil e insuficiente. Evoca uma filosofia de vida hedonista que se liberta da inútil preocupação em busca da verdade, e da dimensão austera e moralista propagada pela metafísica. No texto em questão, Nietzsche apresenta pressupostos psicológicos ao indicar a incongruência dos fundamentos morais religiosos que pregam uma existência de sacrifícios e de renúncia.
Resolução adaptada de: Curso Objetivo
Institução: UNESP
Ano da Prova: 2016
Assuntos: Nietzsche
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